Morre Nélida Piñon, 1ª mulher a presidir a ABL, aos 85 anos
© Foto / Agência Brasil / Fernando FrazãoNélida Piñon recebe a comenda da Ordem Padre José de Anchieta na Academia Carioca de Letras, em 6 de março de 2017
© Foto / Agência Brasil / Fernando Frazão
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A escritora e jornalista Nélida Piñon morreu neste sábado (17), em Lisboa, Portugal, aos 85 anos. Imortalizada na Academia Brasileira de Letras (ABL), a artista faleceu após passar por uma cirurgia de emergência.
A causa da morte ainda não foi confirmada. Conforme informou o G1, a escritora natural do Rio de Janeiro faleceu após passar por uma cirurgia de emergência em decorrências de problemas biliares.
Em nota, a ABL prestou homenagem para a autora, que foi a primeira mulher a presidir a entidade, entre 1996 e 1997.
"Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileira. [....] Sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios ao longo de mais de 35 anos de atividade literária. Ganhou diversos prêmios, como o Pen Clube de Literatura por sua mais recente obra, Um Dia Chegarei a Sagres, lançada no final de 2020", diz trecho da nota publicada pela ABL.
Piñon era a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda.
"Nélida Piñon estreou na literatura com o romance 'Guia-mapa, de Gabriel Arcanjo', publicado em 1961, que tem como temas o pecado, o perdão e a relação dos mortais com Deus. No romance 'A república dos sonhos', baseado em uma família de imigrantes galegos no Brasil, ela faz reflexões sobre a Galícia, a Espanha e o Brasil", disse ainda a ABL.
O jornalista Merval Pereira, presidente da ABL, lamentou a perda em entrevista ao G1. "É uma perda para a literatura brasileira. Era, provavelmente, a maior escritora viva. É uma perda para o país, em si, a cultura do país", afirmou.
A cantora Margareth Menezes, que assumirá o Ministério da Cultura do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também prestou condolências.
"Profundamente sentida com a partida de Nélida Piñon, primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras. O país perde uma de suas maiores escritoras. Tenho certeza que seu legado seguirá conosco, vivo em suas obras. Meu abraço aos amigos e familiares", escreveu Menezes em rede social.