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Japão se prepara para retaliação armada e muda postura militar de décadas do país

© AP Photo / Kimimasa MayamaMilitares da Força Aérea de Autodefesa do Japão na Base Aérea de Iruma, em Sayama, a noroeste de Tóquio, 28 de novembro de 2020
Militares da Força Aérea de Autodefesa do Japão na Base Aérea de Iruma, em Sayama, a noroeste de Tóquio, 28 de novembro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 24.12.2022
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O Japão está se afastando do conceito de contenção militar que manteve por décadas diante da crescente ameaça da China. O país, que antes não gastava mais de 1% do PIB na esfera militar, decidiu dobrar, o que já se refletiu em uma nova estratégia de segurança nacional.
A mídia norte-americana Foreign Affairs descreve esta medida como "um símbolo de profunda transformação". Segundo o jornal, anteriormente, a reputação do Japão no mundo se baseava nas capacidades demográficas, econômicas e tecnológicas do país, que o colocavam entre os países mais poderosos do mundo, mas a sua força militar ficava fora deste núcleo. O Japão se limitou a gastar em operações internacionais de manutenção da paz e a aliança entre os EUA e o Japão, o que lhe permitiu destinar não mais do que 1% do PIB às forças armadas.
O jornal observa que a contenção militar do Japão tem sido fundamental para a segurança nacional desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Os chefes dos governos nacionais não permitiram que os militares assumissem a direção do Estado e, assim, restringiram consideravelmente sua influência.
Contra a pressão exercida por forças políticas externas e internas, o Japão não abandonou o conceito de "defesa defensiva", segundo o qual as Forças Armadas do país existiam apenas para autodefesa.
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O autor do artigo justifica a decisão de abandonar a antiga política por fatores externos, argumentando que a mudança é motivada por "defesa, não ambição". De acordo com ele, a nova orientação aponta para a China, que está construindo armas convencionais e nucleares, e os aviões e navios de guerra daquele país, segundo o Foreign Affairs, freqüentemente invadem ilegalmente as águas territoriais japonesas. Também vê a China como uma ameaça a Taiwan, cuja autonomia o Japão apóia e considera crucial para sua própria segurança.
Da mesma forma, a Coreia do Norte é mencionada sob o pretexto de que aumentou o ritmo dos testes de mísseis e avançou no desenvolvimento de armas termonucleares. O autor também acredita que o conflito ucraniano contribuiu para conscientizar a população sobre a necessidade de se preparar militarmente para um possível ataque.
O autor do artigo argumenta que as crescentes capacidades de mísseis da China e da Coreia do Norte fazem com que Tóquio dependa não apenas da defesa antimísseis, mas também do uso de um possível "contra-ataque".
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As crescentes ameaças de seus vizinhos levaram o governo japonês a modificar sua política de segurança, o que aumentará seu orçamento de defesa dos atuais US$ 54 bilhões (cerca R$ 278,9 bilhões) para US$ 80 bilhões (aproximadamente R$ 413,1 bilhões) em 2027. Isso tornaria o Japão o terceiro país do mundo com maior gasto militar, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, e ultrapassaria a Índia, a Arábia Saudita e as grandes potências europeias, observa o Foreign Affairs.
Para finalizar, o autor destaca a aprovação de tais ações pelos EUA e seus aliados, concluindo que são "boas notícias e um sinal de maior contribuição de um país pacífico para a segurança na Ásia".
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