ONU: cúpula sobre paz na Ucrânia só é possível com consentimento da Rússia
© AP Photo / Florian SchroetterAs bandeiras dos estados da ONU, dentre elas, a do Brasil, tremulam em frente ao prédio do Centro Internacional com sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, Áustria, 24 de maio de 2021
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Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres disse que está pronto para mediar a cúpula da Ucrânia apenas se todas as partes, incluindo a Rússia, concordarem com isso.
As informações foram passadas à Sputnik pelo gabinete de Guterres, em um pedido para comentar a declaração do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba.
"Como o secretário-geral disse muitas vezes no passado, ele só pode mediar se todas as partes quiserem que ele faça a mediação", informou gabinete do funcionário da ONU.
Mais cedo, Kuleba disse que a Ucrânia gostaria de realizar uma cúpula de "paz" até o final de fevereiro, de preferência em um local da ONU e com Guterres como um possível mediador.
© Sputnik / Serviço de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da RússiaMinistro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, saem após uma entrevista coletiva conjunta após sua reunião em Moscou, Rússia, 26 de abril de 2022
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, saem após uma entrevista coletiva conjunta após sua reunião em Moscou, Rússia, 26 de abril de 2022
© Sputnik / Serviço de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia
Questionado sobre a questão de convidar a Rússia para esta "cúpula de paz", Kuleba insistiu que Moscou deve primeiro enfrentar um "tribunal internacional" e ser processado por supostos crimes de guerra.
O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov, também comentando a proposta ucraniana, observou que a Rússia nunca "seguiu as condições de outra pessoa".
No início deste mês, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, dirigiu-se aos líderes do G20 na Indonésia e estabeleceu uma "fórmula de paz" de dez pontos.
Além disso, Zelensky assinou um decreto sobre a impossibilidade de realizar negociações com a atual liderança russa. Ele também afirmou que Kiev não conduziria um diálogo com Moscou até que o poder no país mudasse.
O presidente Vladimir Putin observou que todos os conflitos terminam por meios diplomáticos. "A Rússia sempre disse que está aberta a negociações sobre a Ucrânia", apontou Putin.
Como acrescentou o chefe de Estado, "quanto mais cedo essa consciência chegar àqueles que se opõem a nós, melhor".
Como disse Peskov no início de dezembro, Zelensky sabe que, se desejar, as hostilidades no país podem terminar no dia seguinte.