Em 'ato ousado', Colômbia acorda cessar-fogo inédito com ELN e mais 4 grupos guerrilheiros
© AP Photo / Fernando VergaraO presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acena enquanto caminha pela Ponte Internacional Simon Bolivar após uma cerimônia marcando sua reabertura, entre Cucuta, Colômbia e San Antonio del Tachira, Venezuela, 26 de setembro de 2022
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Segundo o líder do país, Gustavo Petro, a assinatura do temporário, porém mais longo cessar-fogo, "foi um ato ousado" que terá observação de órgãos "nacionais e internacionais".
O governo colombiano acertou um cessar-fogo de seis meses com os cinco principais grupos armados do país, anunciou o presidente Gustavo Petro em seu Twitter na madrugada deste sábado (31).
"Temos um acordo com o Exército de Libertação Nacional [ELN], a Segunda Marquetalia, o Estado Maior Central, as Autodefesas Unidas da Colômbia [AGC], e as Autodefesas de Serra Nevada a partir de 1º de janeiro até o dia 30 de junho, prorrogável de acordo com os avanços nas negociações. A paz total será uma realidade", afirmou.
Hemos acordado un cese bilateral con el ELN, la Segunda Marquetalia, el Estado Mayor Central, las AGC y las Autodefensas de la Sierra Nevada desde el 1 de enero hasta el 30 de junio de 2023, prorrogable según los avances en las negociaciones.
— Gustavo Petro (@petrogustavo) January 1, 2023
La paz total será una realidad.
O acordo faz parte dos esforços que o líder disse que faria durante a campanha presidencial para estabelecer a paz entre as guerrilhas e o país sul-americano. Em agosto do ano passado, logo após se tornar presidente, Petro enviou uma comitiva a Cuba, o que marcou o início do diálogo com membros do ELN radicados em Havana, conforme noticiado.
Ainda segundo Petro, o acordo assinado ontem (31) "trata-se de um ato ousado", uma vez que "o cessar-fogo obriga os grupos armados e o Estado a respeitá-lo". O presidente também ressaltou que "haverá um mecanismo de verificação nacional e internacional" sobre o trato.
De acordo com a Folha de São Paulo, todos os grupos guerrilheiros citados por Petro na declaração somam mais de dez mil homens armados, envolvidos em disputas pelo controle do narcotráfico e de outros negócios ilícitos.
Os conflitos, que já duram quase seis décadas, já deixou pelo menos 450 mil pessoas mortas entre 1985 e 2018.