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Análise: bolsonarismo pode rachar PL e abrir caminho para escolhas de Lula no Senado e na Câmara
Análise: bolsonarismo pode rachar PL e abrir caminho para escolhas de Lula no Senado e na Câmara
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As eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado são o assunto do momento em Brasília, enquanto os partidos negociam apoio e cargos. Para... 03.01.2023, Sputnik Brasil
2023-01-03T21:19-0300
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O efeito político de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, pode ser descrito como uma faca de dois gumes. Por um lado, ele é o responsável pela eleição da maior bancada da história do Partido Liberal (PL), que chegou a 98 deputados e 14 senadores, alçando-se ao posto de principal partido de oposição ao PT.Entretanto a severa cartilha ideológica do capitão pode se tornar um problema para parlamentares que buscam apoio político em seus projetos e até cargos dentro do Congresso. Essa é avaliação de Leonardo Puglia, sociólogo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).O analista político falou sobre as eleições para presidentes do Senado e da Câmara e enfatizou que a aposta do PL em Rogério Marinho para a presidência do Senado, para fazer frente a Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode enfraquecer a sigla e, consequentemente, a oposição ao PT.O Partido Liberal, diz ele, é uma das legendas com mais poder na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Coordenada por Valdemar Costa Neto, a sigla busca se "consolidar como o principal partido de oposição ao Palácio do Planalto" amparada na figura do ex-presidente.Mas há um problema, conforme explicou. "O PL é um partido tradicional do centrão, com uma base bastante fisiológica, que tem políticos bolsonaristas mais radicalizados e outros menos."Essa questão ficou exposta recentemente, com a saída da deputada Flávia Arruda. Candidata mais votada na capital do país em 2018 e chefe da Secretaria de Governo na gestão Bolsonaro, ela pediu desfiliação do PL um dia após a posse de Lula.Para o analista político, o episódio revela que "haverá bolsonaristas mais radicais buscando protagonismo, e isso deve enfraquecer o PL na busca por espaços, porque essa tensão dentro do bolsonarismo tende a dividir o partido coordenado por Valdemar Costa".O PL, na opinião dele, embora seja um partido conservador, abriga correntes e parlamentares que devem apoiar alguns projetos de Lula, principalmente se o presidente brasileiro mantiver as negociações com outras siglas do centrão, como o União Brasil e o PSD.Para Leonardo Puglia, "Arthur Lira [PP-AL] e Rodrigo Pacheco saem na frente na disputa pelas presidências da Câmara dos Deputados e do Senado. Ambos tentam a reeleição e são considerados favoritos. Minha expectativa é que os dois sejam eleitos sem maiores dificuldades".O analista explica que, no caso do Senado, "existe uma aliança entre PT e os partidos que apoiam Lula, como MDB, PSD e União Brasil". Recentemente o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o União Brasil poderia entregar "no mínimo 60% dos votos da legenda no Congresso em troca de ministérios no governo Lula".A costura de alianças, como essa, foi ressaltada pelo analista consultado pela Sputnik Brasil. "Lula está fazendo a distribuição dos últimos cargos, ele está em uma fase de negociação. O Renan Calheiros [MDB-AL] faz essa costura política para o Lula, sendo que o seu partido também deve apoiar as candidaturas de Rodrigo Pacheco e Arthur Lira."A reeleição de Arthur Lira, diz ele, é ainda mais esperada, "porque ele está muto forte na Câmara e o Lula e o PT não pretendem fazer oposição ao seu nome, que deve ganhar essa eleição com mais folga do que quando enfrentou Baleia Rossi [MDB-SP] no último pleito dentro do Congresso".
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luiz inácio lula da silva, arthur lira, rodrigo pacheco, senado, câmara dos deputados, congresso, brasil, américas, américa do sul, eleição, eleições legislativas, governo bolsonaro, jair bolsonaro, bolsonarismo, exclusiva, pl, partido liberal, valdemar costa neto
Análise: bolsonarismo pode rachar PL e abrir caminho para escolhas de Lula no Senado e na Câmara
21:19 03.01.2023 (atualizado: 15:10 09.01.2023) Especiais
As eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado são o assunto do momento em Brasília, enquanto os partidos negociam apoio e cargos. Para analista político consultado pela Sputnik Brasil, há um fator que pode enfraquecer as ambições do PL, dono da maior bancada no Congresso: o radicalismo herdado de Jair Bolsonaro.
O efeito político de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, pode ser descrito como uma faca de dois gumes. Por um lado, ele é o responsável pela eleição da maior bancada da história do Partido Liberal (PL), que chegou a 98 deputados e 14 senadores, alçando-se ao posto de principal partido de oposição ao PT.
Entretanto a
severa cartilha ideológica do capitão pode se tornar um problema para parlamentares que
buscam apoio político em seus projetos e até cargos dentro do Congresso. Essa é avaliação de Leonardo Puglia, sociólogo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
O analista político falou sobre as eleições para presidentes do Senado e da Câmara e enfatizou que a aposta do PL em Rogério Marinho para a presidência do Senado, para fazer frente a Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apoiado pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode
enfraquecer a sigla e, consequentemente, a oposição ao PT.
O Partido Liberal, diz ele, é uma das legendas com mais poder na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Coordenada por Valdemar Costa Neto, a sigla busca se "consolidar como o principal partido de oposição ao Palácio do Planalto" amparada na figura do ex-presidente.
Mas há um problema, conforme explicou. "O PL
é um partido tradicional do centrão, com uma base bastante fisiológica, que tem políticos
bolsonaristas mais radicalizados e outros menos."
Essa questão ficou exposta recentemente, com a saída da deputada Flávia Arruda. Candidata mais votada na capital do país em 2018 e chefe da Secretaria de Governo na gestão Bolsonaro, ela pediu desfiliação do PL um dia após a posse de Lula.
Para o analista político, o episódio revela que "haverá bolsonaristas mais radicais buscando protagonismo, e isso deve enfraquecer o PL na busca por espaços, porque essa tensão dentro do bolsonarismo tende a dividir o partido coordenado por Valdemar Costa".
O PL, na opinião dele, embora seja um partido conservador, abriga correntes e parlamentares que devem apoiar alguns projetos de Lula, principalmente se o presidente brasileiro mantiver as negociações com outras siglas do centrão, como o União Brasil e o PSD.
"O centrão do PL e os radicais eleitos na esteira do bolsonarismo vão rachar no futuro. Isso será uma situação muito dificil para o Valdemar contornar", disse.
Para Leonardo Puglia, "Arthur Lira [PP-AL] e Rodrigo Pacheco saem na frente na disputa pelas presidências da Câmara dos Deputados e do Senado. Ambos tentam a reeleição e são considerados favoritos. Minha expectativa é que os dois sejam eleitos sem maiores dificuldades".
30 de dezembro 2022, 12:43
O analista explica que, no caso do Senado, "existe uma aliança entre PT e os partidos que apoiam Lula, como MDB, PSD e União Brasil". Recentemente o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o União Brasil poderia entregar "no mínimo 60% dos votos da legenda no Congresso em troca de ministérios no governo Lula".
A costura de alianças, como essa, foi ressaltada pelo analista consultado pela Sputnik Brasil. "Lula está fazendo a distribuição dos últimos cargos, ele está em uma fase de negociação. O Renan Calheiros [MDB-AL] faz essa costura política para o Lula, sendo que o seu partido também deve apoiar as candidaturas de Rodrigo Pacheco e Arthur Lira."
A reeleição de Arthur Lira, diz ele, é ainda mais esperada, "porque ele está muto forte na Câmara e o Lula e o PT não pretendem fazer oposição ao seu nome, que deve ganhar essa eleição com mais folga do que quando enfrentou Baleia Rossi [MDB-SP] no último pleito dentro do Congresso".
12 de dezembro 2022, 23:38