Qual a situação do visto de Bolsonaro e Michelle nos EUA? Porta-voz do país comenta as condições
18:19 09.01.2023 (atualizado: 18:20 09.01.2023)
© Folhapress / Thiago AmâncioO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebe apoiadores em condomínio na região de Orlando, nos Estados Unidos, em 1º de janeiro de 2023
© Folhapress / Thiago Amâncio
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O ex-presidente Jair Bolsonaro e sua mulher, Michelle Bolsonaro, viajaram em 30 de dezembro para Orlando, na Flórida, com passaportes diplomáticos e avião da Força Aérea Brasileira (FAB), na condição de chefe de Estado e primeira-dama, respectivamente.
Segundo informações da emissora GloboNews nesta segunda-feira (9), Bolsonaro tem visto válido de turista para ingressar nos Estados Unidos. Michelle, por sua vez, solicitou a renovação do seu visto de turista antes de embarcar para o território norte-americano.
Em coletiva de imprensa cedida hoje (9), o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, foi questionado a respeito do assunto, com alusão à atual situação de Bolsonaro no país. O ex-presidente foi nominalmente citado.
Em resposta, Price afirmou que não comenta a situação de indivíduos porque tais informações de visto são privadas e, portanto, sigilosas. Genericamente, no entanto, ele deu informações sobre situações análogas à do ex-presidente da República do Brasil.
"Se alguém entra nos EUA com um visto diplomático para diplomatas ou chefes de Estado, se um portador desse visto não está mais realizando missões oficiais ou representando seu governo, ele deve deixar os EUA ou pedir a mudança do status de imigrante em 30 dias. Esse pedido de mudança de status do visto deve ser feito ao Departamento de Segurança Nacional. Então é dever do portador deixar o país ou pedir a mudança de status", declarou o porta-voz.
Questionado sobre se Bolsonaro teria efetuado tal pedido, Price disse que não poderia comentar uma questão individual devido ao teor sigiloso dos vistos do país norte-americano.
Os jornalistas, porém, insistiram na questão novamente e perguntaram o que ocorreria caso o portador de visto não tivesse solicitado a mudança da situação.
"Se um indivíduo não tem base para estar nos Estados Unidos, ele estará sujeito à deportação pelo Departamento de Segurança Nacional", concluiu Price.
Não se sabe se Bolsonaro e Michelle formalizaram a questão juntamente ao Departamento de Segurança Nacional.
Repórteres abordaram o assunto posteriormente e questionaram o que aconteceria caso alguém na situação de Bolsonaro não deixe os EUA nem peça a mudança de visto.
— Metrópoles (@Metropoles) January 9, 2023
“Estaria sujeito à deportação pelo Departamento de Segurança Nacional”, respondeu Ned Price. pic.twitter.com/xAq5YlzJDN
No começo da tarde desta segunda-feira (9), ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu entrada no hospital AdventHealth Celebration, nas imediações de Orlando, na Flórida. A alegação é a de que o político estaria com "fortes dores abdominais".
As informações foram divulgadas pelo colunista Lauro Jardim no jornal O Globo.
A internação ocorre logo em seguida à divulgação de que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a imediata extradição de Bolsonaro e, em caso de recusa, a prisão preventiva do ex-chefe do Executivo, o que lhe daria a condição de foragido da Justiça do Brasil.
Calheiros pediu ainda que Bolsonaro fosse investigado no inquérito que apura a organização de atos antidemocráticos, que corre no STF desde o ano passado.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro confirmou a internação de Bolsonaro nos EUA.
''Meus queridos, venho informar que o meu marido Jair Bolsonaro se encontra em observação no hospital, em razão de um desconforto abdominal decorrente das sequelas da facada que levou em 2018. Estamos em oração pela saúde dele e pelo Brasil'', escreveu Michelle em seu perfil nas redes sociais.
Bolsonaro viajou para os EUA em 30 de dezembro, um dia antes de seu mandato como presidente da República se encerrar e usando seu passaporte diplomático.
Da Flórida, o ex-presidente se esquivou da responsabilidade sobre os atos de vandalismo ocorridos em Brasília ontem (8), além de rebater as acusações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o movimento que prega um golpe de Estado no Brasil.
Até o começo da tarde desta segunda-feira (9), por volta de 1.500 pessoas foram presas, segundo informações do Ministério da Justiça.
O acampamento bolsonarista em Brasília foi desmobilizado por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.