Lavrov na coletiva: relações entre a Rússia e a América Latina estão em ascensão

"Tal como Napoleão mobilizou praticamente toda a Europa contra o Império Russo, Hitler mobilizou e conquistou, colocou em armas a maioria dos países europeus e os atirou contra a União Soviética, agora os EUA organizaram uma coalizão de praticamente todos os europeus que integram a OTAN e não só, dos membros da UE também, e através da Ucrânia por procuração estão travando uma guerra contra o nosso país com o mesmo objetivo – uma solução final da 'questão russa'. Tal como Hitler queria resolver a 'questão judaica', agora, se vocês lerem os políticos ocidentais […] eles dizem claramente que a Rússia deve sofrer uma derrota estratégica."

"As relações com a Ásia Central estão se desenvolvendo intensamente." Segundo ele, existem formatos coletivos para o trabalho ativo. Há também formatos adicionais: "cinco mais um", "cinco países da Ásia Central mais a Rússia".

Quanto aos hábitos coloniais, o presidente russo Putin falou sobre isso. Esta é uma avaliação real do que o Ocidente está tentando fazer. Colonialismo é quando você assume o controle e vive a custa deles. Pode-se subordinar todos os planos e estruturas de outro país, como os EUA estão fazendo com a UE. A perda da independência da União Europeia é um atributo da OTAN.

Os princípios da ONU estão sendo pervertidos pelo Ocidente, não houve respeito aos princípios da não interferência nos assuntos internos, centenas de vezes os EUA usaram suas forças no exterior em flagrante violação da Carta da ONU.

Sanções contra a Rússia são declaradas para que o povo russo faça uma revolução, ninguém está tentando esconder isso. A tentativa frenética de manter o domínio por todos os meios confirma que Washington está tentando parar a formação de um mundo multipolar que está se formando naturalmente.

Agenda deliberadamente de confronto da UE (União Europeia) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na declaração proclamada ao mundo todo, coloca diretamente os europeus sob o controle da Aliança do Atlântico Norte na contenção geopolítica da Rússia e China, ressaltou o ministro russo.

Sanções contrárias aos postulados ocidentais estão sendo usadas contra a Rússia, mas logo elas poderão ser aplicadas contra qualquer país que se recusar a obedecer às ordens dos EUA, considera Lavrov.

Ninguém pensou em tribunais quando os Estados Unidos invadiram a Síria e arrasaram as cidades sírias como Raqqa. Quando o Tribunal Penal Internacional decidiu dar atenção aos crimes norte-americanos no Afeganistão, EUA ameaçaram a mais alta autoridade judicial com sanções, declarou o chanceler russo.

"Quanto às perspectivas de negociações, isso foi considerado dezenas de vezes. Quando apoiamos o pedido de negociações da Ucrânia, o projeto de acordo proposto pela Ucrânia, bateram nas mãos da Ucrânia. Durante todo o verão e o no início do outono [europeu], os representares ocidentais diziam que era demasiado cedo para negociações, que deviam ser dadas mais armas, Zelensky apresentou inciativas ridículas, onde tem tudo amontoado: confissão da Rússia, tribunal, condenação. Negociações com Zelensky estão fora de questão porque ele proibiu negociações com a Rússia a nível legislativo", ressaltou chanceler russo.

"A operação militar especial tem seus objetivos que não foram inventados, que são definidos pelos interesses fundamentais de segurança da Rússia. Na Ucrânia, como em qualquer território que faz fronteira com a Rússia, não deve haver infraestrutura militar que ameace o nosso país, não deve haver discriminação e perseguição contra nossos compatriotas que se tornaram cidadãos do Estado ucraniano, mas querem preservar sua língua e cultura", disse Lavrov.

"Quando os nossos parceiros ocidentais negam e com veemência afirmam que não estão em guerra com a Rússia, que estão apenas ajudando a Ucrânia a lidar com a 'agressão', a restaurar sua integridade territorial, eles enganam. Os volumes de apoio mostram claramente que o Ocidente coletou muito nesta mesa contra a Rússia", disse o ministro russo.