WSJ: capacidade nuclear dos EUA comparada à da China 'não é poderosa o suficiente'
© AP Photo / Mark SchiefelbeinVeículos militares chineses transportando mísseis balísticos DF-17
© AP Photo / Mark Schiefelbein
Nos siga no
Atualmente, a modernização do arsenal nuclear dos EUA não é comparável ao contínuo aumento das capacidades chinesas na área nuclear, afirma artigo do The Wall Street Journal.
No início deste mês, o Pentágono declarou que a China alcançou um número de lançadores de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês) que excede o dos EUA e agora tem a chance de alcançar paridade ou mesmo superioridade aos EUA no que diz respeito à energia nuclear. De acordo com o jornal, juntamente com a expansão maciça do arsenal ICBM na China, a velocidade de fabricação de ogivas nucleares também atingiu um ritmo impressionante.
A mídia acrescenta que os avanços do país não se limitam ao que foi listado, já que a China passou a contar com um novo tipo de equipamento militar que nem os Estados Unidos nem a Rússia possuem. Fala-se de um sistema de bombardeio orbital fracionado que é capaz de circular o globo antes de lançar uma bomba nuclear que pode ganhar velocidades superiores a do som em até cinco vezes.
Como aponta o artigo, os EUA não estão preparados para conter as novas capacidades nucleares chinesas. Sua estrutura atual foi desenvolvida há mais de uma década e é amplamente baseada na corrida com a Rússia. A estratégia dos EUA foi baseada em cálculos de que a China poderia alcançar apenas algumas centenas de armas nucleares, enquanto agora o Pentágono se depara com uma possibilidade muito alta de que até o final da década Pequim tenha pelo menos 1.000 ogivas.
Assim, os Estados Unidos estão modernizando suas capacidades nucleares, mas para além disso, Washington procura substituí-las na proporção de um para um com um ritmo ainda lento.
"As forças nucleares dos EUA não são poderosas o suficiente para enfrentar a Rússia e a China ao mesmo tempo, o que é ainda mais preocupante, considerando o potencial para uma maior cooperação entre os dois países", admite a publicação.
As tensões entre China e Estados Unidos se intensificaram, principalmente após a visita a Taiwan no início de agosto da ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.
Em uma das conferências de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, respondeu à pergunta de um repórter sobre os comentários feitos pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, sobre a alegada opacidade do país asiático relativamente às suas atualizações militares.
"Os comentários dos EUA não são baseados em fatos e refletem uma mentalidade profundamente enraizada na Guerra Fria e um viés ideológico", afirmou o porta-voz.
Por esse motivo, Lijian pediu a Washington que parasse de manchar a imagem e atacar a China deliberadamente, já que o país asiático, segundo ele, está comprometido com "uma política externa independente e de paz".