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Biden veio a Kiev com declarações pomposas, mas sem promessas de armas, diz especialista

© AP Photo / Evan VucciO presidente dos EUA, Joe Biden, à esquerda, faz uma declaração enquanto o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, o ouve
O presidente dos EUA, Joe Biden, à esquerda, faz uma declaração enquanto o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, o ouve  - Sputnik Brasil, 1920, 20.02.2023
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O propósito da visita inesperada do presidente dos EUA, Joe Biden, a Kiev na segunda-feira (20) é para fazer uma bela fala para acalmar a América, a Europa e a Ucrânia, em vez de promessas de suprimentos das armas exigidas por Kiev, diz o especialista europeu em geopolítica do Centro de Análise Política e Estratégica Xavier Moreau.

"Após a Conferência de Munique [em 17-19 de fevereiro], a curta visita de Joe Biden a Kiev deve ser uma 'fala animadora' não só para a população ucraniana, mas também para os europeus e americanos, que estão cada vez mais preocupados com o desenvolvimento do conflito [...] Biden [chegou] a Kiev para dizer palavras bonitas, não para fornecer armas", disse ele à Sputnik.

Segundo o especialista, a administração Biden está cada vez mais preocupada com a situação na Ucrânia e realmente teme a derrota do Exército ucraniano. Até abril, apenas 50 tanques serão entregues à Ucrânia, o que não é suficiente para mudar o curso do conflito.
Ao mesmo tempo, Kiev continua enfrentando uma grave escassez de munição para as armas já entregues. A Europa não pode mais fornecê-las, pois já esgotou seus arsenais, observou Moreau.
Segundo ele, outra dificuldade para Kiev é a falta de soldados, já que muitos homens em idade militar tentam evitar serem recrutados para o Exército. Esse problema só pode ser resolvido enviando soldados de países da OTAN para a zona de conflito, mas nenhum governo quer recorrer a isso, diz o especialista.
Presidente da Ucrânia Vladimir Zelensky e presidente dos EUA Joe Biden no palácio Mariinsky em Kiev - Sputnik Brasil, 1920, 20.02.2023
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Ao mesmo tempo, o apoio militar no valor de 500 milhões de dólares (R$ 2,6 bilhões) anunciado por Biden não inclui nem mísseis de longo alcance para atacar a Rússia, nem os caças exigidos por Kiev. Ataques contra o território da Federação da Rússia levarão a uma resposta de Moscou contra os países da OTAN, que o Ocidente quer evitar a todo o custo, diz Moreau.
O especialista observou que a Ucrânia não iniciou uma contraofensiva no inverno, como foi anunciado anteriormente, e não a começará em abril. Segundo ele, Vladimir Zelensky já sugere que Kiev não durará muito, dizendo que as tropas ucranianas não vão defender Artyomovsk (Bakhmut na denominação ucraniana) a qualquer custo.
Além disso, a cidade em breve estará completamente sob controle do Exército russo, e Zelensky provavelmente estava esperando que Biden reconhecesse isso, acrescentou Moreau.
Assim, o único objetivo da viagem de Biden a Kiev é "compensar a impotência industrial-militar do Ocidente com declarações pomposas que promovem a guerra", enfatizou o especialista.
Nesta segunda-feira (20), o presidente norte-americano, Joe Biden, chegou à capital ucraniana para uma visita, segundo informação confirmada pela Casa Branca. Durante a visita, o chefe de Estado norte-americano confirmou ao homólogo ucraniano que o país receberá um novo pacote de ajuda militar no valor de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões).
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