https://noticiabrasil.net.br/20230222/eua-deveriam-estar-em-tribunal-de-guerra-por-invasao-do-iraque-diz-especialista-27760965.html
EUA deveriam estar em tribunal de guerra por invasão do Iraque, diz especialista
EUA deveriam estar em tribunal de guerra por invasão do Iraque, diz especialista
Sputnik Brasil
Em março, a invasão do Iraque pelos Estados Unidos completa 20 anos. Após duas décadas da incursão estadunidense, baseada na 'mentira do século', especialistas... 22.02.2023, Sputnik Brasil
2023-02-22T18:12-0300
2023-02-22T18:12-0300
2023-02-22T18:14-0300
panorama internacional
iraque
eua
eua no iraque
oriente médio e áfrica
oriente médio
américas
américa do norte
guerra
guerra do iraque
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e5/0c/1e/20868758_0:0:2022:1137_1920x0_80_0_0_06c0980a85fb13c2cc06f21fa96b703b.jpg
O argumento principal usado pelos EUA para invadir o Iraque foi o de que Bagdá possuía armas de destruição em massa, um argumento que se provou falso, em razão da inexistência de qualquer artefato com esse potencial em solo iraquiano.O episódio do podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, desta terça-feira (22) aproveitou a efeméride para questionar o legado deixado pelos EUA no Iraque. Especialistas ouvidos pelas jornalistas Melina Saad e Thaiana de Oliveira apontaram a falta de criminalização dos responsáveis pela guerra.Para Eden Pereira Lopes da Silva, professor de história da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), é possível classificar a justificativa estadunidense para a guerra de a mentira do século. Silva lembra que o ex-fuzileiro norte-americano Scott Ritter, ex-chefe dos inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) no Iraque, comprovou que não havia nem essas armas nem capacidade de produção destas antes de a invasão se concretizar."Essa denúncia foi defendida dentro do Conselho de Segurança da ONU. Houve uma oficial que, caso fosse [apresentada por] um país com menos poder geopolítico, com certeza estaria hoje em um tribunal de guerra envolvendo vários dos seus líderes, como aconteceu em outras guerras", completou.O especialista afirmou que a discussão de que o Iraque possuía essas armas "era extremamente mentirosa e visava apenas atender aos interesses geopolíticos, econômicos e militares dos Estados Unidos naquele momento". Havia, inclusive, interesses particulares da gestão de George W. Bush na invasão, em especial do então vice-presidente, Dick Cheney, por conta do petróleo iraquiano e dos contratos de reconstrução.O pesquisador aponta ainda que os EUA deixaram um legado de destruição no Iraque.Para ele, isso acabou "com toda a perspectiva de futuro, de desenvolvimento econômico-social que o país tinha". "O discurso dos Estados Unidos de reconstruir o Iraque, de trazer a prosperidade, de transformá-lo na maior democracia do Oriente Médio, isso está muito longe de ser verdade. Se a gente olha para o Iraque hoje, 20 anos depois, enfim, vê essa situação [...] hoje de [...] quase que guerra de gangues no meio das ruas."Victor Missiato, professor do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré, também classifica a invasão do Iraque de "uma das maiores vergonhas da política internacional do século XXI".
https://noticiabrasil.net.br/20230203/invasao-dos-eua-no-iraque-inicio-da-guerra-e-seu-impacto-27369584.html
https://noticiabrasil.net.br/20230205/lavrov-desembarca-no-iraque-em-visita-oficial-ao-pais-27414211.html
https://noticiabrasil.net.br/20230221/eua-travam-guerra-secreta-contra-russia-sem-qualquer-motivo-diz-midia-americana-27727193.html
iraque
oriente médio
américa do norte
estados unidos
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2023
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e5/0c/1e/20868758_0:27:2022:1544_1920x0_80_0_0_5bb75d0432d90d79724413f89d196cb2.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
iraque, eua, eua no iraque, oriente médio e áfrica, oriente médio, américas, américa do norte, guerra, guerra do iraque, invasão, armas de destruição em massa, estados unidos, exclusiva, mundioka, podcast
iraque, eua, eua no iraque, oriente médio e áfrica, oriente médio, américas, américa do norte, guerra, guerra do iraque, invasão, armas de destruição em massa, estados unidos, exclusiva, mundioka, podcast
EUA deveriam estar em tribunal de guerra por invasão do Iraque, diz especialista
18:12 22.02.2023 (atualizado: 18:14 22.02.2023) Redação
Equipe da Sputnik Brasil
Especiais
Em março, a invasão do Iraque pelos Estados Unidos completa 20 anos. Após duas décadas da incursão estadunidense, baseada na 'mentira do século', especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil afirmam que o país segue marcado por instabilidades e os responsáveis pela destruição iraquiana não foram punidos por crimes de guerra que teriam sido cometidos.
O argumento principal usado pelos EUA para invadir o Iraque foi o de que Bagdá possuía
armas de destruição em massa, um argumento que se provou falso,
em razão da inexistência de qualquer artefato com esse potencial em solo iraquiano.
O
episódio do podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, desta terça-feira (22) aproveitou a efeméride para questionar o
legado deixado pelos EUA no Iraque. Especialistas ouvidos pelas jornalistas Melina Saad e Thaiana de Oliveira
apontaram a falta de criminalização dos responsáveis pela guerra.
Para Eden Pereira Lopes da Silva, professor de história da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), é possível classificar a justificativa estadunidense para a guerra de a mentira do século. Silva lembra que o ex-fuzileiro norte-americano Scott Ritter, ex-chefe dos inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) no Iraque, comprovou que não havia nem essas armas nem capacidade de produção destas antes de a invasão se concretizar.
3 de fevereiro 2023, 09:40
"Todo o grosso das armas e todo o know-how que existia a possibilitar a construção dessas armas havia sido destruído ao longo dos anos 1990. Então não fazia sentido algum dizer que essas armas existiam naquele momento. O discurso do Colin Powell [secretário de Estado dos EUA entre 2001 e 2005] na ONU é realmente a mentira do século", afirmou o professor da UERJ.
"Essa denúncia foi defendida dentro do Conselho de Segurança da ONU. Houve uma oficial que, caso fosse [apresentada por] um país com menos poder geopolítico, com certeza estaria hoje em um tribunal de guerra envolvendo vários dos seus líderes, como aconteceu em outras guerras", completou.
O especialista afirmou que a discussão de que o Iraque possuía essas armas "era extremamente mentirosa e visava apenas atender aos interesses geopolíticos, econômicos e militares dos Estados Unidos naquele momento". Havia, inclusive, interesses particulares da gestão de George W. Bush na invasão, em especial do então vice-presidente, Dick Cheney, por conta do petróleo iraquiano e dos contratos de reconstrução.
O pesquisador aponta ainda que os EUA deixaram um legado de destruição no Iraque.
"Se a gente pega todos os índices educacionais, de saúde, de avanço social que existiam no Iraque antes de 2003 e depois de 2003, as pessoas praticamente caem para trás. Em 2003, ele tinha o mesmo consumo de energia elétrica per capita que a China, tinha um dos melhores sistemas de educação do Oriente Médio e tinha o melhor sistema de saúde do Oriente Médio [...]. E isso foi uma construção de décadas, porque o Iraque sempre foi um país que passou por uma série de conflitos no século XX. Sempre foi ocupado por forças estrangeiras. Os 30 anos do período baathista foram muito importantes para a história iraquiana do ponto de vista do desenvolvimento social, algo que retrocedeu muito desde 2003, sobretudo em virtude da ascensão de movimentos fundamentalistas que transformaram o Iraque praticamente em uma praça de guerra."
5 de fevereiro 2023, 18:02
Para ele, isso acabou "com toda a perspectiva de futuro, de desenvolvimento econômico-social que o país tinha". "O discurso dos Estados Unidos de reconstruir o Iraque, de trazer a prosperidade, de transformá-lo na maior democracia do Oriente Médio, isso está muito longe de ser verdade. Se a gente olha para o Iraque hoje, 20 anos depois, enfim, vê essa situação [...] hoje de [...] quase que guerra de gangues no meio das ruas."
Victor Missiato, professor do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré, também classifica a invasão do Iraque de "uma das maiores vergonhas da política internacional do século XXI".
"Trata-se, talvez, de uma das maiores mentiras do século XXI a notícia de que o Iraque possuía armas de destruição em massa. [Essas armas] não estavam em lugar nenhum. Embora o Iraque tenha utilizado armas químicas contra alguns povos ali dentro, as armas de destruição em massa previstas pelos Estados Unidos não se configuraram como uma realidade."
21 de fevereiro 2023, 07:37