Pequim crê que estratégia dos EUA de criar uma OTAN na Ásia-Pacífico está 'condenada ao fracasso'
06:11 07.03.2023 (atualizado: 10:58 07.03.2023)
© AP Photo / Jason TarletonNesta foto divulgada pelo Comando Indo-Pacífico dos EUA, o grupo de ataque de porta-aviões do Reino Unido liderado pelo HMS Queen Elizabeth (R 08) e as Forças de Autodefesa Marítima do Japão lideradas pelo destróier de helicópteros da classe Hyuga (JMSDF) JS Ise (DDH 182 ) juntaram-se aos grupos de ataque de porta-aviões da Marinha dos EUA liderados pelos navios-chefe USS Ronald Reagan (CVN 76) e USS Carl Vinson (CVN 70) para conduzir várias operações de grupo de ataque de porta-aviões no mar das Filipinas, em 3 de outubro de 2021
© AP Photo / Jason Tarleton
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A estratégia dos EUA para o Indo-Pacífico é na verdade uma tentativa de formar uma versão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na região, disse o ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, em coletiva de imprensa anual nesta terça-feira (7).
"A estratégia dos Estados Unidos para o Indo-Pacífico, embora ostentando liberdade e abertura, está na realidade se desfazendo em grupos fechados, círculos exclusivos, sob o pretexto de proteger a segurança regional, está na verdade provocando confrontos, planejando organizar uma versão da Ásia-Pacífico da OTAN", disse Qin Gang.
O diplomata enfatizou que o objetivo da estratégia norte-americana para o Indo-Pacífico é conter a China, mas está "condenada ao fracasso".
A região da Ásia-Pacífico deveria ser um palco para uma cooperação mutuamente benéfica, não um tabuleiro de xadrez para o confronto geopolítico, disse o chefe da diplomacia chinesa.
Segundo Gang, uma guerra fria não deve começar na Ásia, e uma crise ao estilo ucraniano não deve, de forma alguma, ser reproduzida na região.
Durante a coletiva de imprensa, o chanceler chinês questionou as diferentes posições dos Estados Unidos sobre soberania nas situações de Taiwan e Ucrânia.
"O povo chinês está razoavelmente fazendo perguntas. Por que, quando se trata da Ucrânia, os Estados Unidos se queixam de respeitar a soberania e a integridade territorial, mas quando se trata da questão de Taiwan e da China, eles não respeitam a soberania e a integridade territorial da China?", indagou.
No início de março, a China fez uma reclamação aos Estados Unidos com relação à aprovação de um possível acordo de venda de mais de US$ 600 milhões (R$ 3 bilhões) em munições para caças F-16 e equipamentos americanos para Taiwan.