- Sputnik Brasil, 1920
Panorama internacional
Notícias sobre eventos de todo o mundo. Siga informado sobre tudo o que se passa em diferentes regiões do planeta.

Bombas letais: o que são as munições de fragmentação e por que a Ucrânia quer obtê-las?

© AP Photo / Mohammed ZaatariBombas de fragmentação lançadas por aviões militares israelenses durante guerra entre o Hezbollah e Israel (foto de arquivo)
Bombas de fragmentação lançadas por aviões militares israelenses durante guerra entre o Hezbollah e Israel (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 08.03.2023
Nos siga no
Embora mais de 100 países proíbam o uso de munições de fragmentação ao abrigo de uma convenção, Washington as utilizava frequentemente nas suas campanhas militares. Agora Kiev está considerando a possibilidade de usar este armamento de fabricação dos EUA contra as forças russas.
De acordo com a mídia britânica, que cita os membros do Comitê dos Serviços Armados da Câmara dos Representantes Jason Crow e Adam Smith, que afirmam que a Ucrânia está buscando obter bombas de fragmentação de fabrico norte-americano MK-20 no âmbito da ajuda militar de Washington a Kiev no decorrer da operação militar especial russa.

O que é uma bomba de fragmentação?

Uma munição ou bomba de fragmentação é uma arma extremamente letal que contém várias submunições explosivas ou minibombas. Estas bombas são normalmente lançadas de aviões ou disparadas de terra ou do mar. Elas se abrem no ar e libertam dezenas ou centenas de submunições, que podem cobrir uma área do tamanho de vários campos de futebol, ou mais de 300 metros quadrados.
Os críticos explicam que quando as bombas de fragmentação se dispersam podem mutilar e matar civis e têm alta porcentagem de falhas, por isso as munições não explodidas representam um perigo durante anos após o fim de um conflito.
Quanto à MK-20 Rockeye II, também conhecida como bomba de fragmentação CBU-100, é uma arma convencional de queda livre lançada do ar e fabricada nos EUA. A munição de 222 kg, projetada principalmente para atacar veículos blindados inimigos, foi introduzida em 1986 para substituir as anteriores bombas de fragmentação utilizadas pela Força Aérea dos EUA na Guerra do Vietnã de 1955-1975.
Parte de um foguete lançado durante conflitos na Ucrânia - Sputnik Brasil, 1920, 07.03.2023
Operação militar especial russa
Ucrânia quer canibalizar bombas de fragmentação dos EUA para usá-las em drones, diz Reuters

Por que Kiev quer bombas MK-20?

Aparentemente, o governo ucraniano manifestou sua esperança de que as bombas de fragmentação MK-20 deem a Kiev "uma vantagem na dura luta contra as forças russas". O principal democrata do Comitê de Serviços Armados da Câmara de Representantes, Adam Smith, foi citado pela mídia norte-americana dizendo que o Exército ucraniano acredita que essas submunições "têm melhor capacidade de perfuração de blindagens" que as armas "que lançava de aviões não tripulados".
Por sua parte, o chanceler ucraniano, Dmitry Kuleba, disse que Kiev não é signatário da Convenção sobre Munições de Fragmentação, por isso argumentou que o fato de os EUA fornecerem à Ucrânia este tipo de armamentos está alegadamente em conformidade com o direito internacional.
A empresa dos EUA Textron Systems Corporation deixou de produzir as MK-20 em 2016 depois de o país cessar as vendas à Arábia Saudita, mas um assessor anônimo do Congresso declarou à mídia norte-americana que há mais de um milhão de submunições de fragmentação em seu arsenal militar.

As bombas de fragmentação são proibidas?

A Convenção sobre Munições de Fragmentação é um tratado internacional que proíbe qualquer uso, transferência, produção e armazenamento deste tipo de armas. O documento também estabelece um quadro de apoio à assistência às vítimas e limpeza de locais atingidos. A convenção foi adoptada em 30 de maio de 2008 em Dublin, entrou em vigor em 1º de agosto de 2010 e abrange 123 países. Vale destacar que nem a Ucrânia nem os EUA são signatários da convenção.
Míssil ucraniano Tochka-U caído no território do hospital militar na região de Zaporozhie, 21 de abril de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 29.08.2022
Panorama internacional
Sputnik revela evidências do uso de armas proibidas pela Ucrânia na véspera de conferência na Suíça

Onde os EUA usaram bombas de fragmentação?

Entre 1964 e 1973, a Força Aérea dos EUA usou munições de fragmentação durante as Guerras da Indochina, nas quais foram lançadas 285 milhões de submunições de fragmentação norte-americanas sobre alvos no Vietnã, Laos e Camboja, matando dezenas de milhares de pessoas.
Entre 60.000 e 80.000 bombas de fragmentação foram lançadas em posições iraquianas por aviões dos EUA, britânicos e franceses durante a Guerra do Golfo de 1991.
Durante o bombardeamento pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 1999 da então Iugoslávia, os EUA e seus aliados utilizaram cerca de 2.000 munições de fragmentação com mais de 380.000 pequenas bombas contra as forças de segurança e a população civil iugoslava.
Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала