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Como se comportarão a China e Xi Jinping em um mundo em mudança?

© AP Photo / Alex BrandonPresidentes da China e dos EUA, Xi Jinping (à esquerda) e Joe Biden, durante reunião bilateral à margem da cúpula do G20 na Indonésia, em 14 de novembro de 2022
Presidentes da China e dos EUA, Xi Jinping (à esquerda) e Joe Biden, durante reunião bilateral à margem da cúpula do G20 na Indonésia, em 14 de novembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 10.03.2023
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Pequim está tomando preparativos em meio às cada vez mais deterioradas relações com o Ocidente, que está aumentando os gastos militares na Ásia-Pacífico, disse especialista sobre a região.
Thomas W. Pauken II, autor do livro " EUA vs. China: Da Guerra Comercial ao Acordo Recíproco" ("EUA vs. China: From Trade War to Reciprocal Deal", em inglês), concedeu uma entrevista à Sputnik, na qual deu sua opinião sobre Xi Jinping, que acaba de ser eleito para um terceiro mandato como presidente chinês.
O também consultor em assuntos da Ásia-Pacífico espera que haja uma "pressão política esmagadora" por parte dos EUA. Ele não vê Joe Biden como um "presidente forte" que ataque a China militarmente, e prevê sobretudo uma política de "contenção" econômica, diplomática e política, mas espera que o ano possa resultar em relações ainda mais deterioradas com o Ocidente devido à falta de compromissos por ambas as partes.
Sobre a estratégia de Xi diante de tais desenvolvimentos, o especialista geopolítico notou uma tendência de centralização do sistema de poder. Relativamente às medidas de Biden para parar o surgimento da China como um poder tecnológico global, Pauken respondeu que Pequim procurará continuar inovando através da localização da ciência, como através de hubs de pesquisa e desenvolvimento, e assegurando que as patentes chinesas sejam cumpridas.
Quanto ao reforço dos gastos militares norte-americanos para "dissuadir" a China, o analista não crê que "os chineses estejam nervosos sobre o poder militar de Biden", tendo em conta o esgotamento dos stocks de armas e munições enviados para a Ucrânia, que diz serem difíceis de voltar a produzir. No entanto, Thomas Pauken reconheceu que "a maioria dos chineses não gosta de que provavelmente vá haver mais expansão militar na região da Ásia-Pacífico".
A Sputnik perguntou ainda o que a China tem na manga para responder ao brandir das armas dos EUA.
"Eles não têm que responder realmente de forma forte, porque parece que Biden e os EUA estão agindo de forma tão agressiva, que estão se machucando no processo. Basta ver a guerra por procuração na Ucrânia e como eles enviaram mais de US$ 100 bilhões [R$ 520,03 bilhões] para a Ucrânia. E eles nem sequer vão auditar os fundos que foram para lá porque têm medo que as pessoas descubram para onde o dinheiro foi", assinalou o entrevistado.
"Ao mesmo tempo, muitas dessas armas estão sendo enviadas para a Ucrânia. Portanto, o que eu quero dizer é que os EUA e o Ocidente estão sendo tão agressivos, mas não estão sendo agressivos de forma inteligente. Dito isto, os chineses não têm realmente que fazer nada em troca. Há um velho ditado que ouvi de uma pessoa chinesa, que diz: 'quando seu inimigo está agindo tolamente, não diga nada para detê-lo.'"
Para o especialista sobre a Ásia-Pacífico, a falta de armas após o esvaziamento de estoques terá ramificações a longo prazo na OTAN, na Europa, no Reino Unido, nos EUA e no resto da Europa. Isso está levando países como a Coreia do Sul e o Japão a aumentar a produção de armas, mas não será suficiente para os próximos anos, conclui.
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