Lavrov: 'Decisão britânica de enviar urânio empobrecido a Kiev prejudica estabilidade estratégica'
13:16 21.03.2023 (atualizado: 13:27 21.03.2023)
© Sputnik / Serviço de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da RússiaSergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, participa de coletiva de imprensa após discussões com Sergei Aleynik, seu homólogo de Belarus, em Minks, Belarus, 19 de janeiro de 2023
© Sputnik / Serviço de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia
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O comunicado britânico gerou reação em Moscou, que sublinhou como a ação colocará os ucranianos comuns em perigo, e como a estabilidade do mundo será prejudicada pela decisão de Londres.
Nesta terça-feira (21), a vice-ministra da Defesa britânica, Annabel Goldie, informou que o Reino Unido decidiu fornecer munições de urânio empobrecido à Ucrânia, conforme noticiado. Após o anúncio, o chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que a decisão britânica "prejudica a estabilidade no mundo".
"Não ficarei surpreso com isso, porque eles já perderam a perspectiva em termos de como essas ações minam a estabilidade estratégica em todo o mundo. Se isso for verdade, então eles [as autoridades do Reino Unido] estão prontos não apenas para assumir riscos, mas também para violar o direito humanitário internacional, como aconteceu em 1999 na Iugoslávia, e muitas outras coisas, incluindo crimes de guerra, crimes contra a humanidade", disse Lavrov à emissora Rossiya 24 hoje (21).
O chefe da delegação russa nas negociações de segurança militar e controle de armas em Viena, Konstantin Gavrilov, também comentou o assunto e disse que os britânicos colocam em perigo os ucranianos comuns com sua decisão.
"Os britânicos devem levar em conta que, com suas ações, eles, antes de tudo, colocam em perigo os ucranianos comuns, cujo destino os preocupa tanto: projéteis com urânio empobrecido infectam a área e podem causar câncer", disse Gavrilov.
O diplomata também lembrou, assim como Lavrov, que isso já havia acontecido quando os militares ocidentais experimentaram essas munições durante o bombardeio da Iugoslávia e durante a invasão do Iraque, resultando em mais de 1,2 milhão de civis.
"As lições do passado não são aprendidas de novo?", indagou Gavrilov, acrescentando que Moscou responderá adequadamente à ação e que a decisão de Londres "é mais um passo em direção ao abismo da escalada".