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Projeto histórico divulga 1º documento com lista das vítimas do massacre de Khatyn de 1943 (FOTOS)
Projeto histórico divulga 1º documento com lista das vítimas do massacre de Khatyn de 1943 (FOTOS)
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No 80º trágico aniversário do massacre no povoado de Khatyn, Belarus, em 22 março de 1943, o projeto "Sem prescrição de pena" publicou o documento da... 22.03.2023, Sputnik Brasil
2023-03-22T13:51-0300
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O caso de Khatyn é um dos símbolos do genocídio nazista contra os povos da URSS nos territórios ocupados pelas tropas do Terceiro Reich e seus aliados. Representando um de milhares de povoados soviéticos com sua população eliminada por completo, Khatyn não foi o maior povoado massacrado, nem foi o que enfrentou brutalidades mais terríveis.Mas com um morador adulto e várias crianças do povoado sobreviventes do terror testemunhado, tendo sido encontrados documentos alemães sobre o acontecido no povoado, os moradores de Khatyn são um raro caso para conhecermos a informação detalhada sobre seu assassinato – uma "sorte" que a maioria das inúmeras outras vítimas não tiveram.Conforme relatou Vyacheslav Selemenev, cientista sênior do Arquivo Nacional de Belarus, hoje temos imagem completa do acontecimento. O prólogo para a tragédia foi um ataque bem-sucedido da guerrilha soviética, liderada pelo lendário comandante Vasily Voronyansky, contra as forças alemães do 118º Batalhão Policial, na manhã de 22 março nos arredores do povoado. Após os guerrilheiros causarem perdas graves e até eliminarem um capitão alemão, Hans Woellke, logo foram perseguidos pelas reservas inimigas do 118º Batalhão e do Batalhão Dirlewanger.Seguindo as instruções do alto comando militar alemão, que prescreveram usar "quaisquer medidas" contra as "raças inferiores" conquistadas, mesmo que fossem crianças, mulheres ou idosos, e tendo em vista a impunidade por quaisquer atos no território soviético, ao se aproximarem do povoado de Khatyn as forças nazistas descartaram a chance de apanhar o grupo de Voronyansky, tendo na mente outra ideia.Ao entrar no povoado à tarde, os soldados dos batalhões 188º e Dirlewanger forçaram os moradores a sair das casas e se juntar dentro de uma barraca. Os nazistas cercaram a barraca, a queimaram, atirando de metralhadoras para dentro para evitar a sobrevivência de qualquer representante das "raças inferiores".Josef Kaminsky, que então tinha 56 anos, perdeu consciência durante o incêndio, acordando de noite quando os executores partiram. Ele assistiu à morte lenta de seus conhecidos e familiares, incluindo seu próprio filho Adam, de 15 anos, que morreu nos seus braços.Segundo a lista publicada, entre as 149 pessoas assassinadas 75 eram crianças, incluindo o menino Tolik de sete semanas de idade. Entre os adultos, a maioria eram mulheres e idosos, por quase todos os homens adultos já terem se juntado ao Exército Vermelho ou a grupos de guerrilha comunistas.No tribunal de Nuremberg a liderança nazista negava os seus crimes, os justificava com a luta contra a guerrilha, exibindo as vítimas como guerrilheiros armados, mas poucas testemunhas das inúmeras Khatyn soviéticas conseguiram sobreviver e contribuir para a revelação de um dos maiores crimes do século XX, realizado pelo regime nazista e seus apoiadores, incluindo o movimento nacionalista ucraniano.Apesar das poucas controvérsias entre os nazistas alemães e nacionalistas ucranianos, ambos tinham uma visão comum para o futuro da população russa, belarussa, judaica, cigana, polonesa nos futuros territórios do Terceiro Reich/Ucrânia independente. Então, nacionalistas ucranianos faziam parte de várias unidades militares da Alemanha nazista, incluindo o 188º Batalhão Policial e o Batalhão Dirlewanger.O medo da punição pelo crime de Khatyn fez muitos deles tentar escapar à Justiça. Grigory Vasyura e Vasily Meleshko, do 188º Batalhão, se escondendo da Justiça por décadas na URSS, ao final foram executados em 1986 e 1975, respectivamente.Vladimir Katryuk escolheu uma tática mais astuta, emigrando para o Canadá. Então, quando a sua participação do crime de Khatyn foi revelada em 2015, o Canadá se recusou a entregar à Rússia a pessoa acusada "apenas" de genocídio contra belarussos. Para mais, já tinha se realizado o golpe de 2014 na Ucrânia, então após a revelação Katryuk também preservou o título de cidadão honorário da cidade ucraniana de Chernovtsy.A posição das autoridades do Canadá e da Ucrânia determinou que quando um dos assassinos dos 149 moradores de Khatyn foi para outra dimensão, no mesmo ano de 2015, ele foi como pessoa livre e cidadão honorário.
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belarus, segunda guerra mundial, grande guerra pela pátria, nazismo, genocídio, khatyn, alemanha, nacionalistas ucranianos
belarus, segunda guerra mundial, grande guerra pela pátria, nazismo, genocídio, khatyn, alemanha, nacionalistas ucranianos
Projeto histórico divulga 1º documento com lista das vítimas do massacre de Khatyn de 1943 (FOTOS)
No 80º trágico aniversário do massacre no povoado de Khatyn, Belarus, em 22 março de 1943, o projeto "Sem prescrição de pena" publicou o documento da investigação do crime com a lista dos 149 moradores eliminados pelos nazistas.
O caso de Khatyn é um dos símbolos
do genocídio nazista contra os povos da URSS nos territórios ocupados pelas tropas do Terceiro Reich e seus aliados. Representando um de milhares de povoados soviéticos com sua população
eliminada por completo, Khatyn não foi o maior povoado massacrado, nem foi o que enfrentou brutalidades mais terríveis.
Mas com um morador adulto e várias crianças do povoado sobreviventes do terror testemunhado, tendo sido encontrados documentos alemães sobre o acontecido no povoado, os moradores de Khatyn são um raro caso para conhecermos a informação detalhada sobre seu assassinato – uma "sorte" que a maioria das inúmeras outras vítimas não tiveram.
Conforme relatou Vyacheslav Selemenev, cientista sênior do Arquivo Nacional de Belarus, hoje temos imagem completa do acontecimento.
O prólogo para a tragédia foi um ataque bem-sucedido da guerrilha soviética, liderada pelo lendário comandante Vasily Voronyansky, contra as forças alemães do 118º Batalhão Policial, na manhã de 22 março nos arredores do povoado. Após os guerrilheiros causarem perdas graves e até eliminarem um capitão alemão, Hans Woellke, logo foram perseguidos pelas reservas inimigas do 118º Batalhão e do Batalhão Dirlewanger.
Seguindo as instruções do alto comando militar alemão, que prescreveram usar "quaisquer medidas" contra as "raças inferiores" conquistadas, mesmo que fossem crianças, mulheres ou idosos, e tendo em vista a impunidade por quaisquer atos no território soviético, ao se aproximarem do povoado de Khatyn as forças nazistas descartaram a chance de apanhar o grupo de Voronyansky, tendo na mente outra ideia.
Ao entrar no povoado à tarde, os soldados dos batalhões 188º e Dirlewanger forçaram os moradores a sair das casas e se juntar dentro de uma barraca. Os nazistas cercaram a barraca, a queimaram, atirando de metralhadoras para dentro para evitar a sobrevivência de qualquer representante das "raças inferiores".
Josef Kaminsky, que então tinha 56 anos, perdeu consciência durante o incêndio, acordando de noite quando os executores partiram. Ele assistiu à morte lenta de seus conhecidos e familiares, incluindo seu próprio filho Adam, de 15 anos, que morreu nos seus braços.
Segundo a lista publicada, entre as 149 pessoas assassinadas
75 eram crianças, incluindo o menino Tolik
de sete semanas de idade. Entre os adultos, a maioria eram mulheres e idosos, por quase todos os homens adultos já terem se juntado ao
Exército Vermelho ou a grupos de guerrilha comunistas.
No tribunal de Nuremberg a liderança nazista negava os seus crimes, os justificava com a luta contra a guerrilha, exibindo as vítimas como guerrilheiros armados, mas poucas testemunhas das inúmeras Khatyn soviéticas conseguiram sobreviver e contribuir para a revelação de
um dos maiores crimes do século XX, realizado pelo regime nazista e seus apoiadores, incluindo o movimento nacionalista ucraniano.
Apesar das poucas controvérsias entre os nazistas alemães e nacionalistas ucranianos, ambos tinham uma visão comum para o futuro da população russa, belarussa, judaica, cigana, polonesa nos futuros territórios do Terceiro Reich/Ucrânia independente. Então, nacionalistas ucranianos faziam parte de várias unidades militares da Alemanha nazista, incluindo o 188º Batalhão Policial e o Batalhão Dirlewanger.
O medo da punição pelo crime de Khatyn fez muitos deles tentar escapar à Justiça. Grigory Vasyura e Vasily Meleshko, do 188º Batalhão, se escondendo da Justiça por décadas na URSS, ao final foram executados em 1986 e 1975, respectivamente.
Vladimir Katryuk escolheu uma tática mais astuta, emigrando para o Canadá. Então, quando a sua participação do crime de Khatyn foi revelada em 2015, o Canadá se recusou a entregar à Rússia a pessoa acusada "apenas" de
genocídio contra belarussos. Para mais, já tinha se realizado o golpe de 2014 na Ucrânia, então após a revelação Katryuk também preservou o título de
cidadão honorário da cidade ucraniana de Chernovtsy.
A posição das autoridades do Canadá e da Ucrânia determinou que quando um dos assassinos dos 149 moradores de Khatyn foi para outra dimensão, no mesmo ano de 2015, ele foi como pessoa livre e cidadão honorário.
"Cada parte de Belarus tem a sua própria história do seu próprio Khatyn [...]. O dever dos vivos perante os falecidos é revelar os culpados do genocídio em massa, guardar com cuidado a memória daqueles acontecimentos horríveis e prevenir que a nossa terra sagrada se torne palco de tragédia mais uma vez", proclamou o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, no seu discurso na comemoração dos 80 anos do massacre de Khatyn, em 22 de março de 2023.