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Quais são verdadeiros interesses dos EUA que Finlândia adira à OTAN?

© AP Photo / Stephanie LecocqO secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin, à esquerda, posa com o ministro da Defesa da Finlândia Antti Kaikkonen, centro, e o ministro da Defesa da Suécia Peter Hultqvist enquanto se reúnem à margem de uma reunião dos ministros da Defesa da OTAN na sede da OTAN em Bruxelas, em 13 de outubro de 2022.
O secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin, à esquerda, posa com o ministro da Defesa da Finlândia Antti Kaikkonen, centro, e o ministro da Defesa da Suécia Peter Hultqvist enquanto se reúnem à margem de uma reunião dos ministros da Defesa da OTAN na sede da OTAN em Bruxelas, em 13 de outubro de 2022. - Sputnik Brasil, 1920, 24.03.2023
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A Finlândia continua avançando em sua tentativa de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), e em 23 de março o presidente do país escandinavo, Sauli Niinisto, assinou as leis sobre adesão à aliança. Especialistas explicam à Sputnik que os interesses geopolíticos e econômicos dos EUA estão por trás disso.
A assinatura recente pelo presidente da Finlândia da proposta do governo finlandês dedicada à adesão à OTAN é a última etapa no caminho do país para o bloco militar.

"Os interesses tanto geopolíticos como econômicos dos Estados Unidos, como membro principal e fundador da organização, estão completamente ligados à entrada da Finlândia na OTAN", disse a dra. Imelda Ibáñez, especialista em relações internacionais e diplomacia russa da Universidade Estatal de São Petersburgo, à Sputnik.

Segundo a especialista, que também é professora na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), é do interesse dos EUA que a Finlândia adira à OTAN porque o país vai ser um membro adicional em termos de compra e estacionamento de armas.
"Ainda não sabemos que lugar a Finlândia vai desempenhar na organização, se isso se tornar uma realidade. Não sabemos se vai permitir o estacionamento de armas convencionais ou mesmo nucleares, ou se será um país para exercícios militares", acrescentou ela.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, à direita, e o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, apertam as mãos durante uma cerimônia de boas-vindas no palácio presidencial em Ancara, Turquia, 17 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 17.03.2023
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Ibáñez não prevê uma escalada imediata das tensões entre a OTAN, os EUA e a Rússia, mas observa que se a entrada da Finlândia se tornar um fato, será inevitável que a Rússia exerça novas medidas para proteger sua fronteira com o território finlandês.

"A Rússia certamente vai fortalecer sua posição, e também é provável que venhamos a ver uma mudança em sua política estratégica em relação à região do Ártico. Os líderes russos vão responder estrategicamente, reforçando ainda mais sua presença no Ártico e no mar Báltico", disse ela.

Segundo Isela Valdéz, professora da Faculdade de Estudos Superiores da UNAM, com a entrada da Finlândia na OTAN a aliança militar vai ter acesso livre ao espaço aéreo do país, o que não é bom para a Rússia.
Embora os Estados Unidos sejam um aliado da Ucrânia no conflito em curso, Washington não tem nenhuma justificação para entrar plenamente no conflito no Leste Europeu. No entanto, ela adverte que a ação de Helsinque pode abrir o caminho para que este último aconteça.
"Não há nenhuma justificação direta para a entrada dos Estados Unidos [no conflito ucraniano], portanto, uma das formas de entrar é precisamente se houver um conflito com um país que faz parte da OTAN", afirma Valdéz.
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Adesão da Suécia e Finlândia à OTAN

Em 17 de maio de 2022, Finlândia e Suécia enviaram para aliança o pedido para entrar no bloco militar. Contudo, é necessário que o pedido venha a ser aceito por todos os países-membros.
Até o momento a Hungria e a Turquia resistem à entrada da Suécia no bloco, mas estão a favor da adesão da Finlândia.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, disse que a decisão da Finlândia de aderir à OTAN foi irrefletida, contraproducente e piorou a situação na região.

"[A decisão do governo finlandês] foi tomada sem um amplo debate social, sob a influência de uma campanha russófoba sem precedentes na mídia", disse ela.

Zakharova acrescentou que a decisão contribui para a militarização da região do Báltico e para o crescimento das tensões no Ártico.
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