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Mídia: ante fortes protestos em Israel, Netanyahu diz que vai suspender reforma judicial

© AFP 2023 / AHMAD GHARABLIManifestantes entoam slogans e agitam bandeiras durante uma manifestação contra a reforma judicial do governo israelense no exterior da residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Jerusalém, em 27 de março de 2023
Manifestantes entoam slogans e agitam bandeiras durante uma manifestação contra a reforma judicial do governo israelense no exterior da residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Jerusalém, em 27 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 27.03.2023
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse aos parceiros de coalizão que decidiu suspender a controversa reforma judicial, informa o canal de TV KAN, nesta segunda-feira (27).
Segundo a mídia, o principal ideólogo da reforma e ministro da Justiça, Yariv Levin, percebeu que "não há outra escolha". Resta, segundo o canal, convencer o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir.
O sindicato dos médicos de Israel anunciou que o sistema de saúde no país deixaria de funcionar a partir de terça-feira (28), até que a implementação da reforma judicial fosse suspensa, informa a agência Haaretz.
Grandes manifestações de protesto contra a reforma judicial do governo de Netanyahu estão ocorrendo em Israel e fora de Israel pela 12ª semana consecutiva. De acordo com a mídia israelense, no domingo passado mais de 600 mil pessoas saíram às ruas.
O projeto de lei limitaria a influência da Suprema Corte no processo de adoção de leis, permitiria que os parlamentares contestassem as decisões deste tribunal e daria ao governo controle sobre o procedimento de nomeação de juízes.
O Comitê do Knesset para a Constituição, Direito e Justiça admitiu para votação final no plenário um projeto de lei para alterar a composição da Comissão de Nomeações de Juízes, indica o site do Knesset.
O chefe da comissão de trabalhadores do Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, mandou suspender as decolagens em meio aos protestos, segundo o The Times of Israel.
A decisão foi tomada minutos após o chefe da Organização Geral dos Trabalhadores de Israel, Histadrut, ter anunciado uma greve "histórica" na tentativa de "parar a loucura" da controversa reforma judiciária.
No domingo (26), a discussão da lei que daria ao governo uma maioria automática no Comitê de Seleção de Juízes foi adiada para esta manhã, em meio a protestos generalizados contra a reforma judicial. A lei tinha sido aprovada no plenário do Parlamento em primeira leitura em 21 de fevereiro.
Entretanto, o presidente israelense Yitzhak Herzog pediu ao governo que pare imediatamente a adoção da reforma judicial, de acordo com o The Jerusalem Post.
"Em nome da unidade do povo de Israel, em nome da responsabilidade, peço que pare imediatamente o processo legislativo", declarou o presidente, citado pelo jornal.
No domingo (26), segundo a mídia, milhares de israelenses invadiram um posto de controle policial perto da residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, depois que ele demitiu o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.
No dia anterior, sábado (25), Gallant pediu a suspensão da reforma judicial na televisão pública por razões de segurança nacional.
Depois disso, o cônsul-geral de Israel em Nova York, Asaf Zamir, também decidiu deixar seu posto, observando que a reforma judicial em andamento "minou" a base do sistema democrático do país.
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