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Doutrina dos EUA de 'domínio total' é baseada em 'arrogância e ignorância', diz militar americano

© AP Photo / Mark LennihanBandeira dos EUA em evento em Washington (foto de arquivo)
Bandeira dos EUA em evento em Washington (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 07.04.2023
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Essa "doutrina" conclui que Washington não deve tolerar nenhuma nação que rivalize com seu poderio militar. Entretanto, o ex-inspetor de armas químicas da ONU e fuzileiro naval dos EUA no Iraque, Scott Ritter, argumentou, em entrevista à Sputnik, que o Pentágono já perdeu essa batalha.
Há muito se sabe que a doutrina militar dos Estados Unidos de "domínio do espectro total", baseada na hegemonia aérea, terrestre, marítima e espacial, bem como na hegemonia da mídia, é "baseada em suposições arrogantes", como escreveu em sua coluna Roger McKenzie, um importante analista de defesa.
McKenzie expõe que a estratégia geral do Departamento de Defesa dos EUA exige que o resto do mundo se curve à liderança do país norte-americano.
Mas para Scott Ritter, entrevistado pela Sputnik, essa estratégia parece cada vez menos eficaz após a derrota dos Estados Unidos no Afeganistão e com a Rússia enfrentando forças ocidentais na Ucrânia.
"O domínio total do espectro é algo que se desenvolveu após o fim da Guerra Fria, onde os Estados Unidos emergiram como a única superpotência restante. É literalmente uma expressão de arrogância e arrogância nacional, sua ignorância. Implica que os Estados Unidos não são apenas uma nação excepcional, mas que é predominantemente excepcional", afirmou o militar.
A implicação da doutrina é que Washington não pode viver em paz com outras nações ou mesmo tratá-las com respeito, argumentou.
"Não queremos nos dar bem com o povo. Queremos controlar o povo. Queremos impor nossa vontade aos cidadãos do mundo inteiro. Sem exceções. É isso que significa todo o espectro. Os Estados Unidos não são amigos das nações por se comportarem dessa maneira", disse Ritter.
O oficial de inteligência aposentado afirmou que a doutrina levou não apenas às guerras de décadas no Afeganistão e no Iraque após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, mas também a hostilidades inconstitucionais sobre os direitos dos cidadãos americanos.
"Tentamos ligar o Iraque ao 11 de setembro. Não conseguimos. Tentamos fabricar um processo contra o Iraque por armas de destruição em massa e isso também falhou. Entramos em guerra e violamos a lei internacional. Perdemos esse conflito também. Como vem aquele domínio de espectro total?" indagou.
No Afeganistão, os Estados Unidos "passaram 20 anos tentando implementar o domínio total do espectro, mas perdemos. Não dominamos nada", acrescentou.
"E agora o que estamos vendo na Ucrânia, um cenário que deveria ser favorável para nós porque é o que sabemos fazer, combate terrestre em larga escala, também não conseguimos dominar. Estamos sendo reduzidos a nada na Ucrânia", afirmou.
Tais "feridas autoinfligidas são muitas vezes produto da arrogância", disse ele, citando "nossa derrubada da Constituição", complementou.
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