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Unasul: quem poderia voltar e quem nunca partiu?
Unasul: quem poderia voltar e quem nunca partiu?
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A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) nasceu com o sonho de reunir os 12 países da América do Sul, mas uma onda de governos de direita a deixou sem oito... 07.04.2023, Sputnik Brasil
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A decisão da Argentina de retornar formalmente Unasul revitaliza um dos blocos de integração mais importantes dos primeiros anos do século XXI e que havia se debilitado após a sucessiva partida de vários de seus membros.Nascida sob o impulso de líderes regionais como o venezuelano Hugo Chávez, o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o argentino Néstor Kirchner, a Unasul começou a tomar forma em 23 de maio de 2008, quando os presidentes da região assinaram seu Tratado Constitutivo em Brasília. De qualquer forma, o bloco começou a funcionar efetivamente em 2011, quando o documento entrou em vigor.Desde seu nascimento, a Unasul teve o destino de congregar, de forma praticamente inédita e em uma só organização, os 12 países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.Para além dos problemas de concretização de alguns dos seus objetivos, como a integração monetária e financeira da região, a plataforma multilateral fez progressos em matéria de cooperação sanitária, especialmente para a compra conjunta de medicamentos e vacinas no âmbito da emergência sanitária desencadeada pelo coronavírus, e de defesa.Entretanto, a mudança da orientação política de vários governos da região de segunda década do século minou a continuidade da Unasul. Nos tempos do Grupo de Lima – aliança regional articulada contra o governo do venezuelano Nicolás Maduro - uma ação coordenada dos governos de direita da região deixou a Unasul sem a adesão de Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru e Paraguai.Um ano depois, o governo equatoriano, liderado por Lenín Moreno (2018-2022), seguiu o mesmo caminho e anunciou a saída do bloco. A situação do Equador era particular, já que ali estava a sede da organização.Por isso, Moreno deixou claro que Quito reclamaria "a reversão ao Equador do edifício-sede" e inclusive dispôs "retirar a estátua de Néstor Kirchner" ao entender que o argentino, primeiro-secretário-geral da organização, "não representa os valores e a ética dos nossos povos".Em 2020, o turno de sair chegou ao Uruguai. Com a posse do direitista Luis Lacalle Pou como presidente, Montevidéu ratificou sua decisão de sair do bloco.A Bolívia tentou dividir o bloco durante o governo interino de Jeanine Áñez, mas o agora presidente, Luis Arce, garantiu sua permanência ao recuperar a institucionalidade boliviana e assumir como governante.Desde então, a Unasul manteve a Bolívia, a Venezuela, o Suriname e a Guiana como únicos membros permanentes. De qualquer modo, o bloco ficou paralisado nas suas funções, sem um secretário-geral nem reuniões periódicas.O anúncio oficial da Argentina de voltar ao bloco poderia relançá-lo, já que Buenos Aires foi um dos sócios mais ativos da organização. Além disso, Fernández já havia antecipado em março a intenção de convidar também o Brasil a se reintegrar, depois que Jair Bolsonaro foi substituído no Palácio do Planalto por Lula da Silva.Mas além disso, Fernández parece ter iniciado uma campanha em busca de novas adesões. Em sua visita a Santiago para se reunir com seu homólogo chileno, Gabriel Boric, o governante argentino estendeu o convite a seu vizinho transandino.No Brasil, a rede Globo informou, com base em fontes governamentais, que Lula oficializará o retorno do gigante sul-americano à Unasul em uma mensagem à nação no dia 10 de abril, quando completar seus primeiros cem dias de governo, que começou no primeiro dia de 2023.Além disso, a mídia brasileira percebe que sua chancelaria está preparando uma cúpula de presidentes sul-americanos no final de maio, na qual se discutiria o mecanismo para reviver a Unasul.
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Unasul: quem poderia voltar e quem nunca partiu?
A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) nasceu com o sonho de reunir os 12 países da América do Sul, mas uma onda de governos de direita a deixou sem oito membros entre 2018 e 2020. A Argentina é a primeira a voltar e poderia ser acompanhada por Brasil e Chile, para se juntarem aos quatro países que nunca deixaram o bloco.
A decisão da Argentina de retornar formalmente Unasul revitaliza um dos blocos de integração mais importantes dos primeiros anos do século XXI e que havia se debilitado após a sucessiva partida de vários de seus membros.
Nascida sob o impulso de líderes regionais como o venezuelano Hugo Chávez, o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o argentino Néstor Kirchner, a Unasul começou a tomar forma em 23 de maio de 2008, quando os presidentes da região assinaram seu Tratado Constitutivo em Brasília. De qualquer forma, o bloco começou a funcionar efetivamente em 2011, quando o documento entrou em vigor.
Desde seu nascimento, a Unasul teve
o destino de congregar, de forma praticamente inédita e em uma só organização, os 12 países da América do Sul:
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.Para além dos problemas de concretização de alguns dos seus objetivos, como a integração monetária e financeira da região, a plataforma multilateral fez progressos em matéria de cooperação sanitária, especialmente para a compra conjunta de medicamentos e vacinas no âmbito da emergência sanitária desencadeada pelo coronavírus, e de defesa.
Entretanto, a mudança da orientação política de vários governos da região de segunda década do século minou a continuidade da Unasul. Nos tempos do Grupo de Lima – aliança regional articulada contra o governo do venezuelano Nicolás Maduro - uma ação coordenada dos governos de direita da região deixou a Unasul sem a adesão de Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru e Paraguai.
Um ano depois, o governo equatoriano, liderado por Lenín Moreno (2018-2022), seguiu o mesmo caminho e anunciou a saída do bloco. A situação do Equador era particular, já que ali estava a sede da organização.
Por isso, Moreno deixou claro que Quito reclamaria "a reversão ao Equador do edifício-sede" e inclusive dispôs "retirar a estátua de Néstor Kirchner" ao entender que o argentino, primeiro-secretário-geral da organização, "não representa os valores e a ética dos nossos povos".
Em 2020, o turno de sair chegou ao Uruguai. Com a posse do direitista Luis Lacalle Pou como presidente, Montevidéu ratificou sua decisão de sair do bloco.
A Bolívia tentou dividir
o bloco durante o governo interino de Jeanine Áñez, mas o agora presidente, Luis Arce, garantiu sua permanência
ao recuperar a institucionalidade boliviana e assumir como governante.Desde então, a Unasul manteve a Bolívia, a Venezuela, o Suriname e a Guiana como únicos membros permanentes. De qualquer modo, o bloco ficou paralisado nas suas funções, sem um secretário-geral nem reuniões periódicas.
O anúncio oficial da Argentina de voltar ao bloco poderia relançá-lo, já que Buenos Aires foi um dos sócios mais ativos da organização. Além disso,
Fernández já havia antecipado em março a intenção de convidar também o Brasil a se reintegrar, depois que Jair Bolsonaro foi substituído no Palácio do Planalto por
Lula da Silva.
Mas além disso, Fernández parece ter iniciado uma campanha em busca de novas adesões. Em sua visita a Santiago para se reunir com seu homólogo chileno, Gabriel Boric, o governante argentino estendeu o convite
a seu vizinho transandino.
"Eu disse ao presidente Boric que temos que trabalhar juntos para recriar a Unasul, mas a Unasul desses tempos, não a Unasul que conhecemos, que teve uma virtude, que podia ser convivida para além das diferenças ideológicas", afirmou o presidente argentino.
No Brasil, a rede Globo
informou, com base em fontes governamentais, que Lula oficializará o retorno do gigante sul-americano à Unasul em uma mensagem à nação no dia 10 de abril, quando completar seus primeiros cem dias de governo, que começou no primeiro dia de 2023.
Além disso, a mídia brasileira percebe que sua chancelaria está preparando uma cúpula de presidentes sul-americanos no final de maio, na qual se discutiria o mecanismo para reviver a Unasul.