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Pequim não contará só com porta-aviões em eventual confronto com EUA sobre Taiwan, diz especialista

© Foto / Conta WeChat da Frota do Mar do Sul da China do Exército de Libertação Popular (ELP) chinêsGrupo liderado pelo porta-aviões Shandong em exercícios no mar do Sul da China
Grupo liderado pelo porta-aviões Shandong em exercícios no mar do Sul da China - Sputnik Brasil, 1920, 11.04.2023
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A China não vai depender de porta-aviões para enfrentar os EUA no mar do Sul da China, particularmente em torno de Taiwan, já que Pequim tem outros meios suficientes para garantir sua segurança, disse Qian Liyan, especialista chinês em assuntos internacionais e militares, à Sputnik.
As Forças Armadas da China realizaram exercícios e patrulhas planejados no mar e no espaço aéreo ao redor de Taiwan de 8 a 10 de abril, praticando manobras conjuntas de cerco e contenção da ilha, com o porta-aviões Shandong participando do exercício pela primeira vez.

Liaoning e Shandong

A China tem atualmente dois porta-aviões, o Liaoning e o Shandong, com um terceiro porta-aviões, o Fujian, lançado à água em junho de 2022.
O Liaoning foi o primeiro porta-aviões chinês. Foi construído com base em um porta-aviões soviético inacabado adquirido da Ucrânia em 1998, que foi herdado após o colapso da URSS.
O trabalho no navio começou no estaleiro Dalian na China em 2005. O Liaoning passou seus primeiros testes marítimos em 2011 e entrou para a Marinha chinesa em setembro de 2012.
O Shandong é o segundo porta-aviões da China e o primeiro de produção nacional. Seu projeto segue o do Liaoning. O porta-aviões esteve em construção desde 2013, foi lançado à água em abril de 2017 e entrou para a Marinha em 2019.
Ele tem 315 metros de comprimento, 75 metros de largura, desloca 70.000 toneladas e tem uma velocidade de cruzeiro de 31 nós. A mídia chinesa relatou que 36 caças Jian-15 (J-15) poderiam ser baseados a bordo.
O terceiro porta-aviões chinês, Fujian, foi o primeiro porta-aviões chinês com tecnologia de catapulta eletromagnética para lançamento de aeronaves, projetado e construído inteiramente na China.
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"O projeto do porta-aviões Shandong foi baseado no porta-aviões Liaoning, são muito parecidos, mas o porta-aviões Shandong passou por muitas melhorias para se adaptar mais eficazmente às exigências da guerra marítima moderna", explicou Qian Liyan.
Ele indicou que o Shandong tem maior eficiência operacional e um método de gerenciamento mais eficiente e, o mais importante, pode transportar mais aviões.
O Liaoning pode transportar um máximo de 24 caças J-15, enquanto o Shandong pode 36.
Além disso, o sistema de radar do Shandong é mais avançado do que o do Liaoning.
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Confronto com grupo de porta-aviões dos EUA

Qian Liyan apontou que, no momento, será difícil para o porta-aviões Shandong lidar com um grupo de ataque de porta-aviões dos EUA sozinho.

"Contudo, na área do mar do Sul da China a China não vai depender de seus porta-aviões para combater um grupo de ataque de porta-aviões dos EUA, afinal está à nossa porta e nossas Forças de Defesa Antiaérea também podem ser usadas como apoio, combinando assim todos os tipos de forças", sublinhou o especialista.

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Ele observou que Pequim pode usar três aeródromos nas ilhas no mar do Sul da China, para os quais poderia transferir forças de ataque se necessário, e que as próprias ilhas poderiam ser utilizadas como postos avançados de detecção por radar muito poderosos.

"Por exemplo, quando um grupo de ataque de porta-aviões dos EUA entrar no mar do Sul da China, os sonares, os radares e os satélites chineses podem detectar o alvo na fase inicial e é provável que não seja necessário enviar um porta-aviões", disse Liyan.

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Ao mesmo tempo, o analista enfatiza que as ações da China são de natureza puramente defensiva, o que também pode ajudar no suposto conflito.

"Não há nenhum desejo na mentalidade da China de dominar o mundo, todos os esforços de defesa estão concentrados em proteger sua própria segurança, portanto, as forças que a China pode usar para garantir sua segurança são mais concentradas do que as dos EUA, que precisam espalhar sua hegemonia pelo mundo", apontou ele.

As relações oficiais entre o governo central da China e sua província insular se romperam em 1949, após as forças derrotadas do Kuomintang, lideradas por Chiang Kai-shek, terem se mudado para Taiwan no final da guerra civil contra o Partido Comunista chinês.
Os contatos comerciais e informais entre a ilha e a China continental foram retomados no final dos anos 80. Desde o início dos anos 90, os dois lados têm estado em contato só através de organizações não governamentais.
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