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Ex-oficial do Pentágono: capacidades da Rússia em guerra eletrônica são inigualáveis

CC BY-SA 3.0 / Vitaly V. Kuzmin / Krasukha-2Russia's Krasukha-2 Electronic Warfare System deployed at a military expo.
Russia's Krasukha-2 Electronic Warfare System deployed at a military expo.  - Sputnik Brasil, 1920, 15.04.2023
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Os sistemas de guerra eletrônica de última geração do Exército russo são capazes de dificultar significativamente a contraofensiva planejada das forças ucranianas, disse à Sputnik David Pyne, um acadêmico da força-tarefa sobre defesa contra ataques de pulso eletromagnético (EMP) e ex-oficial do Pentágono.
De acordo com um dos documentos vazados recentemente citados pela mídia dos EUA, as bombas inteligentes americanas, conhecidas como Joint Direct Attack Munitions (Munição de Ataque Direto Conjunta), ou JDAMs, "estão sendo vítimas de interferência eletrônica russa na Ucrânia, fazendo com que eles percam seus alvos".

"Esse é um desenvolvimento muito significativo, embora não seja de todo surpreendente, dada a capacidade robusta da Rússia em guerra eletrônica, particularmente sistemas de longo alcance de bloqueio de GPS, que são inigualáveis, e sua doutrina militar de estabelecer superioridade eletrônica e supremacia no início de qualquer conflito", apontou Pyne.

Quando perguntado como a planejada ofensiva de primavera da Ucrânia pode ser afetada pelos sistemas russos de guerra eletrônica, o estudioso sugeriu que eles poderiam ser usados para "bloquear os sinais de orientação e posicionamento de satélites ucranianos, tornando as forças militares ucranianas incapazes de usar munições guiadas de precisão".

"Isso provavelmente ajuda a explicar por que os documentos secretos vazados indicam que os EUA não acreditam que a próxima contraofensiva da primavera ucraniana na região de Zaporozhie trará mais do que ganhos modestos", acrescentou Pyne.

Abordando os sistemas russos de guerra eletrônica em geral, ele explicou que "o que os torna únicos é sua capacidade de bloquear não apenas as comunicações e radares inimigos, mas também a orientação por satélite e as faixas de sinal de posicionamento muito mais longas do que os sistemas de interferência ocidentais, supostamente com alcances de 200 a 500 quilômetros".
Pyne lembrou que esses sistemas também podem "se envolver em ataques cibernéticos contra o inimigo, transmitindo códigos maliciosos que podem infectar a Internet e as redes de comunicações inimigas" e, além disso, são capazes de transmitir "textos falsos ou desmoralizantes para as tropas inimigas e os civis".

Segundo ele, a Rússia "não mostrou realmente suas capacidades completas de guerra cibernética e eletrônica, que muitos analistas de segurança nacional consideram ser os melhores do mundo."

O estudioso acrescenta que essas capacidades ajudam os "sistemas de alerta precoce cegos russos e interrompem ou degradam severamente os sistemas militares de comando e controle [de potenciais inimigos] tornando difícil [para eles] realizar operações ofensivas ou mesmo defensivas".
A Rússia enviou uma nota aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O chanceler russo, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia.
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