Com taxas de juro em alta, nos EUA começou uma crise de créditos, adverte Morgan Stanley
© AP Photo / Frank Franklin IIPrédio do Banco de Reserva Federal de Nova York em Manhattan, EUA
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O estrategista-chefe no domínio das ações dos EUA no banco de investimento Morgan Stanley, Mike Wilson, afirmou que a crise de crédito resultante das consequências da falência do Silicon Valley Bank começou ao mesmo tempo em que os bancos endureceram as regras de empréstimo.
"Os dados sugerem que começou uma crise de crédito", disse Wilson em uma mensagem sobre tendências no mercado em seu site, alegando que nas últimas duas semanas, de acordo com os números, registrou-se a maior queda nos empréstimos bancários, num momento em que as instituições se esforçam por compensar a fuga de depósitos a um ritmo recorde, vendendo simultaneamente hipotecas e obrigações do Tesouro.
Anteriormente, segundo dados do Federal Reserve (Fed) dos EUA, foi relatado que os empréstimos bancários nos EUA nas últimas duas semanas de março tinham diminuído em US$ 105 bilhões (R$ 520,3 bilhões), sendo esta a maior queda em empréstimos desde 1973.
O especialista afirma que, desde que o Fed começou a aumentar as taxas há um ano, um trilhão de dólares (R$ 4,9 trilhões) em depósitos foi retirado do sistema bancário. A isto somam-se os rigorosos padrões de empréstimo e, segundo uma pesquisa às pequenas empresas, a disponibilidade de crédito teve sua maior queda em 20 anos, enquanto os custos com juros estão no seu ponto mais alto em 15 anos.
A volátil situação bancária nos EUA e no mundo ocorreu após a falência do Silicon Valley Bank, o 16º maior banco do país, e do Signature Bank, o que levou à queda da estabilidade das bolsas de valores dos Estados Unidos, bem como das instituições financeiras europeias, que sofreram perdas significativas nas suas cotações.