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O que afeta as chances de reeleição de Biden em 2024?

© AFP 2023 / Jim WatsonO presidente dos EUA, Joe Biden, reage ao fazer um discurso no Windsor Bar em Dundalk, 12 de abril de 2023
O presidente dos EUA, Joe Biden, reage ao fazer um discurso no Windsor Bar em Dundalk, 12 de abril de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 27.04.2023
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As perspectivas de reeleição do presidente Biden vão depender de seu sucesso em impedir que a economia dos EUA caia na recessão, sua capacidade de encorajar e ajudar a alcançar a paz no conflito na Ucrânia e o papel do presidente Donald Trump na campanha republicana, disseram analistas políticos à Sputnik.
Na manhã de terça-feira (25), o presidente de 80 anos, o homem mais velho a ocupar o cargo, anunciou que concorreria a um segundo mandato de quatro anos à Casa Branca em novembro de 2024.
Em uma mensagem nas redes sociais, Biden disse que concorreria novamente porque "toda geração tem um momento em que teve que defender a democracia" e "suas liberdades fundamentais" e acredita que chegou a hora.

Possibilidade razoável

Apesar das críticas e das baixas avaliações nas pesquisas de opinião, Biden ainda tem uma chance razoável de ganhar um segundo mandato, observou o professor de história e estudos afro-americanos da Universidade de Houston, Gerald Horne.
"Ele tem 50% de chance de ser reeleito, embora as chances a seu favor aumentem se Trump for seu principal concorrente", disse Horne.
No entanto, as perspectivas de Biden dependeriam, em última análise, de seu histórico na economia e na crise da Ucrânia, acrescentou Horne.
"Uma recessão ou agravamento do conflito na Ucrânia pode comprometer suas chances", reconheceu o especialista.
Biden declarou sua candidatura para 2024 no quarto aniversário do anúncio de sua primeira candidatura à Casa Branca, observou Horne.
"Ironicamente, o governador [Ron] DeSantis, da Flórida, tem mais chances de derrotá-lo, mas agora está atrás de Trump nas pesquisas", disse ele.
Capitólio em Washington, EUA, 15 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 27.04.2023
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Economia: fator vital

O analista financeiro, colunista e ex-banqueiro Martin Hutchinson concordou que o histórico econômico de Biden antes da eleição seria vital.
"A chance [de Biden] de ser reeleito depende da economia entre agora e depois. Se tivermos uma recessão substancial, ele está frito", disse Hutchinson.
Mas mesmo que a economia e outras questões explodam na cara de Biden, ele ainda pode vencer, acredita o analista.
Biden "provavelmente ainda teria 10% de chance de reeleição porque os republicanos poderiam estragar tudo ao gerar uma rebelião anti-Trump massiva caso Trump fosse o indicado", afirmou.
Biden declarou deliberadamente sua intenção de concorrer novamente mais de um ano e meio antes da eleição, a fim de evitar que qualquer adversário sério surgisse em seu próprio Partido Democrata, explicou Hutchinson.
"[Eu] acho que agora é o mesmo timing de 2019. Se ele tivesse adiado [seu anúncio de reeleição], a chance de um rival democrata sério teria aumentado; anunciar agora antecipa isso", disse ele.
Como titular da Casa Branca, Biden também teria a vantagem de não ser enfraquecido antecipadamente por debates intermináveis com outros candidatos de seu próprio partido, como os republicanos teriam de suportar, apontou Hutchinson.
"Não ter debates tornará a vida mais fácil para ele; seu pesadelo seria debater contra [qualquer] adversário sério", disse o analista.
Se Trump se tornasse o candidato presidencial republicano pela terceira vez consecutiva, os democratas tentariam manipular o sistema para evitar expor Biden a quaisquer debates contundentes com ele, acredita Hutchinson.
"Os democratas encontrarão uma maneira de não debater com Trump nas eleições gerais [embora se considere que Trump tenha perdido o primeiro debate com Biden em 2020]", concluiu.

Contraste com Trump

O professor de direito e comentarista político da Universidade George Mason, Francis Buckley, disse à Sputnik que muitos democratas gostariam de saudar mais uma campanha presidencial de Trump, pois acreditam que isso provavelmente os levaria a repetir a vitória sobre ele.
"A estratégia democrata é levantar uma bandeira vermelha diante de Trump para persuadi-lo a concorrer. O anúncio de Biden faz parte disso", disse ele.
Biden também vai se beneficiar por ser percebido como um moderado relativo, enquanto a imagem de Trump continua sendo a de um outsider (considerado de fora do meio político), insurgente e extremista, observou Buckley.
"Biden também está bem-posicionado em uma corrida contra Trump porque todos os outros no partido são de esquerda. Portanto, o que Biden oferece aos eleitores é uma fachada de moderação, enquanto o que ele oferece aos progressistas é uma administração que eles de fato controlarão", disse o especialista.
Esta combinação de fotos mostra o ex-presidente Donald Trump, à esquerda, e o presidente Joe Biden, à direita. Biden e Trump estão se preparando para uma possível desforra em 2024. Mas uma nova pesquisa encontra uma notável falta de entusiasmo dentro dos partidos por qualquer um dos homens como líder de seu partido e uma clara abertura para uma nova liderança. A pesquisa do The Associated Press-NORC Center for Public Affairs Research revela que um terço dos democratas e republicanos não tem certeza de quem eles querem que lidere seu partido. - Sputnik Brasil, 1920, 25.04.2023
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Participação de Biden nas eleições pode terminar em guerra mundial, crê Trump
No entanto, Trump poderia mais uma vez vencer as probabilidades e desafiar as expectativas, como fez tantas vezes antes em sua carreira política meteórica, observou Buckley.
"Há uma chance de Trump vencer. Ele é um candidato melhor do que DeSantis porque, na realidade, ele é menos um 'guerreiro cultural'. E as pessoas estão profundamente cansadas dos democratas", afirmou.

Ucrânia

A Ucrânia é outro fator que pode pesar nas perspectivas de reeleição de Biden, disse o comentarista político e historiador Dan Lazare à Sputnik.
A atual administração está interessada na "vitória na Ucrânia ou pelo menos em um impasse contínuo", acredita o especialista, projetando mais escalada nesta frente.
"Eu colocaria meu dinheiro em mais perturbações do que em menos. A situação na Ucrânia está cada vez mais perigosa e acho que é tolice imaginar que a situação continue como está por mais um ano e meio. Moscou pode ceder, embora eu ache que seja mais provável que Kiev desista", disse ele.
Se assim for, Biden terá uma grande crise em suas mãos e "talvez não consiga sobreviver" a ela, disse Lazare.
O mesmo vale para China e Taiwan, uma região onde os Estados Unidos precisam de "paz, ou pelo menos ausência de guerra", segundo o especialista.
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