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Dia da Liberdade de Imprensa: 'Assange segue preso por denunciar violações dos EUA', diz jornalista

© AFP 2023 / JOHN THYSUma mulher participa de uma manifestação em apoio ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, que pode ser extraditado para os EUA em Bruxelas, 23 de abril de 2022
Uma mulher participa de uma manifestação em apoio ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, que pode ser extraditado para os EUA em Bruxelas, 23 de abril de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 03.05.2023
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Não há grandes chances de perdão a Assange, já que tanto republicanos quanto democratas preferem manter silêncio sobre sua libertação, disse a jornalista investigativa de Nova York, Lucy Komisar, à Sputnik.
Apoiadores de Julian Assange em Washington vão fazer uma manifestação ainda nesta quarta-feira (3) para exigir a libertação do fundador do WikiLeaks da prisão de Belmarsh, no Reino Unido.
A ação coincide com o 30º aniversário do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado anualmente no dia 3 de maio.
A "declaração de liberdade de imprensa de Washington é [uma ação de] relações públicas" e "a prisão de Julian Assange prova que a 'liberdade' de imprensa é permitida, é tolerada, desde que o jornalista ou editor não ameace o apoio público ou mesmo a conscientização pública da realidade dos EUA na política externa", disse Komisar.
Ela insistiu que "não há liberdade de imprensa quando esta se limita aos apoiadores do governo ou mesmo a críticos fracos, mas não àqueles que mostram evidências públicas dos crimes de guerra da América, como Assange fez em vídeos e reportagens sobre os ataques dos EUA no Iraque".
Quando solicitada a comentar sobre os líderes do México, Brasil e Argentina instando o presidente dos EUA, Joe Biden, a retirar as acusações contra Assange, Komisar disse que "é bom que eles façam isso, mas não acho que os líderes dos EUA se importem".
"Eles consideram os EUA a hegemonia do mundo, então o que os líderes de outros países pensam ou dizem é secundário. Por outro lado, isso é importante como uma indicação da rejeição do Sul Global à falsa afirmação de Washington de que acredita em uma imprensa livre. [...] É uma rejeição da afirmação dos EUA de sua superioridade moral", enfatizou a jornalista investigativa baseada em Nova York.
Sobre a ausência de campanhas de mídia de massa em apoio a Assange, ela disse que "a grande mídia [dos EUA] apoia a linha do governo e, embora alguns façam declarações de apoio ao fundador do WikiLeaks, eles nunca fazem ou se juntam a uma campanha. [...] Esses meios de comunicação e organizações não se comprometem com uma imprensa livre, mas com a política do governo dos EUA".
De acordo com Komisar, em questões relacionadas à política externa dos EUA, a grande mídia norte-americana "muitas vezes é preguiçosa na melhor das hipóteses — 'você dita, nós escrevemos' — ou corrupta na pior das hipóteses".
A jornalista também disse que não acha "uma grande chance para o perdão de Assange" porque "os democratas e republicanos, mesmo os chamados progressistas como o senador Bernie Sanders e a deputada Alexandria Ocasio-Cortez (OAC) nunca mencionam o fundador do WikiLeaks, muito menos pedem por sua libertação".
Komisar sugeriu que o perdão de Assange "só poderia acontecer se as autoridades russas prendessem alguém que os norte-americanos desejassem desesperadamente", incluindo "vários espiões [de alto perfil]".
Pessoas protestando contra a prisão e possível extradição aos EUA de Julian Assange, ativista e fundador do WikiLeaks, em Londres, Reino Unido, 8 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 02.04.2023
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Caso Assange

O WikiLeaks foi fundado por Assange no dia 4 de outubro de 2006, mas ganhou destaque em 2010, quando começou a publicar vazamentos em larga escala de informações confidenciais do governo, incluindo documentos vazados sobre crimes de guerra dos EUA no Iraque e no Afeganistão.
Desde abril de 2019, Assange está detido na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres, enquanto enfrenta processos nos EUA sob a Lei de Espionagem. Se condenado, o fundador do WikiLeaks pode pegar 175 anos de prisão. Em dezembro de 2022, ele apelou ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos para contestar sua extradição.
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