Noruega chama a falta de assistência mecânica para F-35 dos EUA de 'declaração de falência'

CC BY 2.0 / Forsvarsdepartementet / Caça F-35F-35 da Força Aérea da Noruega
F-35 da Força Aérea da Noruega - Sputnik Brasil, 1920, 15.05.2023
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De acordo com os próprios profissionais da aviação norueguesa, essa escassez de pessoal é uma dor de cabeça persistente que não vai ser remediada apenas com doações de milhões de dólares.
Um relatório recente da Comissão de Defesa da Noruega destacou uma grave escassez de mecânicos na Força Aérea do país escandinavo.
O problema foi agravado pelo fechamento da base aérea de Bodo, com toda a frota de F-35 a ser distribuída entre as bases aéreas de Orland e Evenes.

"A Força Aérea enfrenta desafios para recrutar e reter pessoal técnico suficiente para a aeronave de combate", admitiu o ministro da Defesa norueguês, Bjorn Arild Gram, à mídia local. "Não podemos nos colocar em uma situação em que os aviões fiquem no solo por falta de pessoal técnico. É preciso implementar medidas tanto a curto quanto a longo prazo."

A partir de agora, a Noruega é forçada a contratar pessoal técnico para sua valiosa frota de F-35 no exterior, de ninguém menos que o fabricante norte-americano Lockheed Martin, mas esta solução é reconhecidamente temporária. Segundo Gram, o plano é válido até o final de 2023.
O governo agora está propondo destinar quase US$ 5,6 milhões (cerca de R$ 27,5 milhões) para garantir técnicos suficientes para a frota de F-35 das quatro escolas de aviação do país, incluindo uma recém-criada em Fosen.
No entanto, mesmo de acordo com os próprios representantes do setor, os subsídios milionários não vão resolver o problema no curto prazo.
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"Obter um especialista ou técnico de aviação treinado leva tempo. Leva até cinco anos antes que um técnico seja colocado nas linhas de produção. Então leva ainda mais tempo antes de você obter o know-how prático com os F-35", disse à mídia norueguesa o representante sindical, Sigurd Myrvoll, com 30 anos de experiência na Base Aérea de Bodo.
Myrvoll argumentou ainda que a falta de técnicos de aeronaves torna a Noruega vulnerável, apesar de receber equipamentos de primeira linha.
"Esta é uma declaração de falência de que temos que contratar pessoal da Lockheed Martin para manter o F-35 no ar. Compramos aviões de combate por US$ 9,3 bilhões [cerca de R$ 45,6 bilhões], mas nós mesmos não temos pessoal para operá-los. A contratação de pessoal custa muito caro", enfatizou.
Myrvoll também destacou que a Noruega em geral tem muito poucos funcionários por avião em comparação com outros países da Europa, um problema agravado pelo fechamento da Base Aérea de Bodo, uma instalação com 110 trabalhadores da aviação e técnicos de voo.
No total, a Noruega encomendou 52 jatos F-35, tornando-se a maior aquisição militar da história do país nórdico. De acordo com contrato, Oslo vai receber anualmente seis novos F-35 da fábrica norte-americana.
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