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'Mais do que uma dívida, é um crime': Alberto Fernández pede para investigar empréstimo do FMI

© AP Photo / Victor CaivanoPresidente da Argentina, Alberto Fernández, apela aos apoiadores em Buenos Aires, Argentina, 17 de novembro de 2021
Presidente da Argentina, Alberto Fernández, apela aos apoiadores em Buenos Aires, Argentina, 17 de novembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 19.05.2023
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O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que o empréstimo que o Fundo Monetário Internacional (FMI) concedeu ao governo de Mauricio Macri deve ser investigado.
Em sua conta no Twitter, o governante indicou que o mais recente relatório da Auditoria Geral da Nação (AGN) é prova de que o acordo entre Macri e a entidade financeira violou a lei do país latino-americano.
Mais do que uma dívida, é um crime. O relatório da Auditoria Geral da Nação demonstra que o empréstimo do FMI tomado por Macri violou a lei argentina e deve ser investigado com todo o peso da Justiça.
A AGN de Argentina aprovou por maioria um relatório sobre as irregularidades no empréstimo que o FMI concedeu ao governo de Mauricio Macri (2015-2019), o qual excedeu 127 vezes a capacidade de endividamento do país.
A auditoria assinalou que o empréstimo impactou "de maneira adversa na estrutura da dívida e seus riscos".
Entre as irregularidades identificadas pela auditoria figuram a "falta de autorização de endividamento", a "inexistência do parecer do Banco Central da República Argentina" e a "assinatura do acordo por funcionários sem poderes legais para fazê-lo".
O relatório aponta que quase 30% dos gastos do FMI foram utilizados para "financiar a saída de capitais financeiros".
Quem também se referiu a estes resultados foi a vice-presidente Cristina Fernández, que qualificou como "escandaloso" o empréstimo e assegurou que os funcionários dessa administração cometeram irregularidades para "defraudar o povo argentino".
No dia 11 de maio, o FMI manteve um diálogo com o governo argentino para modificar o programa que visa refinanciar uma dívida de 44 bilhões de dólares (R$ 218,52 bilhões), devido à seca que afeta a nação sul-americana.
A Argentina superou a quarta das dez auditorias trimestrais do FMI que supervisionam o cumprimento do programa, pelo qual a nação sul-americana se comprometeu a reduzir o déficit fiscal para 1,9% em 2023 e 0,9% em 2024.

"Há discussões em andamento, que são construtivas", disse a representante do FMI, Julie Kozack, durante sua coletiva de imprensa regular de quinta-feira (18).

Em abril deste ano a Argentina registrou uma inflação em expressão anual de 108,8%, o valor mais alto desde 1991.
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