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Em assembleia da OMS, Brasil se abstém duplamente e não apoia Ucrânia nem Rússia em votação

© AFP 2023 / Jean-Guy PythonDelegados se reúnem no dia de abertura da 75ª Assembleia Mundial da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra, em 22 de maio de 2022
Delegados se reúnem no dia de abertura da 75ª Assembleia Mundial da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra, em 22 de maio de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 24.05.2023
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Duas propostas foram votadas nesta semana na Assembleia Mundial da Saúde, uma ucraniana e outra russa, sobre o conflito em curso. Brasil não apoiou o texto e, ao votar, a instrução que o Itamaraty enviou para delegação brasileira foi de optar por abstenção.
Uma proposta de texto que condena a Rússia circulou entre governos na noite de segunda-feira (22) e foi patrocinada por mais de 40 países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, França, Coreia do Sul, Reino Unido e Austrália.

"Não acreditamos que nenhuma dessas propostas vão contribuir para reduzir os níveis de violência contra profissionais de saúde ou reduzir os danos às instalações de saúde da Ucrânia [...] Temos dúvidas de que vão melhorar o acesso à saúde para as populações afetadas", disse a delegação brasileira ao justificar seu voto na assembleia de acordo com a coluna de Jamil Chade no UOL.

Segundo o jornalista, o governo brasileiro ainda afirmou que entende que as regras da OMS autorizam a entidade a monitorar a situação de saúde em qualquer parte do mundo, "à luz de critérios técnicos e objetivos".
Brasília também destacou os limites dos mandatos da OMS. Para o governo, temas como paz e segurança "tem seu próprio espaço para debate, como a Assembleia Geral da ONU, o Conselho de Segurança ou Conselho de Direitos Humanos e a Corte Internacional de Justiça".
O temor ainda do Brasil é que as instituições internacionais sejam sequestradas na lógica do atual conflito, imobilizando outros debates, escreve o jornalista.
Entretanto, países da América Latina liderados por governos de esquerda votaram ao lado da Ucrânia. Argentina, Chile e Colômbia foram alguns desses votos de apoio ao governo de Kiev. Ao lado do Brasil estiveram outros países do BRICS, como Índia e África do Sul. Já a China votou contra a resolução, ao lado de Cuba, Síria e Coreia do Norte.
O gesto brasileiro de "dupla abstenção" vem num momento em que algumas potências ocidentais questionam a possibilidade política de o governo Lula de atuar como facilitador no conflito entre russos e ucranianos, principalmente após o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, não ter encontrado com o homólogo ucraniano, Vladimir Zelensky, às margens da cúpula do G7 em Hiroshima japonesa.
Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa durante encontro bilateral às margens da Cúpula do G7 com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, em Hiroshima, Japão, 20 de maio de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 22.05.2023
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