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Cúpula do Sul: Lula critica divisões ideológicas, cita moeda comum e pede 'América do Sul confiante'

© AFP 2023 / Evaristo SáO presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fala durante uma reunião com líderes sul-americanos no palácio do Itamaraty em Brasília em 30 de maio de 2023
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fala durante uma reunião com líderes sul-americanos no palácio do Itamaraty em Brasília em 30 de maio de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 30.05.2023
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Nesta terça-feira (30) está acontecendo a Cúpula do Sul, encontro de presidentes dos países da América do Sul, convidados pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio Itamaraty em Brasília.
Em seu discurso de abertura, Lula defendeu a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), afirmando que união deve estar acima das divergências ideológicas.
"A América do Sul tem diante de si, mais uma vez, a oportunidade de trilhar o caminho da união. E não preciso recomeçar do zero. A Unasul é um patrimônio coletivo. Lembremos que ela está em vigor, sete países ainda são membros plenos. É importante retomar seu processo de construção, mas ao fazê-lo, é essencial avaliar criticamente o que não funcionou e levar em conta transições", disse.
O mandatário também sublinhou que "na região, deixamos que as ideologias nos dividissem e interrompessem o esforço de integração. Abandonamos canais de diálogos e mecanismos de cooperação e, com isso, todos perdemos", disse Lula.
De acordo com o G1, o mandatário brasileiro sugeriu uma série de propostas para o desenvolvimento da América do Sul, entre elas: investimentos em projetos de infraestrutura e fomento; enfrentamento às mudanças climáticas; cobertura vacinal; constituição de um mercado de energia; programas de mobilidade acadêmica e na área de defesa.
O petista também reforçou uma ideia, que já havia citado em outros fóruns, sobre estabelecer uma moeda local para o comércio sul-americano em vez do dólar.
Na visão do líder brasileiro, é importante a criação de uma "unidade de referência comum para o comércio, reduzindo a dependência de moedas extrarregionais" e mecanismos de compensação mais eficientes, segundo a mídia.
Lula também destacou que "a região parou de crescer, o desemprego aumentou e a inflação subiu" e que "alguns dos principais avanços sociais logrados na década passada foram perdidos em pouco tempo".
O presidente também acrescentou que "no Brasil e em outros países, recentes ataques às instituições democráticas […] nos ofereceram uma trágica síntese da violência de grupos extremistas que se valem de plataformas digitais para promover campanhas de desinformação e discursos de ódio", afirmou.
"Os elementos que nos unem estão acima de divergências de ordem ideológica. Da Patagônia e do Atacama à Amazônia, do Cerrado e dos Andes ao Caribe, somos um vasto continente banhado por dois oceanos. Somos uma entidade humana, histórica e cultural, econômica e comercial, com necessidades e esperanças comuns", continuou.
Por fim, Lula disse que "enquanto estivermos desunidos, não faremos da América do Sul um continente desenvolvido em todo o seu potencial. A integração deve ser objetivo permanente de todos nós. Precisamos deixar raízes fortes para as próximas gerações", disse.
O presidente brasileiro fez seu discurso de abertura e, em seguida, cada chefe de Estado presente também fará suas considerações por 15 minutos. Logo depois, será oferecido um almoço aos presidentes seguido de outras atividades que terminarão às 18:45h. Para os líderes que ficarem, um jantar será oferecido por Lula e a primeira-dama Janja, segundo a Agência Brasil.
Ao todo, representantes de 11 países estão no Brasil para a reunião: Alberto Fernández, presidente da Argentina; Luís Arce, presidente da Bolívia; Gabriel Boric, presidente do Chile; Gustavo Petro, presidente da Colômbia; Guillermo Lasso, presidente do Equador; Irfaan Ali, presidente da Guiana; Mário Abdo Benítez, presidente do Paraguai; Chan Santokhi, presidente do Suriname; Luís Lacalle Pou, presidente do Uruguai; Nicolás Maduro, presidente da Venezuela; e Alberto Otárola, presidente do Conselho de Ministros do Peru.
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