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AIEA: colapso da barragem pode privar usina nuclear de Zaporozhie de água e danificar reatores

© AP Photo / Lisa LeutnerDiretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, durante coletiva de imprensa
Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, durante coletiva de imprensa - Sputnik Brasil, 1920, 08.06.2023
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O colapso da barragem da hidrelétrica de Kakhovka pode, "a médio prazo", privar a usina nuclear de Zaporozhie de fontes de resfriamento e provocar danos "muito graves" aos reatores, disse Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), à Sputnik.
Ele enfatizou que isso pode acontecer se houver uma maior degradação da situação, mas não há motivo para pânico no momento.

"No curto prazo, em um futuro não muito distante, poderia, eu diria, haver algumas consequências se a situação degenerar ou ficar pior do que está agora. Mas ainda não chegamos a esse ponto. A situação é séria, digamos assim", disse Grossi.

Ele explicou que, desde o acidente, há uma queda gradual no nível da água na piscina de resfriamento que é muito importante para reduzir as temperaturas do reator nuclear.

"Se perdermos a capacidade de resfriamento, pode haver um derretimento [dos núcleos do reator], pode haver algumas consequências radiológicas, além do fato de que os próprios reatores podem ser seriamente danificados [...] Existe a possibilidade de algumas consequências e, é claro, precisamos levar isso totalmente em conta", afirmou.

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Segundo Grossi, a AIEA reconhece que a situação em torno da usina hidrelétrica de Kakhovka é grave, contudo tenta encontrar um equilíbrio.

"Não queremos atiçar o fogo, semear o pânico, porque não há motivo para isso. Ao mesmo tempo, essa é uma situação séria. Não queremos minimizá-la dizendo que não há nenhum problema aqui", explicou.

A AIEA também pretende fazer uma rotação de seus inspetores na usina nuclear de Zaporozhie na próxima semana, mas os planos exigem a aprovação dos Ministérios da Defesa da Rússia e da Ucrânia.
Segundo ele, a rotação exige um "procedimento de deconflicting" (redução de risco de conflito através da coordenação de ações), para que "possam chegar ao local de forma segura".
A AIEA continuará as inspeções na instalação nuclear, que se realizam desde setembro, até que a situação se estabilize. Ao mesmo tempo, Grossi confirmou que não há problemas sérios entre representantes russos e ucranianos na usina, apenas "existe uma tensão".
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Ele prometeu visitar a usina nuclear e Kiev na próxima semana e depois ir a Moscou para discutir um plano, a fim de garantir a segurança da usina.
O diretor-geral da AIEA também observou que há um retorno ao realismo sobre a energia nuclear no mundo, no sentido de que a sociedade sente sua eficiência, estabilidade e confiabilidade.
De acordo com Grossi, não é de surpreender que pessoas como os empresários Elon Musk e Bill Gates estejam "apostando ou investindo" na energia nuclear e "acreditem que essa atividade crescerá no futuro".
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A usina nuclear de Zaporozhie, a maior usina nuclear da Europa, está localizada na margem esquerda do rio Dniepre, perto da cidade de Energodar. A usina nuclear ficou sob controle russo em outubro de 2022.
A AIEA declarou várias vezes a necessidade de criar uma zona de segurança ao redor da instalação.
Na noite de 6 de junho, a parte superior da barragem e os equipamentos da usina hidrelétrica de Kakhovka foram destruídos por um bombardeio.
Como resultado, enormes volumes de água começaram a jorrar da barragem em direção às zonas inferiores. A evacuação da população está em curso.
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