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Erro fatal do Ocidente é continuar flertando com o regime de Kiev, diz MRE da Rússia

© Sputnik / Yevgeny OdinokovO edifício do Ministério das Relações Exteriores da Federação da Rússia em Moscou
O edifício do Ministério das Relações Exteriores da Federação da Rússia em Moscou - Sputnik Brasil, 1920, 14.06.2023
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Maria Zakharova, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, abordou em conversa com a Sputnik várias questões, entre as quais as possíveis entregas de munições com urânio empobrecido pelos EUA à Ucrânia, as perspectivas de uma investigação internacional em relação à explosão da barragem de Kakhovka e várias outras.
Recentemente, o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia anunciou que a Ucrânia tem planos de realizar um ato terrorista usando uma bomba nuclear "suja".
Sputnik questionou Zakharova se Moscou pretende levar essa questão ao Conselho de Segurança da ONU.
"Evidentemente. Antes de mais nada, não apenas pretende, mas regularmente levanta esse assunto em todas as plataformas. Mas esse é um tema que não vai desaparecer simplesmente porque o regime de Kiev iniciou a destruição deliberada da infraestrutura, inclusive civil. Já tinha dito que estes são elementos de demonstração de suas intenções, elementos de chantagem contra os mesmos países e forças que lhes fornecem tudo para que eles não cessem esse fornecimento."
Zakharova ressaltou que, sem esse fornecimento interminável à Ucrânia, tal como disse ontem (13) o presidente russo Vladimir Putin em conversa com jornalistas de guerra, o país basicamente deixou de existir. Porque ele não produz nada, não é capaz de se sustentar. Ela disse que "infelizmente, o regime de Kiev não vai parar por aí. Ele vai continuar neste sentido".
"E se toda a comunidade internacional não entender com quem está lidando, não entender que, se o regime de Kiev não for parado, então terá que esperar a continuação, e talvez em uma escala ainda maior, de atos de terrorismo e extremismo ainda mais destrutivos, então penso que isso será um erro global, total e talvez fatal. Porque é necessário parar de flertar com Zelensky e o seu regime", observou diplomata russa nas margens do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo 2023.

Munições de urânio empobrecido dos EUA

Recentemente, o WSJ informou que os EUA pretendem fornecer à Ucrânia munições de urânio empobrecido para tanques, em relação a isso Zakharova disse que aparentemente isso não é um problema para Washington.
"Aparentemente, para os EUA isso nem é sequer um problema. Eles não parecem enxergar isso como um problema, pois acreditam que, uma vez que estão em outro continente, o envio de substâncias radioativas que serão usadas nos combates não os afetará. […] Mas o mesmo grão e o mesmo alimento que é produzido no território da Ucrânia, também será contaminado. A quem eles vão fornecer isso, quando falam todos os dias sobre a segurança alimentar?", indagou a representante do MRE da Rússia.
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Explosão da barragem da hidrelétrica de Kakhovka

Rússia defendeu uma investigação internacional relativamente à destruição da barragem da hidrelétrica de Kakhovka, enquanto Kiev rejeitou logo esta opção.
"Gostaria de chamar a atenção para o fato de que o regime de Kiev, por meio de seus representantes oficiais, rejeitou imediatamente tal proposta, dizendo que eles não pretendem se envolver em nenhuma investigação internacional. Eles começaram a falar novamente sobre o Tribunal Penal Internacional [TPI]. [...] Em primeiro lugar, o chamado Tribunal Penal Internacional não tem, em princípio, competência para sentenciar quaisquer pagamentos interestatais, sobre o que o regime de Kiev começou logo a falar, porque, na verdade, ele não lida com disputas entre Estados. [...] Segundo ponto: por que o regime de Kiev rejeitou uma investigação internacional transparente e começou a falar novamente sobre o TPI? Porque o TPI, infelizmente, foi transformado em mais um instrumento da agenda atlântica, centrada na OTAN, em outro parafuso no mecanismo de tudo o que é antirrusso – do que chamamos de guerra híbrida", explicou Zakharova.
Ela ressaltou que a Rússia, tal como muitos outros países, não faz parte do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional e não tem quaisquer obrigações. "Nós não cooperamos com este órgão, quaisquer decisões para nós serão legalmente nulas e sem efeito", afirmou.
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