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Expansão do BRICS: segundo professor, organizações lideradas pelos EUA 'perderam sua credibilidade'

© AFP 2023Os líderes do bloco BRICS durante a cúpula em Brasília, em 14 de novembro de 2019
Os líderes do bloco BRICS durante a cúpula em Brasília, em 14 de novembro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 17.06.2023
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A determinação de não membros para se tornarem parte do BRICS pode ser parcialmente explicada pela posição do grupo sobre o pró-multilateralismo, disse o professor Fulufhelo Netswera, reitor executivo da Faculdade de Ciências de Gestão da Universidade de Tecnologia de Durban, na África do Sul, à Sputnik.
Ao longo dos últimos anos, 13 Estados se candidataram para se juntar ao grupo BRICS, incluindo Irã e Argentina em 2022, e mais 20 manifestaram interesse, entre eles o maior país da África, a Argélia.
O BRICS, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está se tornando mais atraente para outros países, bastante por causa de sua postura pró-multilateralismo em questões geopolíticas e econômicas, observou Netswera.
Segundo ele, o BRICS parte do pressuposto que cada região tem necessidades, interesses e objetivos econômicos diferentes que devem ser apoiados para o desenvolvimento mútuo.

"Embora estejamos atualmente cientes de 20 potenciais candidatos à adesão ao BRICS, é de conhecimento comum que, se a adesão fosse aberta, muitos outros países se alinhariam rapidamente", observou o professor.

Ele explicou que a principal razão para a popularidade do BRICS como uma organização multipolar é que os grupos liderados por Washington "perderam sua credibilidade por um logo período".
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Netswera referiu-se à violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU ou "ações em sua ausência envolvendo o Ocidente Global em guerras no Iraque, Síria, Líbia e inúmeros golpes derrubando por vezes presidentes democraticamente eleitos estão imbuídos nas mentes do povo do Sul Global e dos países em desenvolvimento".

Ele também disse que as guerras por procuração na Síria e na Ucrânia "só podem devastar as nações mais pobres enquanto enriquecem o complexo industrial-militar e seus acionistas", e que os membros do BRICS "tomam uma posição neutra quando se trata de guerras", insistindo que "falar de guerras e armar ambos os lados não produzirá resultados positivos".
"África do Sul está atualmente enfrentando sérias pressões a esse respeito por não difamar a Rússia, mas por escolher mediar uma resolução de paz", acrescentou o professor, em um aparente aceno ao conflito na Ucrânia.
Ele tocou separadamente no impulso dos países do BRICS para rejeitar o dólar americano, um processo que Netswera alertou que pode levar tempo.

"As nações do BRICS já estão falando sobre o uso de moedas nacionais entre si, bem como considerando o estabelecimento de uma nova moeda do BRICS. Algumas dessas ideias levam tempo para se formar, apesar da crescente impaciência das populações do BRICS e do Sul Global", afirmou ele.

Mesmo assim, já está claro que "o dólar americano está enfrentando seu maior desafio de todos os tempos e há uma probabilidade muito alta de nunca recuperar sua posição histórica", concluiu o professor.
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