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Sanções dos EUA contra a Rússia aceleram o declínio do dólar como moeda dominante, afirma economista

© AP Photo / Mark LennihanNotas de dólar são depositadas em uma caixa de depósito em Nova York, 24 de maio de 2021
Notas de dólar são depositadas em uma caixa de depósito em Nova York, 24 de maio de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 19.06.2023
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O dólar vem perdendo lentamente seu domínio como reserva mundial e moeda comercial há décadas. Mas o Dr. Jack Rasmus, professor de economia e política no St. Mary's College, na Califórnia, afirma que as políticas agressivas de Washington apressaram esse deslize.
As sanções do governo Biden contra a Rússia por causa da Ucrânia aceleraram a desdolarização, disse o acadêmico.
Em um discurso ao parlamento do Djibuti, na semana passada, o presidente queniano William Ruto questionou por que as nações africanas usaram a moeda americana para o comércio bilateral, e enfatizou aos parlamentares que "não devemos envolver o dólar americano em atividades comerciais locais".
"É interessante a rapidez com que esse desenvolvimento para se afastar do dólar está ocorrendo", disse Rasmus à Sputnik. "Está meio que acelerando em todo o mundo. [...] Há muito interesse se multiplicando em toda a África para se tornar mais independente do império capitalista global dos EUA, e isso [afastamento do dólar] é apenas um reflexo disso. E a mesma coisa vai acontecer na Ásia, muito mais bilateral", observou o doutor.
De acordo com o economista, parte dessa tendência é percebida com o número crescente de países que se candidatam para ingressar no grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
"Mais países começarão a usar sistemas de pagamentos internacionais alternativos ao sistema SWIFT dominado pelos EUA", previu Rasmus. "Portanto, o império comercial econômico global dos EUA aqui está em profunda ruína, e essa tendência continuará e parece que está se acelerando."
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A medida da hegemonia do dólar caiu de 85% das reservas monetárias nacionais em todo o mundo na década de 1970 para 58% agora. O acadêmico disse que "o trem saiu da estação" e não havia nada que Washington pudesse fazer para reverter esse deslize.
Ainda de acordo com Rasmo, a sentença de morte para o dólar foram as sanções sem precedentes do Tesouro dos EUA à Rússia, o maior produtor mundial de energia e alimentos, após anos instigando o conflito da Ucrânia com Moscou.
"Você tem que lembrar o que precipitou tudo isso. As sanções dos EUA fizeram isso, e o resto do mundo olhou em volta e disse 'nossa, você sabe, podemos ser os próximos. É melhor fazermos alguns movimentos aqui para nos protegermos'", disse Rasmo. "O governo Biden, a história mostrará, deu um tiro em ambos os pés com as sanções e sua guerra por procuração na Ucrânia."
Para o acadêmico os EUA estão tentando "dar a volta por cima" e manter seus "aliados e vassalos econômicos" como Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia — "mas também está perdendo o controle do resto."
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