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Economista: expansão do BRICS anda de mãos dadas com 'declínio do império americano' e do dólar

© AP Photo / Eraldo PeresEncontro de negócios do BRICS durante cúpula dos líderes em Brasília, em 12 de novembro de 2019
Encontro de negócios do BRICS durante cúpula dos líderes em Brasília, em 12 de novembro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 20.06.2023
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A expansão do grupo de países BRICS de economias emergentes coincidiu com a perda de domínio do dólar americano como moeda de reserva e comércio mundial. O professor e economista Richard Wolff disse que as duas tendências estão ligadas. A ascensão do BRICS está diretamente ligada ao declínio do dólar americano, diz economista.
O economista Richard Wolff disse à Sputnik que os EUA substituíram o Reino Unido como a potência imperial dominante do mundo por volta de 1920 - e que a história estava agora se repetindo.
"O império americano não funcionava da mesma forma. Não estabeleceu colônias como os britânicos tinham, na Índia ou África do Sul ou em qualquer outro lugar", disse Wolff.

"Tinha um império mais informal, [desde] a maneira como conseguiu controlar a América Latina ao longo dos primeiros anos deste país, até como eles expandiram e controlaram o mundo por meio de acordos econômicos, de acordos políticos, de alianças."

Mas o império dos EUA atingiu o pico por volta do ano 2000, disse o acadêmico, e agora está em "declínio."

"Perdemos as guerras no Vietnã. Perdemos a guerra no Afeganistão. Perdemos a guerra no Iraque", disse Wolff. "Não está claro o que vai acontecer na Ucrânia. Mas também não apostaria em um resultado diferente. E essa guerra é uma guerra entre os Estados Unidos e a Rússia mais do que qualquer outra coisa, com o desastre sendo concentrado na [...] Ucrânia."

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Enquanto os EUA lideram o grupo G7 (composto pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) das maiores economias ocidentais, "há um bloco diferente, e isso é o que há de novo, é o bloco chamado BRICS."

"O BRICS agora representam 33%, um terço da produção total de bens e serviços neste planeta, enquanto os Estados Unidos e seus aliados caíram para menos de 30%, cerca de 29% da produção total."

"Eu poderia dar a você dez outras estatísticas e todas elas apontam na mesma direção. Este é um império que está em declínio", acrescentou.
O conflito na Ucrânia e as sanções ocidentais contra a Rússia - o maior exportador mundial de energia e grãos - aceleraram essa queda.

"A guerra econômica entre a Rússia e a Europa está sendo perdida pela Europa, não pela Rússia, que não era a intenção, mas é o resultado", disse Wolff. "Os europeus vão ter que se perguntar: de que lado você está? Você vai ficar com os EUA e o G7 e vai acompanhar a queda de seu bloco à medida que os blocos do BRICS sobem, ou você vai escolher o outro caminho?

O especialista também observou que, quando o Reino Unido teve o império maior do mundo desde o século XVII a XIX, a libra era "a moeda global". Como a ascensão dos EUA no século XX, o dólar passou a ocupar o lugar da libra.

"O que isso significa é que, em todo o mundo, as pessoas precisam do dólar para fazer negócios. Os bancos centrais detêm dólares como se fossem ouro, como garantia do valor de sua moeda", explicou ele.

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Agora que o BRICS ultrapassou o G7 como "o bloco econômico dominante no mundo", uma nova disputa começou e ela terminará na "queda do dólar e no surgimento de qualquer alternativa que o BRICS estabeleça, seja a moeda chinesa ou um composto que eles estão produzindo."

"A desdolarização é isso que já está acontecendo - o declínio do uso do dólar no comércio internacional", destacou Wolff.

"O melhor exemplo é a Arábia Saudita, que há algumas semanas parou de exigir que o mundo pague por petróleo em dólares e disse que agora aceitará pagamentos por petróleo no yuan chinês e em outras moedas. Isso é parte integrante do declínio."
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