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Uso do yuan chinês por empresas dos EUA sediadas na Argentina bate recorde, diz mídia americana

© AFP 2023 / Luis RobayoUma placa com valores de câmbio do chamado 'dólar azul' --geralmente cotado quase o dobro da taxa oficial-- é exibida na vitrine de uma loja em Buenos Aires, em 23 de junho de 2022
Uma placa com valores de câmbio do chamado 'dólar azul' --geralmente cotado quase o dobro da taxa oficial-- é exibida na vitrine de uma loja em Buenos Aires, em 23 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 24.06.2023
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A moeda chinesa se representa como solução rápida e de curto prazo ao país vizinho, a fim de manter as linhas de montagem em movimento, já que planejamento de longo prazo é desafiado pela inflação e política instável. A participação de yuan nas transações forex atingiu o recorde de 28% este mês.
A Argentina vive uma profunda crise econômica e enfrenta uma oferta cada vez menor dólares. O grave contexto econômico tem levado empresas norte-americanas em território argentino a buscarem opções com a escassez da moeda.
Está tão difícil encontrar dólares no país vizinho que a Whirlpool, a gigante americana de eletrodomésticos, estuda usar o yuan da China para pagar por peças a serem importadas para uma nova fábrica.
A empresa, fabricante de eletrodomésticos com sede em Michigan, investiu US$ 52 milhões (R$ 248 milhões) em sua fábrica nos arredores de Buenos Aires no ano passado para produzir máquinas de lavar e outros produtos.
"Tivemos que parar a fábrica em alguns pontos, e isso não é bom para os negócios, nem para a produtividade nem para a qualidade", acrescentando que a empresa pretende exportar cerca de 70% da produção na Argentina. "Estamos trabalhando para ver como podemos alavancar essa nova via de fluxos e poder continuar importando materiais", afirmou, mas reconheceu que mudar de moeda "não é fácil", disse em entrevista Juan Carlos Puente, presidente da Whirlpool Latin America, ouvido pela Bloomberg.
Caso siga em frente com o plano, a Whirlpool se uniria a empresas argentinas como Mirgor e Newsan, que pagaram importações no valor de US$ 630 milhões (R$ 3 bilhões) entre maio e agosto usando yuan, segundo a agência aduaneira argentina.
De acordo com a mídia, mais de 500 empresas argentinas solicitaram o pagamento de importações em yuan, incluindo eletrônicos, autopeças e fabricantes de têxteis, bem como companhias de petróleo e mineração, de acordo com a agência alfandegária do país.
"O Banco Central não tem dólares, então precisa da ajuda emergencial que a China está oferecendo. Para a Argentina, seus laços monetários com a China representam uma emergência, mas, para a China, é um ponto de alavancagem para aproveitar uma oportunidade geopolítica", afirmou Marcelo Elizondo, economista argentino de comércio.
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"A única opção que resta é acessar o yuan da linha de swap da China", disse Maria Castiglioni, diretora da consultoria C&T Asesores, em Buenos Aires.
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