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Acadêmicos americanos: conflito ucraniano revelou que o mundo está cansado da hegemonia dos EUA
Acadêmicos americanos: conflito ucraniano revelou que o mundo está cansado da hegemonia dos EUA
Sputnik Brasil
Especialistas baseados em Washington veem a posição dos EUA como não sendo mais predominante, afirmando que os americanos terão de ter em conta os interesses... 25.06.2023, Sputnik Brasil
2023-06-25T11:17-0300
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Mesmo com o maior orçamento militar do mundo, e com 750 bases militares no exterior, os EUA estão longe da hegemonia global, argumentou na sexta-feira (23) um think tank sediado em Washington.Nas últimas décadas, Washington demonstrou capacidade de destruição em massa: na Coreia, no Vietnã, no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e em outros lugares, mas "obteve apenas vitórias de Pirro", o que levou à erosão da confiança na liderança dos EUA, de acordo com os acadêmicos do Instituto Quincy para Governação Responsável (Quincy Institute for Responsible Statecraft, em inglês).Os gastos militares dos EUA atingiram US$ 876,9 bilhões (R$ 4,19 trilhões) em 2022, e o país também opera 750 bases militares estrangeiras. Ainda assim, Washington é incapaz de persuadir o Sul Global a aderir às sanções contra a Rússia por sua operação militar especial na Ucrânia, nota o think tank.Segundo os recentes vazamentos do Pentágono, até mesmo alguns aliados e parceiros dos EUA demonstraram hesitação e falta de vontade de fornecer a Kiev armamentos. Enquanto isso, a maioria dos países do Sul Global ignorou os apelos dos EUA para impor sanções a Moscou, que consideram contraditórios com seus interesses nacionais.Observadores políticos dos EUA identificaram anteriormente seis países do Sul Global, a Índia, Brasil, Turquia, Indonésia, Arábia Saudita e a África do Sul, como podendo decidir o futuro da geopolítica, e argumentam que a administração de Joe Biden precisa conquistar seus corações e mentes.Em junho de 2022, Subrahmanyam Jaishankar, ministro das Relações Exteriores da Índia, rejeitou a alegação do Ocidente de que Nova Deli estava "sentada em cima do muro". Ele sublinhou que a Índia tem direito à sua opinião quanto ao conflito russo-ucraniano.A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) optou igualmente por colaborar tanto com os EUA quanto com a China. Elas também participam ativamente da iniciativa chinesa Um Cinturão, Uma Rota, apesar das tentativas de Washington de manter seu domínio na Ásia-Pacífico e conter a influência da China na região.Ela qualificou a resistência do Sul Global às exigências dos EUA e da União Europeia de impor sanções a Moscou como nada menos que "uma rebelião aberta", "um motim contra o que eles veem como o Ocidente coletivo dominando o discurso internacional e impondo seus problemas a todos os outros, enquanto deixam de lado suas prioridades em relação à compensação das mudanças climáticas, ao desenvolvimento econômico e ao alívio da dívida".Observadores ocidentais também reconhecem que o centro de gravidade do mundo está se deslocando constantemente para o leste, e que o governo Biden tem procurado até agora evitar essa tendência tentando estabelecer "uma liderança tecnológica duradoura sobre a China" e reforçando as suas forças na Ásia-Pacífico. A ex-responsável americana chamou os legisladores americanos a aceitarem a realidade de que os EUA não são mais "a nação indispensável".
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Acadêmicos americanos: conflito ucraniano revelou que o mundo está cansado da hegemonia dos EUA
Especialistas baseados em Washington veem a posição dos EUA como não sendo mais predominante, afirmando que os americanos terão de ter em conta os interesses dos países emergentes para manter sua posição.
Mesmo com o maior orçamento militar do mundo, e com 750 bases militares no exterior, os EUA estão longe da hegemonia global,
argumentou na sexta-feira (23) um think tank sediado em Washington.
Nas últimas décadas, Washington demonstrou capacidade de destruição em massa: na Coreia, no Vietnã, no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e em outros lugares, mas "obteve apenas vitórias de Pirro", o que levou à erosão da confiança na liderança dos EUA, de acordo com os acadêmicos do Instituto Quincy para Governação Responsável (Quincy Institute for Responsible Statecraft, em inglês).
Os gastos militares dos EUA atingiram US$ 876,9 bilhões (R$ 4,19 trilhões) em 2022, e o país também opera 750 bases militares estrangeiras. Ainda assim, Washington é incapaz de persuadir o Sul Global a aderir às sanções contra a Rússia por sua operação militar especial na Ucrânia, nota o think tank.
Segundo os recentes vazamentos do Pentágono, até mesmo alguns aliados e parceiros dos EUA demonstraram hesitação e falta de vontade de fornecer a Kiev armamentos. Enquanto isso, a maioria dos países do Sul Global ignorou os apelos dos EUA para impor sanções a Moscou, que consideram
contraditórios com seus interesses nacionais.
Observadores políticos dos EUA identificaram anteriormente seis países do Sul Global, a Índia, Brasil, Turquia, Indonésia, Arábia Saudita e a África do Sul, como podendo decidir o futuro da geopolítica, e argumentam que a administração de Joe Biden precisa conquistar seus corações e mentes.
Em junho de 2022, Subrahmanyam Jaishankar, ministro das Relações Exteriores da Índia,
rejeitou a alegação do Ocidente de que Nova Deli estava "sentada em cima do muro". Ele sublinhou que
a Índia tem direito à sua opinião quanto ao conflito russo-ucraniano.
A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) optou igualmente por colaborar tanto com os EUA quanto com a China. Elas também participam ativamente da iniciativa chinesa Um Cinturão, Uma Rota, apesar das tentativas de Washington de manter seu domínio na Ásia-Pacífico e conter a influência da China na região.
"A guerra na Ucrânia talvez seja o evento que torna o fim da Pax Americana evidente para todos. [...] [Outros países] querem decidir, e não que lhes digam o que é de seu interesse. Em resumo, em 2023, ouviremos um retumbante não à dominação dos EUA e veremos um apetite acentuado por um mundo sem hegemonia", opinou em maio de 2023 Fiona Hill, ex-vice-assistente do presidente dos EUA (2017-2019), durante uma conferência em Tallinn, Estônia.
Ela qualificou a resistência do Sul Global às exigências dos EUA e da União Europeia de impor sanções a Moscou como nada menos que "uma rebelião aberta", "um motim contra o que eles veem como o Ocidente coletivo dominando o discurso internacional e impondo seus problemas a todos os outros, enquanto deixam de lado suas prioridades em relação à compensação das mudanças climáticas, ao desenvolvimento econômico e ao alívio da dívida".
Observadores ocidentais também reconhecem que o centro de gravidade do mundo está se deslocando constantemente para o leste, e que o governo Biden tem procurado até agora evitar essa tendência tentando estabelecer "uma liderança tecnológica duradoura sobre a China" e
reforçando as suas forças na Ásia-Pacífico. A ex-responsável americana chamou os legisladores americanos a aceitarem a realidade de que os EUA não são mais "a nação indispensável".