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Analistas ocidentais salivam com perspectiva de 'desgraça' e 'guerra civil' na Rússia durante motim
Analistas ocidentais salivam com perspectiva de 'desgraça' e 'guerra civil' na Rússia durante motim
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A imprensa, os políticos e os "observadores da Rússia" ocidentais profetizaram a "desgraça" e a "guerra civil" na Rússia durante o motim da empresa militar... 27.06.2023, Sputnik Brasil
2023-06-27T06:48-0300
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Em 23 de junho, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou que ele e seus 25.000 homens iniciaram uma "marcha da justiça" em direção a Moscou em meio à disputa do grupo militar com o Ministério da Defesa da Rússia, o que levou o Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em russo) a acusar o chefe do Wagner de incitar um motim armado.Embora o presidente russo, Vladimir Putin, tenha advertido o líder do grupo contra ações irresponsáveis e traiçoeiras, o motim de Prigozhin de 23 a 24 de junho causou nada menos que euforia na esfera da mídia ocidental.Tom Nichols, editor da revista norte-americana The Atlantic, projetou imediatamente, em 23 de junho, que o desenrolar da "crise" poderia mudar o curso do conflito na Ucrânia e levar a "muitas coisas ruins" em Moscou "nos próximos dias, ou até mesmo horas".Ian Bremmer, fundador da empresa de consultoria e pesquisa de risco político Eurasia Group, reiterou Nichols em 24 de junho:"As perspectivas para a contraofensiva da Ucrânia – que não decorreu bem até agora – melhoram a cada minuto", afirmou ele no Twitter.O ex-embaixador dos EUA na Rússia, Michael McFaul, foi ainda mais longe ao afirmar que a "guerra civil" já estava em andamento e prometeu uma "grande luta": "Os russos estarão matando russos, provavelmente em grande número, a menos que Prigozhin se renda", tuitou o diplomata no sábado.O jornal The Hill se juntou ao coro, prevendo "combate e possível desgraça": de acordo com a mídia, as paixões dos russos comuns poderiam ser "inflamadas" e "é concebível que alguns soldados russos desertem".O The New York Times se referiu à "tomada" de Rostov-no-Don pelo Wagner como uma "grave ameaça ao governo do presidente Vladimir Putin".Embora a segurança tenha sido de fato reforçada em Moscou e em Rostov-no-Don, não houve sinais de uma tempestade crescente ou do aumento de uma agitação civil no país.A Associated Press informou que em Moscou "os bares e restaurantes do centro da cidade estavam cheios de clientes". A mídia acrescentou que "em um clube perto da sede do FSB, as pessoas estavam dançando na rua perto da entrada".Uma aparente dissonância cognitiva com relação à "guerra civil que nunca aconteceu" atingiu seu apogeu no Ocidente após a notícia de que o presidente de Belarus, Aleksander Lukashenko, fechou um acordo com Prigozhin.Alguns internautas ocidentais não acreditaram em seus olhos, afirmando que "as chances de isso ser verdade são mínimas".O ex-embaixador na Rússia McFaul também pareceu perplexo com a súbita reviravolta dos acontecimentos que deitou por terra as fantasias ocidentais de uma "guerra civil russa": "Eu estava errado sobre isso. Estou ansioso para saber o porquê. Há muita coisa nessa história que ainda não sabemos", tuitou o diplomata.Descobriu-se então que os espiões dos Estados Unidos estavam cientes do plano do Grupo Wagner de lançar seu motim e insurreição armada, segundo a mídia ocidental.Líderes do Congresso dos EUA teriam sido informados na semana passada sobre o acúmulo militar de Wagner e os movimentos que aparentemente precederam sua marcha sobre as cidades russas.Um jornal norte-americano escreveu que a liderança da inteligência dos EUA decidiu não tornar públicas suas descobertas porque Moscou poderia "acusá-los de tentar organizar um golpe na Rússia".No entanto, os apelos anteriores do Ocidente para sangrar completamente a Rússia e impor uma derrota estratégica a Moscou fazem com que nos perguntemos se os EUA e seus aliados mantiveram a boca fechada, quando o motim estava se desenrolando, por acreditarem que ele os ajudaria a atingir seus objetivos.Depois que ficou claro que nenhuma "guerra civil" se materializaria na Rússia, os "observadores da Rússia" continuaram a persuadir seus seguidores de que o acordo não era uma demonstração clara da capacidade de Moscou de resolver crises de forma rápida e eficaz, mas um prenúncio da "derrota" de Moscou e um "sinal de fraqueza".Apesar dessa manobra para salvar a face, os eventos recentes demonstraram que os principais especialistas do Ocidente em Rússia realizaram nada menos que um "massacre contra sua própria credibilidade", como avaliou Max Blumenthal, em seu recente artigo de opinião no site The Grayzone.Em total contraste com a imprensa, políticos e chefes de inteligência ocidentais, numerosos líderes estrangeiros sinalizaram imediatamente sua solidariedade com Moscou e sua disposição de ajudar a Rússia a resolver seus problemas internos.O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que frustrou com sucesso uma tentativa de golpe militar em 2016, ofereceu sua ajuda a Moscou:O Irã sinalizou seu apoio ao Estado de direito na Rússia, ressaltando que o recente incidente na Rússia foi um assunto interno do país.O emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, também expressou apoio às ações de Moscou em relação aos eventos de 24 de junho.O ministro das Relações Exteriores do Quênia, dr. Alfred N. Mutua, expressou a "solidariedade de seu país com a liderança russa em seu esforço para alcançar total estabilidade e ordem".Im Chon-il, vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, se reuniu com o embaixador russo em Pyongyang, Aleksandr Matsegora, em 25 de junho e expressou o apoio de seu país à liderança russa durante o motim armado.Os vizinhos imediatos da Rússia, Abkházia, Belarus e Cazaquistão, prometeram apoio a Moscou e enfatizaram a importância da restauração da "ordem constitucional" na Rússia.O motim de 24 de junho se tornou outro teste decisivo que indicou quais forças dentro da comunidade internacional colocam em prática o que falam sobre a importância do Estado de direito e dos direitos humanos.
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Analistas ocidentais salivam com perspectiva de 'desgraça' e 'guerra civil' na Rússia durante motim
A imprensa, os políticos e os "observadores da Rússia" ocidentais profetizaram a "desgraça" e a "guerra civil" na Rússia durante o motim da empresa militar privada Grupo Wagner, apenas para descobrir mais tarde que estavam profundamente errados.
Em 23 de junho, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou que ele e seus
25.000 homens iniciaram uma
"marcha da justiça" em direção a Moscou em meio à disputa do grupo militar
com o Ministério da Defesa da Rússia, o que levou o Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em russo) a acusar o chefe do Wagner de incitar um motim armado.
Embora o presidente russo, Vladimir Putin, tenha advertido o líder do grupo contra ações irresponsáveis e traiçoeiras, o motim de Prigozhin de 23 a 24 de junho causou nada menos que euforia na esfera da mídia ocidental.
Tom Nichols, editor da revista norte-americana
The Atlantic,
projetou imediatamente, em 23 de junho, que o desenrolar da "crise" poderia mudar o curso do conflito na Ucrânia e levar a "muitas coisas ruins" em Moscou "nos próximos dias, ou até mesmo horas".
Ian Bremmer, fundador da empresa de consultoria e pesquisa de risco político Eurasia Group, reiterou Nichols em 24 de junho:
"As perspectivas para a contraofensiva da Ucrânia – que não decorreu bem até agora – melhoram a cada minuto",
afirmou ele no Twitter.
"De uma forma lenta e sem foco, a Rússia está entrando no que só pode ser descrito como uma guerra civil. Se você está surpreso, talvez não devesse estar", escreveu Anne Applebaum, jornalista norte-americana e esposa do deputado polonês Radoslaw Sikorski, que agradeceu ao governo dos EUA pela destruição do Nord Stream (Corrente do Norte) em um tweet no ano passado, posteriormente excluído.
O ex-embaixador dos EUA na Rússia, Michael McFaul, foi ainda mais longe ao afirmar que a "guerra civil" já estava em andamento e prometeu uma "grande luta":
"Os russos estarão matando russos, provavelmente em grande número, a menos que Prigozhin se renda",
tuitou o diplomata no sábado.
O jornal
The Hill se juntou ao coro, prevendo
"combate e possível desgraça": de acordo com a mídia, as paixões dos russos comuns poderiam ser "inflamadas" e "é concebível que alguns soldados russos desertem".
"Muito depende da rapidez com que Putin conseguirá acabar com a rebelião, ou mesmo se conseguirá. Espere toques de recolher e lei marcial em Rostov-no-Don e possivelmente em outras cidades", previa a mídia.
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The New York Times se referiu à "tomada" de Rostov-no-Don pelo Wagner como uma "grave ameaça ao governo do presidente Vladimir Putin".
Embora a segurança tenha sido de fato reforçada em Moscou e em Rostov-no-Don, não houve sinais de uma tempestade crescente ou do aumento de uma agitação civil no país.
A
Associated Press informou que em Moscou "os bares e restaurantes do centro da cidade estavam cheios de clientes". A mídia acrescentou que "em um clube perto da sede do FSB, as pessoas estavam dançando na rua perto da entrada".
Uma aparente dissonância cognitiva com relação à
"guerra civil que nunca aconteceu" atingiu seu apogeu no Ocidente após a notícia de que o presidente de Belarus,
Aleksander Lukashenko, fechou um acordo com Prigozhin.
Alguns internautas ocidentais não acreditaram em seus olhos, afirmando que "as
chances de isso ser verdade são mínimas".
O ex-embaixador na Rússia McFaul também pareceu perplexo com a súbita reviravolta dos acontecimentos que deitou por terra as fantasias ocidentais de uma "guerra civil russa":
"Eu estava errado sobre isso. Estou ansioso para saber o porquê. Há muita coisa nessa história que ainda não sabemos",
tuitou o diplomata.
Depois que a poeira baixou, analistas e autoridades da inteligência dos EUA disseram que esperavam que a marcha de Prigozhin em direção a Moscou se tornasse um desastre para a Rússia: "Eu sei que avaliamos que seria muito mais violento e sangrento",
disse um funcionário anônimo estadunidense à CNN.
Descobriu-se então que os espiões dos Estados Unidos estavam cientes do plano do Grupo Wagner de lançar seu motim e insurreição armada, segundo a mídia ocidental.
Líderes do Congresso dos EUA teriam sido informados na semana passada sobre o acúmulo militar de Wagner e os movimentos que aparentemente precederam sua marcha sobre as cidades russas.
Um jornal norte-americano escreveu que a liderança da inteligência dos EUA decidiu não tornar públicas suas descobertas porque Moscou poderia "acusá-los de tentar organizar um golpe na Rússia".
No entanto, os apelos anteriores do Ocidente para sangrar completamente a Rússia e impor uma derrota estratégica a Moscou fazem com que nos perguntemos se os EUA e seus aliados mantiveram a
boca fechada, quando o motim estava se desenrolando, por acreditarem que ele os ajudaria a atingir seus objetivos.
Depois que ficou claro que nenhuma "guerra civil" se materializaria na Rússia, os "observadores da Rússia" continuaram a persuadir seus seguidores de que o acordo não era uma demonstração clara da capacidade de Moscou de resolver crises de forma rápida e eficaz, mas um prenúncio da "derrota" de Moscou e um "sinal de fraqueza".
Apesar dessa manobra para salvar a face, os eventos recentes demonstraram que os principais especialistas do Ocidente em Rússia realizaram nada menos que um
"massacre contra sua própria credibilidade", como
avaliou Max Blumenthal, em seu recente artigo de opinião no site The Grayzone.
Em total contraste com a imprensa,
políticos e chefes de inteligência ocidentais, numerosos líderes estrangeiros sinalizaram imediatamente sua solidariedade com Moscou e sua disposição de ajudar a Rússia a resolver seus problemas internos.
"Como vizinho amigável da Rússia e parceiro estratégico abrangente na coordenação para a nova era, a China apoia a Rússia na manutenção da estabilidade nacional e na conquista do desenvolvimento e da prosperidade", declarou o Ministério das Relações Exteriores chinês, enfatizando que "esse é um assunto interno da Rússia".
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que frustrou com sucesso uma tentativa de golpe militar em 2016, ofereceu sua ajuda a Moscou:
"O presidente Erdogan disse que a Turquia está pronta para contribuir para a rápida resolução dos eventos em paz e tranquilidade", disse o gabinete do presidente turco em um comunicado, alertando as potências externas contra tirar proveito dos eventos.
O Irã sinalizou seu apoio ao Estado de direito na Rússia, ressaltando que o recente incidente na Rússia foi um assunto interno do país.
O emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, também expressou apoio às ações de Moscou em relação aos eventos de 24 de junho.
O ministro das Relações Exteriores do Quênia, dr. Alfred N. Mutua, expressou a "solidariedade de seu país com a liderança russa em seu esforço para alcançar total estabilidade e ordem".
Im Chon-il, vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, se reuniu com o embaixador russo em Pyongyang, Aleksandr Matsegora, em 25 de junho e expressou o apoio de seu país à liderança russa durante o motim armado.
Os vizinhos imediatos da Rússia, Abkházia, Belarus e Cazaquistão, prometeram apoio a Moscou e enfatizaram a importância da restauração da "ordem constitucional" na Rússia.
O motim de 24 de junho se tornou outro teste decisivo que indicou quais forças dentro da
comunidade internacional colocam em prática o que falam sobre a importância do Estado de direito e dos direitos humanos.