Tentativa da Europa de adquirir arma anti-hipersônica em 3 anos é 'improvável' de ter sucesso

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Míssil Kinzhal - Sputnik Brasil, 1920, 27.06.2023
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Embora o fabricante europeu de mísseis MBDA tenha anunciado recentemente sua intenção de "liderar um consórcio" para desenvolver um interceptador capaz de se defender contra "ameaças hipersônicas" chamado projeto Aquila, ainda não está claro exatamente o quão frutífero esse empreendimento vai ser.
O especialista militar do centro de estudos independente de assuntos militares russos para Jornalismo Político-Militar, Boris Rozhin, disse à Sputnik que parece improvável que algum protótipo de interceptador MBDA seja adotado nos próximos três anos.
Como Rozhin apontou, até os Estados Unidos estão enfrentando sérios problemas com o desenvolvimento de um sistema de defesa aérea capaz de lidar com armas hipersônicas, e a Europa atualmente está atrás dos EUA nessa esfera.
"Alguns recursos adicionais certamente serão alocados, equipes adicionais de pesquisa e desenvolvimento serão designadas", ponderou. "Mas não acho que a Europa será capaz de adquirir nos próximos dois ou três anos mais variantes do sistema de defesa aérea que possam efetivamente combater os mísseis hipersônicos modernos."
Rozhin observou que quatro países — Rússia, China, Irã e Coreia do Norte — atualmente têm modelos funcionais de mísseis hipersônicos, e que os Estados Unidos podem adquirir um míssil hipersônico dentro de dois ou três anos, mas até agora, não existe nenhum sistema de defesa aérea capaz de combater eficazmente tal ameaça.
"Falar sobre ficar para trás em certos aspectos é a melhor maneira de aumentar os gastos com defesa", acrescentou Rozhin. "Ou seja, dizemos que estamos ficando para trás [nossos rivais] e por isso precisamos de mais dinheiro para desenvolver algo para não ficar para trás."
No entanto, é difícil dizer neste momento, ou seja, durante a fase de desenvolvimento, com que eficiência esse financiamento vai ser usado, observou.
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Rozhin também observou que a Rússia atualmente supera os EUA e a Europa em termos de desenvolvimento de armas hipersônicas e, embora tenha admitido que Moscou pode estar trabalhando em sistemas de defesa anti-hipersônicos, o especialista argumentou que qualquer pesquisa desse tipo seria altamente confidencial e não anunciada para o público.
Enquanto isso, Tiberio Graziani, presidente do Instituto Internacional de Visão e Tendências Globais para Análise Global, argumentou que a "realização" do protótipo Aquila em três anos "será possível", embora a produção industrial dessa arma seja um processo mais complexo, em grande parte devido ao fato de a Ucrânia estar constantemente pedindo por mais armamento à Europa.

"O setor industrial de guerra ocidental como um todo está sofrendo atualmente com uma espécie de tensão na cadeia de suprimentos, como foi admitido, entre outros, pelo CEO da MBDA, Eric Beranger", observou Graziani.

Ao mesmo tempo, ele considerou improvável a possibilidade de mísseis hipersônicos ocidentais serem usados no atual conflito ucraniano, argumentando que "o tempo de espera é muito curto".
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