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Importações de petróleo bruto russo são 'grande negócio' para Índia, diz analista
Importações de petróleo bruto russo são 'grande negócio' para Índia, diz analista
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A Índia, a terceira maior importadora de petróleo do mundo, atrás dos Estados Unidos e da China, vem comprando quantidades recordes de petróleo de sua aliada... 29.06.2023, Sputnik Brasil
2023-06-29T11:58-0300
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A Índia vê várias vantagens em comprar petróleo russo, disse a ex-professora do Centro de Estudos Russos e da Ásia Central da Universidade Jawaharlal Nehru (JNU), a dra. Anuradha Chenoy. As observações ocorrem em um momento em que uma reportagem da mídia ocidental sugeriu que a Índia estava enfrentando uma reação de seu setor de refino contra o petróleo russo. Segundo a publicação, as misturas dos Urais da Rússia estavam dificultando o processamento de grandes volumes de petróleo pelas refinarias indianas e seria por isso que a demanda por petróleo da nação eurasiana poderia vir a cair nos próximos meses. Compras crescentes de petróleo russo enfurecem o Ocidente Esta alegação, no entanto, foi rejeitada por Chenoy, que disse que a quantidade de petróleo barato que a Índia está importando da Rússia continua a aumentar. As fontes abertas indianas e o rastreador de energia Vortexa mostram que a Índia importou 1,96 milhão de barris por dia da Rússia em maio de 2023, 15% a mais do que a alta anterior em abril deste ano. A participação da Rússia no mix da cesta de energia indiana, que era de apenas 2% em 2021, saltou para 46% e parece estar aumentando ainda mais.Ela acrescentou que a Índia é uma economia em rápido crescimento e dependente de combustível importado, o que é vital para seu crescimento. Além disso, as refinarias privadas indianas, como a Reliance Industries e a Nayara Energy, processam petróleo bruto russo, que é legalmente tratado como petróleo indiano e pode ser exportado para países terceiros na Europa e esse acordo não está fora das leis internacionais vigentes que regulam as transações de petróleo. O diretor-geral da Federação da Indústria de Petróleo da Índia, Gurmeet Singh, disse recentemente que a Índia tem ainda mais espaço e interesse em processar petróleo bruto russo. Por que os compradores do sul da Ásia estão tão atraídos pelo petróleo russo? Chenoy então listou os benefícios para a Índia em comprar petróleo da Rússia. O maior de todos, ela calculou, era o preço com desconto, que para uma economia dependente do petróleo e em desenvolvimento é um grande negócio, porque ajuda as receitas do governo. Além disso, a Índia tem a perspectiva de pagar pelo petróleo russo usando um acordo de câmbio rúpia/rublo, contornando assim o dólar, uma antiga ambição de Nova Deli. Ela apontou que o Banco da Reserva da Índia permitiu que bancos estrangeiros abrissem "contas Vostro" para permitir pagamentos em rúpias, o que é muito útil para o petróleo russo, ajudando a Índia a economizar bilhões de dólares em despesas com câmbio estrangeiro. Chenoy destacou que o comércio com a Rússia não representa nenhum risco, pois sempre foi incondicional. A Índia e a Rússia se opõem a sanções unilaterais impostas pelos EUA e/ou União Europeia (UE) a qualquer país que não siga a linha ocidental liderada por Washington. Comércio Índia-Rússia ainda não atingiu todo o potencial O comércio Índia-Rússia aumentou 400% no ano passado, mas principalmente graças aos produtos petrolíferos. Chenoy acredita que o comércio entre os dois Estados não está nem um pouco no nível que deveria ou pode estar. Em outras palavras, seu potencial ainda está para ser realizado. Em seguida, a doutora falou sobre os fatores que dificultam esse crescimento, embora os líderes tanto da Índia quanto da Rússia tenham incentivado o aumento do comércio, fora dos setores tradicionais de defesa e petróleo. Fatores que dificultam o comércio Índia-Rússia Entre as principais razões, presumiu ela, estava o fato de os mercados da Rússia terem se acostumado mais com os produtos ocidentais nas últimas duas décadas e perdido a confiança nos produtos indianos. Além disso, os bancos precisam ser mais flexíveis e entender uns aos outros. Agora que o sistema Vostro foi disponibilizado, as empresas russas precisam usá-lo. Esta é uma oportunidade para se afastar do dólar. Embora tenha sido feito por empresas de energia, isso agora deve mudar para todo o setor comercial. Chenoy afirmou que melhorar a logística pode desempenhar um papel importante no aumento do comércio entre as duas nações. Através de novos corredores de transporte, como o porto de Vladivostok-Chennai, as ligações foram operacionalizadas, portanto, elas precisam ser mais usadas do que agora.
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Importações de petróleo bruto russo são 'grande negócio' para Índia, diz analista
11:58 29.06.2023 (atualizado: 12:08 29.06.2023) A Índia, a terceira maior importadora de petróleo do mundo, atrás dos Estados Unidos e da China, vem comprando quantidades recordes de petróleo de sua aliada próxima, a Rússia, há mais de um ano.
A Índia vê
várias vantagens em comprar petróleo russo, disse a ex-professora do Centro de Estudos Russos e da Ásia Central da Universidade Jawaharlal Nehru (JNU), a dra. Anuradha Chenoy. As observações ocorrem em um momento em que uma reportagem da mídia ocidental sugeriu que a Índia
estava enfrentando uma reação de seu setor de refino contra o petróleo russo.
Segundo a publicação, as misturas dos Urais da Rússia
estavam dificultando o processamento de grandes volumes de petróleo pelas refinarias indianas e seria por isso que a
demanda por petróleo da nação eurasiana poderia vir a cair nos próximos meses.
Compras crescentes de petróleo russo enfurecem o Ocidente
Esta alegação, no entanto, foi rejeitada por Chenoy, que disse que a quantidade de petróleo barato que a Índia está importando da Rússia continua a aumentar.
As fontes abertas indianas e o rastreador de energia Vortexa mostram que a
Índia importou 1,96 milhão de barris por dia da Rússia em maio de 2023,
15% a mais do que a alta anterior em abril deste ano.
A participação da Rússia no mix da cesta de energia indiana, que era de apenas 2% em 2021, saltou para 46% e parece estar aumentando ainda mais.
"Esses aumentos drásticos do petróleo russo estão levantando as sobrancelhas internacionalmente e [causando] raiva no Ocidente, pois isso ajuda a proteger a economia russa do impacto das sanções mortais", disse Chenoy à Sputnik.
Ela acrescentou que a Índia é uma
economia em rápido crescimento e
dependente de combustível importado, o que é vital para seu crescimento.
Além disso, as refinarias privadas indianas, como a Reliance Industries e a Nayara Energy,
processam petróleo bruto russo, que é legalmente tratado como petróleo indiano e
pode ser exportado para países terceiros na Europa e esse acordo não está fora das leis internacionais vigentes que regulam as transações de petróleo.
"As refinarias indianas têm capacidade para processar volumes tão grandes de petróleo bruto da Rússia? Por que elas continuariam aumentando as importações apenas para armazenar petróleo bruto?", perguntou Chenoy.
O diretor-geral da Federação da Indústria de Petróleo da Índia, Gurmeet Singh, disse recentemente que a Índia tem ainda mais espaço e interesse em processar petróleo bruto russo.
"Na verdade, esta é uma indústria em crescimento nos planos indianos, e eles pretendem aumentar a capacidade de refino para quase dobrar a capacidade atual nos próximos dez anos. Claramente, esta parceria Índia-Rússia continua a ter benefícios mútuos até agora e até mesmo mais no futuro", enfatizou a ex-professora da JNU.
Por que os compradores do sul da Ásia estão tão atraídos pelo petróleo russo?
Chenoy então listou os benefícios para a Índia em comprar petróleo da Rússia. O maior de todos, ela calculou, era o
preço com desconto, que para uma economia dependente do petróleo e em desenvolvimento
é um grande negócio, porque ajuda as receitas do governo.
Além disso, a Índia tem a perspectiva de
pagar pelo petróleo russo usando um acordo de câmbio rúpia/rublo,
contornando assim o dólar, uma antiga ambição de Nova Deli.
Ela apontou que o Banco da Reserva da Índia permitiu que bancos estrangeiros abrissem "contas Vostro" para permitir pagamentos em rúpias, o que é muito útil para o petróleo russo, ajudando a Índia a economizar bilhões de dólares em despesas com câmbio estrangeiro.
Chenoy destacou que o comércio com a Rússia não representa nenhum risco, pois sempre foi incondicional. A Índia e a Rússia se opõem a sanções unilaterais impostas pelos EUA e/ou União Europeia (UE) a qualquer país que não siga a linha ocidental liderada por Washington.
"A Índia ainda enfrenta a CAATSA [na sigla em inglês], que é a 'Lei de Combate aos Adversários da América por meio de Sanções', projetada para a Índia. Portanto, medidas coercitivas econômicas unilaterais fazem parte da política externa ocidental, enquanto a Índia não tem tanto medo da Rússia", elaborou ela.
Comércio Índia-Rússia ainda não atingiu todo o potencial
O
comércio Índia-Rússia aumentou 400% no ano passado, mas principalmente graças aos produtos petrolíferos.
Chenoy acredita que o comércio entre os dois Estados não está nem um pouco no nível que deveria ou pode estar. Em outras palavras, seu potencial ainda está para ser realizado.
Em seguida, a doutora falou sobre os fatores que dificultam esse crescimento, embora os líderes tanto da Índia quanto da Rússia tenham
incentivado o aumento do comércio, fora dos
setores tradicionais de defesa e petróleo.
Fatores que dificultam o comércio Índia-Rússia
Entre as principais razões, presumiu ela, estava o fato de os mercados da Rússia terem se acostumado mais com os produtos ocidentais nas últimas duas décadas e perdido a confiança nos produtos indianos.
Além disso, os
bancos precisam ser mais flexíveis e entender uns aos outros. Agora que o sistema Vostro foi disponibilizado, as empresas russas precisam usá-lo. Esta é uma oportunidade para se
afastar do dólar. Embora tenha sido feito por empresas de energia, isso agora deve mudar para todo o setor comercial.
Chenoy afirmou que melhorar a logística pode desempenhar um papel importante no aumento do comércio entre as duas nações. Através de novos corredores de transporte, como o porto de Vladivostok-Chennai, as ligações foram operacionalizadas, portanto, elas precisam ser mais usadas do que agora.
