'Não precisamos mais do unilateralismo', diz Etiópia e faz pedido de adesão ao BRICS
© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert / CC BY 2.0Reunião com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Roussef, o presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e congressitas brasileiros, Xangai, 13 de abril de 2023
© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert / CC BY 2.0
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O Ministério das Relações Exteriores informou sobre a vontade do país africano de aderir ao bloco, com o embaixador da Etiópia a enumerar as vantagens desse passo.
A Etiópia solicitou sua adesão ao BRICS, informou na quinta-feira (29) o jornal etiopiano The Reporter, citando Meles Alem, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país.
"Nós nos candidatamos a membro do BRICS e esperamos um bom resultado. Como buscamos garantir nossos interesses nacionais, é importante participar de blocos como o BRICS", disse o diplomata.
O BRICS, formado em 2006, é composto pela África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia. A Arábia Saudita, Argélia, Argentina, Bangladesh, Egito, Irã, Indonésia e Turquia também já expressaram seu desejo de participar do bloco econômico.
Cham Uriat, embaixador da Etiópia na Rússia, disse que a adesão não implica oportunidades somente "em uma perspectiva econômica".
"Acho que há um aspecto político nisso porque, se observarmos o mundo atual, veremos que o multilateralismo está sendo ignorado, e que há algumas poucas nações poderosas, militar ou economicamente, que dominaram o mundo e impuseram seus interesses a outras chamadas nações grandes", opinou Uriat.
"Acho que muitos países agora querem recorrer ao multilateralismo, para garantir que esse multilateralismo esteja funcionando bem, porque se resolvermos as questões do mundo juntos, sem interferência nos aspectos internos de outros países, acho que essa será a saída no futuro", comentou.
O representante do país africano afirmou ver vantagens de sua participação na organização.
"Portanto, o BRICS, penso, é um bloco, quando você vê a população em si, a população mundial e as economias mais rápidas do mundo hoje se encontram nos países desse bloco. Portanto, acho que é natural que outras nações trabalhem com um certo tipo de dinâmica da organização, porque ela não está se beneficiando apenas economicamente, os valores e o princípio do multilateralismo estão dentro dela, e eles a apoiam. Eles têm a salvaguarda disso."
"Não precisamos mais do unilateralismo. Acho que muitas nações não querem isso, então as nações do BRICS estão promovendo isso para voltar aos valores e princípios do multilateralismo e promover o crescimento econômico para os países menos desenvolvidos, e para tornar o desenvolvimento do mundo mais equilibrado. Assim, a intenção da Etiópia também é trabalhar em conjunto com as nações do BRICS, e espero que no futuro também nos juntemos a eles. Por que não?", concluiu.