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Desdolarização ganha força: Argentina faz pagamento ao FMI em yuans
Desdolarização ganha força: Argentina faz pagamento ao FMI em yuans
Sputnik Brasil
A Argentina executou seu primeiro pagamento de empréstimo ao Fundo Monetário Internacional na moeda chinesa em meio à escassez de dólares no país. 01.07.2023, Sputnik Brasil
2023-07-01T17:50-0300
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A Argentina fez na sexta-feira (30) um pagamento de empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) "sem usar dólares", usando yuan chinês e notas de direitos especiais de saque (o ativo de reserva do FMI baseado em uma cesta de cinco moedas, o yuan, euro, dólar dos EUA, iene e libra britânica).O Ministério da Economia da Argentina disse que o pagamento de valor equivalente a US$ 2,7 bilhões (R$ 12,93 bilhões), o primeiro desse tipo feito por Buenos Aires, foi feito em yuans e direitos de saque especiais (SDR, na sigla em inglês) para manter as reservas decrescentes de dólares nos cofres do Banco Central argentino.Para isso, a Argentina, que se encontra em meio a uma grave crise econômica e de endividamento, recorreu ao yuan para ajudar a estabilizar a situação, tendo assinado em abril um acordo de troca de moeda de 130 bilhões de yuans (R$ 85,84 bilhões) com Pequim, em meio à queda das exportações agrícolas causada por uma seca sem precedentes, que já causou prejuízos de US$ 20 bilhões (R$ 95,8 bilhões).A atual crise, que já reduziu as reservas do país para cerca de US$ 28 bilhões (R$ 134,11 bilhões), um mínimo de 2016, vem de um acordo de 2022 entre a Argentina e o FMI para reestruturar a dívida de US$ 44 bilhões (R$ 210,75 bilhões) do país. Ela, por sua vez, originou de empréstimos em 2018 de US$ 57 bilhões (R$ 273,02 bilhões, na conversão atual) para o governo do então presidente Mauricio Macri (2015-2019).Esses empréstimos foram repudiados pelo atual presidente Alberto Fernández, que os tachou de imprudentes", "tóxicos e irresponsáveis", e pediu que não fossem desembolsados após sua eleição bem-sucedida em 2019, devido à escassez de dólares nos cofres do país para pagar o empréstimo.No início desta semana, o Banco Central argentino anunciou que os bancos de varejo do país teriam permissão para oferecer contas em yuan.A Argentina solicitou sua adesão ao BRICS em junho, havendo relatos de que Buenos Aires pode se qualificar para participar do Banco de Desenvolvimento do BRICS já em agosto, quando a proposta, apresentada pelo Brasil, for discutida na cúpula da África do Sul. O bloco está atualmente trabalhando em uma nova moeda que poderia servir como uma alternativa efetiva ao dólar no comércio global.
https://noticiabrasil.net.br/20230624/uso-do-yuan-chines-por-empresas-dos-eua-sediadas-na-argentina-bate-recorde-diz-midia-americana-29349163.html
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Desdolarização ganha força: Argentina faz pagamento ao FMI em yuans
A Argentina executou seu primeiro pagamento de empréstimo ao Fundo Monetário Internacional na moeda chinesa em meio à escassez de dólares no país.
A Argentina fez na sexta-feira (30) um pagamento de empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI)
"sem usar dólares", usando yuan chinês e notas de direitos especiais de saque (o ativo de reserva do FMI baseado em uma cesta de cinco moedas, o yuan, euro, dólar dos EUA, iene e libra britânica).
O Ministério da Economia da Argentina disse que o pagamento de valor equivalente a US$ 2,7 bilhões (R$ 12,93 bilhões), o primeiro desse tipo feito por Buenos Aires, foi feito em yuans e direitos de saque especiais (SDR, na sigla em inglês) para manter as reservas decrescentes de dólares nos cofres do Banco Central argentino.
Para isso, a Argentina, que se encontra em meio a uma grave crise econômica e de endividamento, recorreu ao yuan para ajudar a estabilizar a situação, tendo assinado em abril um acordo de troca de moeda de 130 bilhões de yuans (R$ 85,84 bilhões) com Pequim, em meio à queda das exportações agrícolas causada por uma seca sem precedentes, que já causou prejuízos de US$ 20 bilhões (R$ 95,8 bilhões).
A atual crise, que já reduziu as reservas do país para cerca de US$ 28 bilhões (R$ 134,11 bilhões), um mínimo de 2016, vem de um acordo de 2022
entre a Argentina e o FMI para reestruturar a dívida de US$ 44 bilhões (R$ 210,75 bilhões) do país. Ela, por sua vez, originou de empréstimos em 2018 de US$ 57 bilhões (R$ 273,02 bilhões, na conversão atual) para o governo do então presidente Mauricio Macri (2015-2019).
Esses empréstimos foram repudiados pelo atual presidente Alberto Fernández, que os tachou de imprudentes", "tóxicos e irresponsáveis", e pediu que não fossem desembolsados após sua eleição bem-sucedida em 2019, devido à escassez de dólares nos cofres do país para pagar o empréstimo.
No início desta semana, o Banco Central argentino anunciou que os bancos de varejo do país teriam permissão para oferecer contas em yuan.
A Argentina solicitou sua adesão ao BRICS em junho, havendo relatos de que Buenos Aires pode se qualificar para participar do Banco de Desenvolvimento do BRICS já em agosto, quando a proposta, apresentada pelo Brasil, for discutida na cúpula da África do Sul. O bloco está atualmente trabalhando em uma nova moeda que poderia servir como
uma alternativa efetiva ao dólar no comércio global.