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Reino Unido e EUA pressionaram jornalista a colaborar com esforço de acusação de Assange, diz mídia

© Niklas Halle'nApoiadores do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, seguram cartazes do lado de fora da Corte Real de Justiça em Londres, em 10 de dezembro de 2021
Apoiadores do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, seguram cartazes do lado de fora da Corte Real de Justiça em Londres, em 10 de dezembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 05.07.2023
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O Departamento de Justiça dos EUA está realizando uma campanha de pressão contra jornalistas em um esforço para reforçar o processo criminal contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, informou a mídia nesta quarta-feira (5).
O Departamento de Justiça e o FBI usaram "ameaças vagas e táticas de pressão" na tentativa de obter o consentimento de jornalistas no caso Assange, disse o repórter James Ball, citando sua própria experiência ao ser pressionado por funcionários do governo.
Ball trabalhou e viveu brevemente com Assange, que está preso no Reino Unido e enfrenta a possibilidade de extradição para os Estados Unidos por supostamente violar a Lei de Espionagem.
Em 2013, Ball publicou um artigo criticando o WikiLeaks, sua manipulação de telegramas do Departamento de Estado dos EUA e seu relacionamento com o escritor Israel Shamir. O governo dos EUA procurou tornar oficiais as reivindicações feitas no artigo convencendo Ball a fornecer testemunho sobre o assunto, diz a matéria.
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Policiais do Reino Unido contataram Ball em 2021 e disseram a seu advogado durante uma reunião que trabalham em estreita colaboração com as agências de inteligência dos EUA e alegaram que "James Ball" não é uma identidade real, diz a matéria.
Ball disse ter caído na gargalhada em choque e afirmou que James Ball é seu nome de nascimento legítimo e inalterado. Ainda segundo a matéria, um promotor do Departamento de Justiça dos EUA mais tarde teria contatado os advogados de Ball e alegado que Shamir havia declarado que Ball havia lhe fornecido telegramas sobre "os judeus".

"Ao ver essas palavras de Shamir, não posso deixar de perguntar se o Sr. Ball reconsideraria sua decisão de falar com os investigadores, mesmo que apenas para responder às alegações de Shamir", disse o promotor.

Ball recusou o pedido do Departamento de Justiça dos EUA e seus advogados o aconselharam a não visitar os EUA, onde poderia ser intimado ou preso com mais facilidade, ou falar publicamente sobre a situação.
Três outros jornalistas que trabalharam anteriormente com Assange foram contatados pela polícia, e de acordo com a matéria, todos eles deixaram clara sua intenção de não cooperar.
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"Em outras palavras, eu não era o único preocupado com o pedido 'voluntário' que recebi", disse Ball. "Os dois anos passados sem viajar para os EUA, por aconselhamento jurídico, abafaram as histórias que eu teria escrito para veículos norte-americanos. Eu tinha um medo crível de ser processado".
As ações do Departamento de Justiça estão colocando em risco os direitos constitucionais da mídia, alega a matéria. Ball pede ao governo Biden que explique como lidou com o caso Assange e por que vale a pena sufocar os esforços jornalísticos em situações semelhantes.
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