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Após votação histórica, Haddad diz que reforma não terá impasse no Senado; clima no PL é de 'guerra'

© Foto / Banco de Imagens da Câmara dos DeputadosVotação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, 6 de julho de 2023
Votação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, 6 de julho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 07.07.2023
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A maior reforma econômica do Brasil em três décadas começou com força, elencou novos destaques à política brasileira e trouxe uma aliança improvável entre um político-chave da oposição e o governo do PT.
Em uma decisão histórica para economia brasileira, a Câmara dos Deputados aprovou na noite de ontem (6) o texto-base da primeira grande modificação no sistema de impostos do país em 58 anos. A reforma, que está há 30 anos para acontecer, teve na Câmara 74 votos a mais do que o necessário no primeiro turno e 67 a mais no segundo.
Mas esse é só o começo, uma vez que para mudar a estrutura tributária é preciso muito mais. Há leis complementares, a votação no Senado para confirmar o que foi aprovado na Câmara, há também a própria implementação e as outras etapas nas mudanças dos impostos, analisa o jornal O Globo.
Entretanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (7) que o texto não terá maiores problemas para passar no Senado.

"Foi feita muita negociação. As pessoas estão genuinamente abertas ao diálogo. Já recebi telefonema de senadores elogiando o texto", afirmou Haddad. Questionado sobre possíveis alterações no Senado, ele respondeu: "Vamos avaliar. Eles estão se sentindo muito contemplados pelo texto aprovado [na Câmara]. Eu acredito que não vamos ter grandes dificuldades no Senado", declarou o ministro ao jornal.

Segundo a mídia, a aprovação foi uma vitória expressiva, e nesta sexta-feira (7) tem muita gente na lista dos vitoriosos: o presidente da Câmara, Arthur Lira, o próprio Haddad, o economista Bernard Appy (que formulou as ideias centrais e luta por elas, sendo hoje secretário especial de reforma tributária), o deputado Baleia Rossi, que apresentou a emenda em 2019.
© Foto / Banco de Imagem Câmara dos DeputadosVotação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, 6 de julho de 2023
Votação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, 6 de julho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 07.07.2023
Votação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, 6 de julho de 2023
E, por fim, o governador Tarcísio de Freitas também é vencedor por ter saído da posição de contrário e entrado no trem da reforma em tempo, escreve O Globo.
O apoio do governador de São Paulo à proposta está dando o que falar. Ontem (6), a bancada bolsonarista e o próprio ex-presidente, Jair Bolsonaro, criticaram em peso o apoio de Tarcísio, especialmente pelo governador ter concedido uma entrevista ao lado de Fernando Haddad.
De acordo com a coluna de Lauro Jardim no jornal, o estresse chegou ao ponto de Bolsonaro ter vetado a presença de Tarcísio em uma reunião fechada marcada para manhã de ontem (6) na sede do PL. Só após muita insistência de Valdemar Costa Neto, Bolsonaro topou que o governador paulista fosse convidado.

Depois, no encontro público à tarde, com as bancadas federais do PL, o clima de guerra contra o governador ganhou mais musculatura, sobretudo com os discursos de contestação a ele que se espalharam pelas redes. Não só isso, Tarcísio foi vaiado por bolsonaristas enquanto discursava na reunião.

Mas além do governador, 20 deputados do Partido Liberal votaram a favor da reforma, contrariando o segmento da legenda e as "ordens" de Bolsonaro. Políticos como Tiririca, Josimar Maranhãozinho e Rosângela Reis, próxima de Michelle Bolsonaro, estão entre os nomes que contrariaram o partido.
© Foto / Banco de Imagens da Câmara dos Deputados do BrasilVotação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, 6 de julho de 2023
Votação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, 6 de julho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 07.07.2023
Votação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, 6 de julho de 2023
Há cerca de 30 anos que a reforma tributária é discutida sem ter avançado no Congresso Nacional durante os governos anteriores, o que a torna uma vitória do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O sistema atual foi criado na década de 1960.
O texto-base aprovado ontem (6) visa mudar a forma como os impostos são cobrados hoje no país. A proposta trata especificamente da tributação sobre o consumo de bens e serviços.
Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) calcula que o PIB do Brasil vai crescer 12% em 15 anos com a reforma tributária aprovada em sua totalidade. Isso significa que, por exemplo, a reforma tivesse sido feita em 2008, o PIB do Brasil de 2022 não teria sido R$ 9,9 trilhões, e sim de R$ 11,1 trilhões.
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