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China: por que 2 ex-secretários de Estado dos EUA tiveram recepções diferentes em Pequim?

© AP Photo / Ng Han GuanJohn Kerry, enviado especial do presidente dos EUA para questões climáticas (no centro à direita), caminha ao lado de Nicholas Burns, embaixador dos EUA na China, enquanto chegam a reuniões no Grande Salão do Povo em Pequim, China, 19 de julho de 2023
John Kerry, enviado especial do presidente dos EUA para questões climáticas (no centro à direita), caminha ao lado de Nicholas Burns, embaixador dos EUA na China, enquanto chegam a reuniões no Grande Salão do Povo em Pequim, China, 19 de julho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 20.07.2023
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Um acadêmico chinês falou sobre a dinâmica das atuais relações sino-americanas, incluindo sobre a aparente melhoria nelas, que vê como efêmera.
Dois ex-secretários de Estado dos EUA, Henry Kissinger e John Kerry, visitaram a China nesta semana. O primeiro, conforme declarado em Washington, viajou para Pequim como cidadão particular. O segundo está em funções como enviado especial do presidente dos EUA para questões climáticas.
No entanto, Kissinger foi recebido na residência do governo pelo presidente chinês Xi Jinping, enquanto Kerry não recebeu tal honra, o que aponta possíveis sinais enviados por Pequim.
Apesar do encontro de Kerry com Xie Zhenhua, representante especial do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente da República Popular da China sobre o Clima, Li Qiang, primeiro-ministro do Conselho de Estado da República Popular da China, e Wang Yi, chefe da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China.
No entanto, esperava-se que também ocorresse uma reunião entre Kerry e Xi Jinping, especialmente devido à agenda climática ser o único tema no qual a cooperação sino-americana, no momento, pode ser desenvolvido de forma produtiva.
O chefe da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), Wang Yi, durante o encontro com o ex-secretário geral dos EUA, Henry Kissinger - Sputnik Brasil, 1920, 19.07.2023
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A importância desses sinais é reforçada pela história de simbolismo por parte de Pequim, com Xi Jinping referindo que, na sua 100ª visita à China, Henry Kissinger tem 100 anos, e que a visita ocorreu na Residência Diaoyutai, onde ocorreu o encontro histórico entre o último e o então primeiro-ministro chinês Zhou Enlai (1954-1976) em 1972, após o qual as relações bilaterais começaram a melhorar. Por fim, o renomado enviado americano disse que veio a Pequim como um "amigo da China".
Assim, mesmo não sendo de forma alguma recebido como inimigo, e apesar de seus esforços, a visita de Kerry não produziu uma declaração conjunta, pelas partes, como ele sublinhou, não terem chegado a um entendimento comum sobre como avançar. Não houve igualmente novas promessas da China, com o presidente chinês declarando que o país seguirá seu próprio caminho na redução da poluição, em resposta indireta aos apelos de Kerry para que Pequim assumisse novos compromissos.
Em declarações à Sputnik, Wang Yiwei, diretor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade Popular da China, crê que a missão de Kissinger tinha a ver com uma desescalada das tensões em torno de Taiwan, e para incentivar o líder chinês a visitar os Estados Unidos, especialmente tendo em vista as eleições em breve no Reino Unido, na Rússia, na Ucrânia, no Parlamento Europeu e em Taiwan.
"Talvez ele [Kissinger] estivesse analisando a possibilidade de coordenar os preparativos para a visita de Estado do presidente Xi aos EUA em novembro, como parte de sua participação na cúpula da APEC [Cooperação Economia Ásia-Pacífico] em São Francisco", teorizou Wang, destacando a área climática como a única em que há perspectivas de cooperação.
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"Se a China e os EUA não conseguem nem mesmo falar sobre cooperação climática, temo que não estejamos longe de um verdadeiro colapso nas relações", previu ele.
Na sua opinião, a própria realização das consultas bilaterais sobre o clima após o incidente com o balão chinês em fevereiro é evidência de "alguma estabilização" nas relações, mas enquanto os EUA considerarem a China a principal ameaça estratégica à sua própria hegemonia, com o Congresso impondo cada vez mais restrições ao país asiático, menos ressoarão as "palavras bonitas" de Janet Yellen, secretária do Tesouro americana sobre o mundo ser grande o suficiente para a prosperidade e cooperação mútuas.
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