https://noticiabrasil.net.br/20230723/japao-nao-quer-lutar-por-taiwan-e-outros-aliados-dos-eua-no-indo-pacifico-contradizem-washington-29672350.html
Contradizendo EUA, Japão e outros aliados americanos no Índo-Pacífico não querem lutar por Taiwan
Contradizendo EUA, Japão e outros aliados americanos no Índo-Pacífico não querem lutar por Taiwan
Sputnik Brasil
Apesar do Japão estar reforçando suas capacidades militares sob o novo Programa de Desenvolvimento de Defesa, o país parece não ter vontade de se envolver em... 23.07.2023, Sputnik Brasil
2023-07-23T14:33-0300
2023-07-23T14:33-0300
2023-07-23T14:41-0300
panorama internacional
taiwan
eua
japão
china
tensões
indo-pacífico
think tank
defesa
conflito
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e6/0c/0b/26373005_0:161:3069:1887_1920x0_80_0_0_38dc6a7fbf9aad7114c68fd58bb8fd5d.jpg
As instalações militares dos EUA em Okinawa, no Japão, podem desempenhar um papel central em qualquer crise em Taiwan, segundo a imprensa ocidental. Além disso, os analistas militares norte-americanos concordam que o Japão é "o aliado mais provável dos EUA para contribuir com tropas" em um potencial conflito de Washington com Pequim pela ilha.Em outubro de 2021, a plataforma norte-americana War on the Rocks citou uma pesquisa japonesa que indicava que 74% dos entrevistados apoiariam o engajamento militar de seu país no estreito de Taiwan contra a China. O relatório especulou ainda sobre as possibilidades de contornar a Constituição do país, que limita a capacidade do Japão de participar de conflitos.As declarações ousadas feitas por algumas autoridades japonesas também pareciam confirmar a determinação de Tóquio. Um deles, o ex-ministro da Defesa Yasuhide Nakayama, insistiu em junho de 2021 que Taiwan é uma "linha vermelha" e que "temos que proteger Taiwan como um país democrático".O Japão e Taiwan estão geograficamente próximos e quaisquer possíveis ações militares contra a ilha poderiam afetar a prefeitura de Okinawa no Japão, argumentou Nakayama. China tomará Taiwan à força?A República Popular da China, que considera Taiwan parte de seu território, tem repetidamente declarado que se reunificará com a ilha pacificamente, referindo-se a anos de colaboração frutuosa com o antigo governo taiwanês formado por membros do Partido Kuomintang.O Kuomintang pode fazer um retorno espetacular durante as eleições gerais taiwanesas, marcadas para janeiro de 2024. A vitória do partido pode acabar com a confusão em torno do separatismo de Taiwan e de um potencial conflito.Até os legisladores norte-americanos admitem isso, considerando a vitória do Kuomintang uma "ameaça" potencial aos planos dos EUA na Ásia-Pacífico.Biden acelera armamento de TaiwanPor sua vez, o governo Biden e os legisladores fizeram repetidamente declarações provocativas em relação à ilha, com o presidente dos EUA afirmando que Washington está pronto para "proteger" Taiwan "militarmente".Os EUA também aumentaram as vendas de armas para a ilha. No final de junho, Biden aprovou duas potenciais vendas de armas totalizando US$ 440 milhões (R$ 1,9 bilhão) para Taiwan, incluindo munição e equipamentos militares. Além disso, o governo Biden começou a aumentar o ritmo de armamento de Taiwan com o mesmo mecanismo usado para acelerar a militarização da Ucrânia.Liderança japonesa não parece satisfeita com belicosidade dos EUAO The Wall Street Journal divulgou na segunda-feira (17) que o governo japonês está pronto para dar permissão aos EUA para Washington usar as bases no Japão no caso de conflito em Taiwan, mas a própria participação de Tóquio é improvável.De acordo com o relatório, Washington convidou Tóquio a considerar o uso de suas Forças de Autodefesa, especialmente a Força Marítima de Autodefesa, para identificar submarinos chineses ao redor de Taiwan e outras missões militares.Atualmente, o Japão abriga cerca de 54.000 soldados norte-americanos, de acordo com o Conselho das Relações Exteriores. Além disso, no Japão está o quartel-general da 7ª Frota da Marinha dos EUA e da 31ª Unidade Expedicionária dos Fuzileiros Navais.As preocupações de Tóquio têm certos fundamentos. Em maio, o especialista japonês Kiyoshi Sugawa escreveu para o Responsible Statecraft, a revista online do think tank Quincy Institute, que, se o Japão lutasse ao lado dos EUA em um hipotético conflito com a China por causa de Taiwan, os civis e a economia japoneses sofreriam graves consequências.Além disso, o próprio Japão pode se tornar um alvo nuclear no conflito entre duas potências nucleares (a China e os Estados Unidos), alertou Sugawa.O think tank também se refere a uma recente pesquisa japonesa que indica que apenas 11% dos entrevistados japoneses consideram possível lutar ao lado dos EUA contra a China, enquanto 27% disseram que suas forças não deveriam cooperar com os militares norte-americanos. A maioria, 56%, afirmou que fornecer apoio logístico aos EUA seria mais do que suficiente em caso de conflito.Ninguém quer morrer pelo Tio SamAlém do mais, o Japão não é o único aliado dos EUA que não quer lutar contra a China por Taiwan. O governo australiano sinalizou recentemente que não fez promessas a Washington sobre a participação militar em um potencial conflitol. As Filipinas também não querem ser arrastadas para o conflito.No caso da Coreia do Sul, também falta o entusiasmo de se juntar aos EUA em uma operação de combate no estreito de Taiwan. Os observadores ocidentais chamam a atenção para o fato de que o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol evitou se encontrar com a então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, em Seul, após sua polêmica viagem a Taiwan.Turvando as águas do estreito de Taiwan, os EUA correm o risco de ficar cara a cara com a China, o que significaria uma derrota em um possível impasse militar, a julgar pelas simulações de jogos de guerra anteriores norte-americanos.
https://noticiabrasil.net.br/20230713/aviao-espiao-dos-eua-sobrevoa-estreito-de-taiwan-em-meio-as-tensoes-na-regiao-29581986.html
https://noticiabrasil.net.br/20230715/eua-retiram-misseis-antiaereos-de-taiwan-para-a-ucrania-29596767.html
https://noticiabrasil.net.br/20230719/chefe-do-comando-do-indo-pacifico-coreia-do-norte-tem-misseis-que-podem-alcancar-os-eua-29624252.html
taiwan
japão
china
indo-pacífico
filipinas
coreia do sul
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2023
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e6/0c/0b/26373005_169:0:2900:2048_1920x0_80_0_0_9950d9fe26061761eef233a33dc47a6f.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
taiwan, eua, japão, china, tensões, indo-pacífico, think tank, defesa, conflito, filipinas, coreia do sul
taiwan, eua, japão, china, tensões, indo-pacífico, think tank, defesa, conflito, filipinas, coreia do sul
Contradizendo EUA, Japão e outros aliados americanos no Índo-Pacífico não querem lutar por Taiwan
14:33 23.07.2023 (atualizado: 14:41 23.07.2023) Apesar do Japão estar reforçando suas capacidades militares sob o novo Programa de Desenvolvimento de Defesa, o país parece não ter vontade de se envolver em um confronto direto com a China por Taiwan, indicam vários think tanks e mídias ocidentais.
As instalações militares dos EUA em Okinawa, no Japão, podem desempenhar um papel central em qualquer crise em Taiwan, segundo a imprensa ocidental. Além disso, os analistas militares norte-americanos
concordam que o Japão é "o aliado mais provável dos EUA para contribuir com tropas" em um potencial conflito de Washington com Pequim pela ilha.
Em outubro de 2021, a plataforma norte-americana War on the Rocks
citou uma pesquisa japonesa que indicava que
74% dos entrevistados apoiariam o engajamento militar de seu país no estreito de Taiwan contra a China. O relatório especulou ainda sobre as possibilidades de contornar a Constituição do país, que limita a capacidade do Japão de
participar de conflitos.
As declarações ousadas feitas por algumas autoridades japonesas também pareciam confirmar a determinação de Tóquio. Um deles, o ex-ministro da Defesa Yasuhide Nakayama, insistiu em junho de 2021 que Taiwan é uma
"linha vermelha" e que "temos que proteger Taiwan como um país democrático".
O Japão e Taiwan estão geograficamente próximos e quaisquer possíveis ações militares contra a ilha poderiam afetar a prefeitura de Okinawa no Japão, argumentou Nakayama.
China tomará Taiwan à força?
A República Popular da China, que considera Taiwan parte de seu território, tem repetidamente declarado que se reunificará com a ilha pacificamente, referindo-se a anos de colaboração frutuosa com o antigo governo taiwanês formado por membros do Partido Kuomintang.
O Kuomintang pode fazer um retorno espetacular durante as eleições gerais taiwanesas, marcadas para janeiro de 2024. A vitória do partido pode acabar com a confusão em torno do separatismo de Taiwan e de um potencial conflito.
Até os legisladores norte-americanos admitem isso, considerando a vitória do Kuomintang uma "ameaça" potencial aos planos dos EUA na Ásia-Pacífico.
Biden acelera armamento de Taiwan
Por sua vez, o governo Biden e os legisladores fizeram repetidamente declarações provocativas em relação à ilha, com o presidente dos EUA afirmando que Washington está pronto para "proteger" Taiwan "militarmente".
Os EUA também aumentaram as
vendas de armas para a ilha. No final de junho, Biden aprovou duas potenciais vendas de armas totalizando US$ 440 milhões (R$ 1,9 bilhão) para Taiwan, incluindo munição e equipamentos militares. Além disso, o governo Biden começou a aumentar o ritmo de armamento de Taiwan com o mesmo mecanismo usado para acelerar a militarização da Ucrânia.
Liderança japonesa não parece satisfeita com belicosidade dos EUA
O The Wall Street Journal
divulgou na segunda-feira (17) que o governo japonês está pronto para dar permissão aos EUA para Washington usar as bases no Japão no caso de conflito em Taiwan, mas a própria participação de Tóquio é improvável.
De acordo com o relatório, Washington convidou Tóquio a considerar o uso de suas Forças de Autodefesa, especialmente a Força Marítima de Autodefesa, para identificar submarinos chineses ao redor de Taiwan e outras missões militares.
"Os líderes japoneses evitam publicamente discutir um eventual papel em um conflito armado por Taiwan, em parte porque a opinião pública geralmente é contra se envolver em conflitos", informou o jornal.
Atualmente, o Japão abriga cerca de
54.000 soldados norte-americanos, de acordo com o Conselho das Relações Exteriores. Além disso, no Japão está o quartel-general da 7ª Frota da Marinha dos EUA e da 31ª Unidade Expedicionária dos Fuzileiros Navais.
As preocupações de Tóquio têm certos fundamentos. Em maio, o especialista japonês Kiyoshi Sugawa
escreveu para o Responsible Statecraft, a revista online do think tank Quincy Institute, que, se o Japão lutasse ao lado dos EUA em um hipotético conflito com a China por causa de Taiwan,
os civis e a economia japoneses sofreriam graves consequências.
Além disso, o próprio Japão pode se tornar um alvo nuclear no conflito entre duas potências nucleares (a China e os Estados Unidos), alertou Sugawa.
O think tank também se refere a uma recente pesquisa japonesa que indica que apenas 11% dos entrevistados japoneses consideram possível lutar ao lado dos EUA
contra a China, enquanto 27% disseram que suas forças não deveriam cooperar com os militares norte-americanos. A maioria, 56%, afirmou que
fornecer apoio logístico aos EUA seria mais do que suficiente em caso de conflito.
Ninguém quer morrer pelo Tio Sam
Além do mais, o Japão não é o único aliado dos EUA que não quer lutar contra a China por Taiwan. O governo australiano sinalizou recentemente que não fez promessas a Washington sobre a participação militar em um potencial conflitol. As Filipinas também não querem ser arrastadas para o conflito.
No caso da
Coreia do Sul, também falta o entusiasmo de se juntar aos EUA em uma operação de
combate no estreito de Taiwan. Os observadores ocidentais chamam a atenção para o fato de que o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol evitou se encontrar com a então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, em Seul, após sua polêmica viagem a Taiwan.
Turvando as águas do estreito de Taiwan, os EUA correm o risco de ficar cara a cara com a China, o que significaria uma derrota em um possível impasse militar, a julgar pelas simulações de jogos de guerra anteriores norte-americanos.