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Operação militar especial russa
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Países da OTAN usam Ucrânia para se livrar de armas e equipamentos obsoletos, diz especialista

© Foto / Ministério da Defesa da RússiaFoto de tanques Leopard 2 e Bradley entre veículos ucranianos destruídos e danificados
Foto de tanques Leopard 2 e Bradley entre veículos ucranianos destruídos e danificados - Sputnik Brasil, 1920, 25.07.2023
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Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) têm enviado armas para a Ucrânia desde o início do conflito com a Rússia, mas a maioria delas está desatualizada e desativada há décadas, disse o especialista militar e ex-oficial de alto escalão da artilharia da Aliança Atlântica, Pierre Henrot, à Sputnik.

"Os países da OTAN, de fato, apenas enviam seus equipamentos mais antigos para a Ucrânia e aproveitam para reabastecer o armamento de seus exércitos com equipamentos de novas gerações. Os exemplos não faltam: os poloneses, que são os mais comprometidos ao lado da Ucrânia, a ponto de falarem eles mesmos em entrar no oeste da Ucrânia, forneceram [ainda] muito cedo todos os seus tanques da era soviética aos ucranianos e acabam de receber para o Exército polonês um primeiro contingente de tanques Abrams americanos, novos e fabricados para eles", disse Henrot.

Outros países também forneceram equipamentos desativados, incluindo 88 tanques alemães Leopard 1 que foram retirados dos arsenais em 2003 e tanques leves franceses AMX 10-RC que foram desenvolvidos na década de 1970 e também foram desativados pelo Exército francês, acrescentou o ex-oficial.

"O pior é provavelmente a entrega pela França de veículos blindados de infantaria [VAB, na sigla em francês], em uma versão de quatro rodas, que invariavelmente atola na lama do outono. Entrando em serviço em 1979, provou ser um caixão rolante para a infantaria ucraniana no ano passado", explicou o especialista.

Alguns países, incluindo a República Tcheca, Eslováquia e Romênia, também enviaram à Ucrânia todos os seus caças soviéticos MiG ou Sukhoi, disse ele. Outro problema com essas entregas desorganizadas é que as peças sobressalentes e munições para essas armas geralmente são diferentes e incompatíveis umas com as outras, apontou Henrot.

"É como se os parceiros da OTAN estivessem se desfazendo de suas armas obsoletas, já desativadas", disse o ex-oficial.

Tanque destruído das Forças Armadas da Ucrânia na direção de Artyomovsk (Bakhmut, em ucraniano), foto publicada em 26 de maio de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 23.07.2023
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No entanto, parte da ajuda militar ocidental é útil para os militares ucranianos e de boa qualidade, observou o especialista, acrescentando que geralmente é equipamento para armas pequenas, coletes à prova de balas e sistemas de visão noturna, bem como Stingers e Javelins fabricados nos EUA.

"Onde os americanos forneceram armas adequadas e eficazes, foi com os 2.000 Stingers antiaéreos portáteis entregues ou com as 10.000 armas antiblindagens Javelin fornecidas; armas formidáveis nas mãos de soldados de infantaria."

Ao mesmo tempo, os países ocidentais geralmente carecem de capacidade suficiente para produzir as armas exigidas pelos militares ucranianos, mencionou Henrot.

"Os países da OTAN não conseguem acompanhar a produção de munição para artilharia e até para armas pequenas. Novamente, a variedade de calibres é muito grande; é uma dor de cabeça, mas acima de tudo, não há cadeias produtivas suficientes e os industriais relutam em lançar unidades de produção para um esforço que pode parar rapidamente, e eles não receberam um contrato firme de longo prazo dos governos ocidentais", explicou o especialista.

Henrot acredita que a recente e amplamente criticada decisão dos Estados Unidos de enviar bombas de fragmentação para a Ucrânia é a demonstração do mesmo problema.
"Os americanos, por sua vez, admitiram quase abertamente que era sua última munição em estoque e que não tinham mais nada para entregar", concluiu Henrot.
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