Generais da força nuclear da China tornam-se suspeitos após investigação anticorrupção, diz mídia
10:14 29.07.2023 (atualizado: 10:33 29.07.2023)
© AP Photo / Roman PilipeySoldados do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA) ao lado de uma faixa representando o presidente chinês Xi Jinping perto da Cidade Proibida, no primeiro dia do Congresso Nacional do Povo da China (NPC) em Pequim, 22 de maio de 2020
© AP Photo / Roman Pilipey
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Setor militar em investigação desempenha um papel central na manutenção e implantação de ogivas nucleares, bem como nos planos de Xi Jinping para fortalecer as capacidades de dissuasão do país. Apurações começaram no fim de março deste ano.
Uma nova campanha anticorrupção na China levou à queda de vários comandantes seniores do passado e do presente da Força de Foguetes do Exército de Libertação do Povo (PLARF, na sigla em inglês), um elemento-chave do arsenal nuclear do país, afirma o The South China Morning Post.
Segundo duas fontes familiarizadas com o assunto ouvidas pela mídia, a Comissão de Inspeção Disciplinar, órgão anticorrupção da Comissão Militar Central (CMC, na sigla em inglês), está investigando o atual comandante da força, Li Yuchao, bem como Zhang Zhenzhong e Liu Guangbin, seus antigos e atuais deputados.
Li, que foi promovido a ser o membro número 205 do Comitê Central do Partido Comunista em outubro, tem sido um dos rostos públicos da força. O general mais graduado envolvido na investigação é o terceiro comandante da PLARF, criada durante uma grande reforma militar em 2015.
The Chinese CMC’s anti-graft body, the Commission for Discipline Inspection, along with its audit office have been investigating the PLA’s Rocket Force’s current commander Li Yuchao, Zhang Zhenzhong and Liu Guangbin, his past and present deputies.https://t.co/UFVM9rMAea pic.twitter.com/NYolbtTzA7
— xuan khanh le (@xuankhanhle1) July 28, 2023
O órgão anticorrupção do CMC chinês, a Comissão de Inspeção Disciplinar, juntamente com seu escritório de auditoria, estão investigando o atual comandante da Força de Foguetes do ELP, Li Yuchao, Zhang Zhenzhong e Liu Guangbin, seus antigos e atuais deputados.
A investigação começou no fim de março deste ano, quando o então ministro da Defesa, Wei Fenghe, se aposentou, segundo uma das fontes ouvidas pela mídia.
"Quase todos os generais seniores [da PLARF] tinham boa reputação antes de sua promoção. Eles se tornaram imorais depois de se mudarem para a sede em Pequim, o que lhes permitiu ter mais chances de se envolver com empresas relacionadas à defesa", disse outra fonte em condição de anonimato.
O analista de defesa baseado em Pequim, Li Jie, ressalta que "a PLARF tem um papel essencial. A unidade é responsável por garantir a segurança de todos os mísseis nucleares estratégicos, bem como posicionar todas as ogivas nucleares em locais específicos sob as instruções da CMC".
Além de seu papel na dissuasão nuclear do país, a Força de Foguetes também é um elemento importante nos esforços da China para aumentar a pressão militar sobre Taiwan.
Os militares têm sido um dos principais alvos da campanha anticorrupção de longo alcance do presidente Xi Jinping, que agora entrou em sua segunda década e tem como alvo centenas de milhares de funcionários em todos os níveis.
A mídia relembra que Pequim já se orgulhou publicamente do fato de sua luta anticorrupção ter derrubado mais de 100 generais, mais do que o número de mortos na luta para estabelecer a República Popular.