EUA oferecem F-16 de 2ª mão à Argentina para competir com licitações de Índia e China

© Foto / Aviador sênior Greg L. Davis / Força Aérea dos EUADois F-16 Fighting Falcons da Força Aérea dos EUA voam em formação durante uma missão de apoio à Operação Allied Force da OTAN, 20 de abril de 1999
Dois F-16 Fighting Falcons da Força Aérea dos EUA voam em formação durante uma missão de apoio à Operação Allied Force da OTAN, 20 de abril de 1999 - Sputnik Brasil, 1920, 31.07.2023
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Em 2021, o Ministério da Defesa argentino notificou sua decisão de adquirir 12 novos caças a um preço estimado de US$ 664 milhões (cerca de R$ 3,1 bilhões).
Os Estados Unidos estão buscando urgentemente selar um acordo de caça a jato com a Argentina, supostamente oferecendo à nação sul-americana caças F-16 de segunda mão para superar as ofertas da China e da Índia.
De acordo com uma reportagem da mídia argentina, a Casa Branca instou o Congresso dos Estados Unidos a aprovar a venda de 24 caças F-16 A/B Fighting Falcon, que estão sendo operados pela Força Aérea Real dinamarquesa. A oferta dos EUA é avaliada em US$ 700 milhões (aproximadamente R$ 3,3 bilhões).
O interesse de Washington em vender caças à Argentina representa um revés para a China e a Índia, que também fizeram ofertas para vender caças à nação sul-americana. A Rússia também se ofereceu para vender seu caça MiG-35 para Buenos Aires.
Enquanto Nova Deli ofereceu seu Tejas Light Combat Aircraft (LCA) da geração 4,5, Pequim apresentou uma oferta de 15 jatos JF-17 Thunder Block, sendo desenvolvidos em conjunto com o Paquistão.
Durante uma visita oficial de quatro dias à Índia neste mês, o ministro da Defesa argentino, Jorge Enrique Taiana, disse ao canal de notícias indiano WION que os caças procurados pela Argentina não deveriam ter parte britânica por causa das restrições do Reino Unido às exportações de defesa para a nação da América do Sul, tendo em vista a disputa pelas Ilhas Malvinas.
Jorge Taiana disse ao canal indiano que o LCA Tejas tem 16 peças britânicas. Ainda não está claro se a Índia se ofereceu para substituir essas peças.
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Desde a visita do ministro da Defesa, o La Nación da Argentina informou que o Fórum de Defesa Argentino tem "considerado" ativamente as ofertas do F-16 A/B Fighting Falcon e do chinês Chengdu JF-17 Thunder Block.

A mídia disse que o F-16 se qualificou como uma "aeronave mais poderosa", embora a introdução do caça de origem norte-americana exigisse investimentos na modernização da infraestrutura aeroportuária.

Complexo militar-industrial dos EUA tem uma vantagem

O marechal do ar M. Matheswaran, um veterano da Força Aérea indiana (IAF, na sigla em inglês), disse à Sputnik que o "implacável" complexo militar-industrial norte-americano tem uma vantagem sobre outros concorrentes por causa de uma "profunda penetração" no que diz respeito ao mercado global de armas.
De acordo com o SIPRI, os Estados Unidos são os maiores exportadores de armas do mundo, com vendas chegando a US$ 204 bilhões (cerca de R$ 969 bilhões) em 2022. Por outro lado, as vendas de armas da Índia atingiram um recorde de US$ 1,93 bilhão (aproximadamente R$ 9,1 bilhões) em 2022-2023, segundo o ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh.

"O complexo militar-industrial dos EUA é implacável. Os Estados Unidos podem ter levado em consideração sua Parceria Estratégica Global com a Índia ao licitar o contrato argentino, mas não abrirão mão do avanço de suas exportações de defesa para outros países", observou o atual presidente do think tank com sede em Chennai, a Fundação Península (TPF), Matheswaran.

O ex-piloto da IAF sublinhou que os caças F-16 não eram comparáveis em tamanho ao LCA Tejas ou ao chinês JF-17. "O LCA e o JF-17 são de tamanho comparável, mas o F-16 é mais caro e maior", disse Matheswaran.
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Argentina enfrenta uma decisão complicada

Matheswaran disse que a Argentina agora enfrenta uma decisão "complicada" para escolher entre os caças chineses ou norte-americanos.
"A Argentina vem se aproximando da China e da Índia, buscando estreitar os laços com outras nações em desenvolvimento. É uma das nações que vêm buscando a adesão ao BRICS", disse o analista.
De acordo com o think tank americano Council on Foreign Relations (CFR), a China ultrapassou os EUA nos últimos anos para emergir como a principal parceira comercial da América do Sul. A Argentina, como outras nações latino-americanas, adquiriu milhões de dólares em equipamentos militares de Pequim, disse o CFR.
O Documento de Política da China sobre a América Latina e o Caribe lançado em 2016 disse que Pequim "melhoraria a cooperação no comércio militar e na tecnologia militar" com o continente.
Da mesma forma, os laços da Índia com a região estão em ascensão, agora é a quarta maior parceira comercial da Argentina. Os dois países elevaram seus laços ao nível de Parceria Estratégica em 2019 e assinaram um memorando de entendimento em cooperação em defesa no mesmo ano.
Tanto a Índia quanto a China apoiaram a Argentina no Comitê Especial de Descolonização (C-24) da ONU, que pediu a retomada das negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas, um apelo resistido pelo Reino Unido até agora.
No entanto, a Argentina sem dinheiro também está negociando um resgate muito necessário do Fundo Monetário Internacional (FMI).
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