Anúncio planejado sobre expansão do BRICS marcará forte mudança na ordem global, diz África do Sul
22:03 02.08.2023 (atualizado: 04:13 03.08.2023)
© Sputnik / Wu HongDa esquerda para a direita, à frente: o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu; o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira; a ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Naledi Pandor; o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. Os representantes das chancelarias posam para uma foto durante uma conferência dos Amigos do BRICS, na Cidade do Cabo, África do Sul, em 2 de junho de 2023
© Sputnik / Wu Hong
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Embaixador sul-africano no bloco acredita que a reunião em Joanesburgo será a "maior dos últimos tempos" com países do Sul Global discutindo os atuais desafios globais e anunciar ampliação do bloco.
Nesta quarta-feira (2), durante sua palestra na Universidade de KwaZulu-Natal, o embaixador da África do Sul no BRICS, Anil Sooklal, disse que "um anúncio planejado sobre a expansão do BRICS na próxima cúpula marcará uma mudança significativa na ordem global".
"O BRICS tem sido um catalisador para uma mudança tectônica que você verá na arquitetura geopolítica global a partir da cúpula", disse Sooklal citado pela Bloomberg.
No entanto, o sherpa sul-africano enfatizou que o bloco não se vê como um contrapeso a nenhuma outra organização, mas que sua expansão está alimentando ansiedade e oposição entre nações em "posições privilegiadas".
A próxima cúpula do BRICS está marcada para acontecer na África do Sul entre os dias 22 a 24 de agosto. Até agora, representantes de 71 nações foram convidados a participar da cúpula, de acordo com sherpa.
"Esta será a maior reunião dos últimos tempos de países do Sul Global se reunindo para discutir os atuais desafios globais", disse ele, acrescentando que "um BRICS expandido representará quase 50% da população global e mais de 35% do PIB global e esse número crescerá".
A China defende uma rápida expansão do bloco, mas encontrou oposição da Índia e do Brasil, que veem a ampliação do organismo de forma mais cautelosa.
Sookhal também destacou o papel que os líderes do bloco estão desempenhando na tentativa de encontrar um cessar-fogo no conflito entre Rússia e Ucrânia.
"Não há evidências tangíveis de que qualquer um dos países do BRICS, incluindo a África do Sul, esteja alimentando esse conflito com armas, mas há evidências claras para a comunidade global de que o Ocidente está injetando bilhões de dólares nesse conflito e o conflito está intenso, então quem está falando de paz e quem está falando de guerra?", questionou.
Ao que tudo indica, todos os chefes de Estado dos países-membros do bloco estarão presentes, menos o presidente Vladimir Putin, que já anunciou sua permanência na Rússia devido às demandas do conflito e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que ainda não confirmou sua participação.