Após corte de 0,50 do Copom na taxa Selic, bolsa abre em alta e dólar dispara
14:30 03.08.2023 (atualizado: 14:15 04.08.2023)
© Foto / Lula Marques / Agência BrasilPresidente do Banco Central, Roberto Campos Neto discursa no plenário da Câmara dos Deputados em sessão solene para celebrar os 106 anos de nascimento do economista e ex-deputado federal, Roberto de Oliveira Campos, 2 de agosto de 2023
© Foto / Lula Marques / Agência Brasil
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Ante a expectativa de queda na taxa de juros, Ibovespa vem sendo impulsionada nas últimas semanas. Se tendência de queda se confirmar, economia pode responder positivamente à redução de risco já nos próximos meses.
Nesta quinta-feira (3), a bolsa de valores brasileira abriu em forte alta e chegou a ultrapassar os 122 mil pontos, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter realizado um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) — em um placar apertado de cinco a quatro votos — e sinalizado que deve manter a tendência de novas reduções nas próximas reuniões do comitê.
O dólar americano subiu e superou os R$ 4,88, afetado pela expectativa de uma redução mais rápida que o apontado pelo Banco Central (BC).
Em seu comunicado, o comitê destacou que a melhora do quadro inflacionário e a queda das expectativas de inflação para prazos mais longos deram confiança à decisão de iniciar um ciclo gradual de afrouxamento dos juros.
"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", disse o comunicado.
De acordo com a Folha de São Paulo, a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, destaca que o colegiado deixou claro que as próximas reduções vão ser da mesma magnitude e retirou fatores de risco citados em comunicados anteriores, sinalizando uma melhora nos cenários projetados pelo BC.
"O Copom retirou do comunicado a incerteza residual do arcabouço fiscal e o risco de desancoragem maior ou duradoura das expectativas de inflação mais longas, passando a usar o termo 'reancoragem parcial'. Isso significa que o processo de convergência da inflação avançou significativamente", disse a economista ao jornal.
Segundo a economista, o comitê citou como risco a resiliência da inflação de serviços, mas que a alta de preços do setor já está mostrando desaceleração. A inflação de serviços do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, por exemplo, veio melhor que o esperado pelo mercado, após ter surpreendido negativamente no resultado anterior.
Em seu comunicado, o Copom cita uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global, que podem se mostrar mais fortes do que o esperado.