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Cúpula da Amazônia: estratégia de Lula é empoderar países emergentes e afastar EUA e UE, diz mídia
Cúpula da Amazônia: estratégia de Lula é empoderar países emergentes e afastar EUA e UE, diz mídia
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Evento acontece na semana que vem e não contará mais com a presença de Macron. Itamaraty observou a desistência do francês como deselegante, ao mesmo tempo, um... 05.08.2023, Sputnik Brasil
2023-08-05T12:31-0300
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Na semana que vem o Brasil recebe vários representantes de 15 países para realização da Cúpula da Amazônia, evento que visa debater o desmatamento ilegal, combate ao crime organizado e financiamento externo para o desenvolvimento sustentável na Amazônia.A preparação do encontro, que acontecerá nos dias 8 e 9 em Belém, ficou a cargo da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), uma organização intergovernamental formada por Brasil, Bolívia Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, segundo a CNN.Entretanto, o governo brasileiro teria não só como objetivo debater a pauta ambiental, mas também retirar o protagonismo e a influência de Europa e Estados Unidos na definição da agenda internacional sobre o clima.A mídia afirma que, no Palácio do Planalto, o evento é considerado como a principal iniciativa da diplomacia do governo Lula, pelo menos em seu primeiro ano.A avaliação do governo é que dois temas vão dominar a agenda internacional pelos próximos anos: a redefinição da relação de forças entre OTAN, Rússia e China e a questão climática, considerada como definidora do século XXI.E, de acordo com o colunista, é nesse segundo aspecto que o Brasil espera atuar como protagonista.Além de concretizar o fato de que o "Brasil voltou", ou seja, que o país influencia na geopolítica mundial e não está mais isolado – como aconteceu durante o governo Bolsonaro – a ideia é também permitir, como anunciado, que países emergentes definam a agenda climática.Projetos como o da França ou dos Estados Unidos, de assumirem o papel de liderança no tema climático ou de convocar reuniões sobre temas específicos da agenda ambiental, eram vistos internamente como um fracasso dos emergentes de assumir para si o papel de estabelecer a agenda de proteção de seus próprios recursos, escreve a mídia.Para marcar essa estratégia, Brasil e países tropicais vão assinar um acordo de princípios, sobre o compromisso de proteger suas florestas. A iniciativa deve incluir a Indonésia, República Democrática do Congo e República do Congo. Não se exclui que o projeto poderá ser aberto a outras nações com florestas tropicais.Também será assinado uma minuta da Declaração de Belém — como será chamado o comunicado final da cúpula — que já teria sido submetida a diversos ministérios para que possam apontar sensibilidades e sugerir aperfeiçoamentos, relata a CNN.Entre os anúncios previstos estão a criação de um centro de cooperação policial em Manaus e a formatação de um sistema integrado de tráfego aéreo.Contudo, mesmo com toda movimentação emergente, para analistas europeus os países emergentes terão de dar provas consistentes de que o desmatamento cai em suas regiões e "demonstrar que são parceiros confiáveis no controle de suas florestas".O Palácio do Planalto teria dito que Macron poderá enviar um vídeo, mas sua ausência foi considerada como um sinal de que a forma pela qual os emergentes querem debater o assunto pode não ser confortável aos europeus.No âmbito da cúpula, Lula também tem acenado para a possibilidade de todos os países da região assinarem o compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030, mas as negociações sobre essa meta ainda estão em curso. Dentro do Itamaraty, os comentários eram ainda de que a França estaria cometendo um gesto deselegante, diz a mídia.
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Cúpula da Amazônia: estratégia de Lula é empoderar países emergentes e afastar EUA e UE, diz mídia
12:31 05.08.2023 (atualizado: 15:03 05.08.2023) Evento acontece na semana que vem e não contará mais com a presença de Macron. Itamaraty observou a desistência do francês como deselegante, ao mesmo tempo, um dos pontos a ser trabalhado através da cúpula é o protagonismo dos emergentes diante de grandes potências na pauta ambiental.
Na semana que vem o Brasil recebe vários representantes de 15 países para realização da Cúpula da Amazônia, evento que visa debater o desmatamento ilegal, combate ao crime organizado e financiamento externo para o desenvolvimento sustentável na Amazônia.
A preparação do encontro, que acontecerá nos dias 8 e 9 em Belém, ficou a cargo da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), uma organização intergovernamental formada por
Brasil, Bolívia Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela,
segundo a CNN.
Entretanto, o governo brasileiro teria não só como objetivo debater a pauta ambiental, mas também retirar o protagonismo e a influência de Europa e Estados Unidos na definição da agenda internacional sobre o clima.
"A mensagem será clara: serão os [países] emergentes quem cuidarão de suas florestas", resumiu um embaixador brasileiro envolvido na preparação do evento que falou com a coluna de Jamil Chade no UOL sobre condição de anonimato.
A mídia afirma que, no Palácio do Planalto, o evento é considerado como a principal iniciativa da diplomacia do governo Lula, pelo menos em seu primeiro ano.
A avaliação do governo é que dois temas vão dominar a agenda internacional pelos próximos anos: a redefinição da relação de forças
entre OTAN, Rússia e China e a questão climática, considerada
como definidora do século XXI.
E, de acordo com o colunista, é nesse segundo aspecto que o Brasil espera atuar como protagonista.
Além de
concretizar o fato de que o "Brasil voltou", ou seja, que o país influencia na geopolítica mundial e não está mais isolado – como aconteceu durante o governo Bolsonaro – a ideia é também permitir, como anunciado, que países emergentes definam a agenda climática.
Projetos como o da França ou dos Estados Unidos, de assumirem o papel de liderança no tema climático ou de convocar reuniões sobre temas específicos da agenda ambiental, eram vistos internamente como um fracasso dos emergentes de assumir para si o papel de estabelecer a agenda de proteção de seus próprios recursos, escreve a mídia.
Para marcar essa estratégia, Brasil e países tropicais vão assinar um acordo de princípios, sobre o compromisso de proteger suas florestas. A iniciativa deve incluir a Indonésia, República Democrática do Congo e República do Congo. Não se exclui que o projeto poderá ser aberto a outras nações com florestas tropicais.
Também será assinado uma minuta da Declaração de Belém — como será chamado o comunicado final da cúpula — que já teria sido submetida a diversos ministérios para que possam apontar sensibilidades e sugerir aperfeiçoamentos, relata a CNN.
Entre os anúncios previstos estão a criação de um centro de cooperação policial em Manaus e a formatação de um sistema integrado de tráfego aéreo.
Contudo, mesmo com toda movimentação emergente, para analistas europeus os países emergentes terão de dar provas consistentes de que o desmatamento cai em suas regiões e "demonstrar que são parceiros
confiáveis no controle de suas florestas".
A resistência dos países ricos, segundo o colunista, também ficou evidenciada pela decisão do presidente da França, Emmanuel Macron, de não comparecer à cúpula. Ele havia sido convidado por Lula diante da existência de um território francês na Amazônia: a Guiana Francesa.
O Palácio do Planalto teria dito que Macron poderá enviar um vídeo, mas sua ausência foi considerada como um sinal de que a forma pela qual os emergentes querem debater o assunto pode não ser confortável aos europeus.
No âmbito da cúpula, Lula também tem acenado para a possibilidade de todos os países da região assinarem o compromisso de zerar o
desmatamento ilegal até 2030, mas as negociações sobre essa meta ainda estão em curso. Dentro do Itamaraty, os comentários eram ainda de que a França
estaria cometendo um gesto deselegante, diz a mídia.